Indústria Brasileira de Automóveis Presidente - IBAP | |
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Atividade | Automobilística |
Fundação | 1963 |
Fundador(es) | Nelson Fernandes |
Encerramento | 1968 |
Sede | São Bernardo do Campo, SP |
Produtos | Automóveis |
A Indústria Brasileira de Automóveis Presidente (IBAP) foi uma empresa automobilística brasileira, fundada em 1963 por Nelson Fernandes, em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo. Inicialmente com 120 funcionários, estes teriam benefícios como título de propriedade da IBAP, participação na diretoria, desconto na compra do carro e preferência para se tornarem revendedores[1]. Fernandes tinha o sonho de criar automóveis modernos e com projeto 100% nacional.
O primeiro e único automóvel desenvolvido foi o luxuoso Democrata, com duas ou quatro portas, carroceria de plástico reforçado com fibra de vidro, motor italiano (o único componente não nacional, fornecido pela empresa italiana Procosautom - Proggetazione Costruzione Auto Motori), com cabeçotes de fluxo cruzado confeccionados em alumínio e montado na traseira interior com revestimento de madeira jacarandá. O projeto foi duramente atacado pela revista “Quatro Rodas”, e consta que um forte lobby das montadoras instaladas no país junto ao governo militar acabou sepultando a IBAP e o sonho de Fernandes.
Os veículos poderiam ser adquiridos por meio de compra de ações, esquema usado posteriormente pela Gurgel. Apenas cinco protótipos do Democrata foram produzidos, pois em 1965 a IBAP foi processada por fraude. Em 1968 a IBAP acabou fechando suas portas, antes mesmo de começar a produzir o primeiro automóvel projetado totalmente no Brasil. O patrimônio da empresa foi sequestrado pela justiça, que somente duas décadas mais tarde reconheceu ter sido indevida a intervenção do Banco Central na empresa. Outras ações suspeitas por parte do Ministério da Indústria e Comércio e outras autoridades governamentais à época condenaram as instalações da fábrica a ficarem abandonadas por todos esses anos.
Das cinco unidades, só restaram três, restauradas com peças que haviam sido apreendidas pela Justiça. Um dos exemplares foi entregue a Nelson Fernandes, que passou a dedicar-se ao negócio de cemitérios verticais[2] e os outros dois permanecem com o mecânico e colecionador José Carlos Finardi, de São Bernardo do Campo. Nelson, nascido em 24 de fevereiro de 1931, teve a oportunidade ainda, de contar sua versão dos fatos no livro de Roberto Nasser, Democrata: o carro certo no tempo errado. Um desses modelos pode ser visto no Museu do Automóvel que fica na cidade de Canela/RS.
Referências
- ↑ «Quatro Rodas. Democrata: a história do carro que virou ficção». Consultado em 10 de agosto de 2016
- ↑ «Best Cars Web Site. Carros do Passado: O Democrata que não houve». Consultado em 10 de agosto de 2016