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Igreja de São Romão de Arões

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A Igreja de São Romão de Arões localiza-se na freguesia de São Romão de Arões, município de Fafe, distrito de Braga, em Portugal.[1]

Com uma estrutura simples e despojada, é um exemplar típico do românico português.[carece de fontes?]

A Igreja de São Romão de Arões encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1927.[2]

História

No tímpano lateral sul da Igreja existe uma inscrição em latim onde figuram dois nomes próprios e uma data. A data refere-se ao dia 22 do mês de Março da Era de César de 1275 - que corresponde ao ano de 1237 da Era Cristã - e refere provavelmente a data de sagração. Os nomes da inscrição são os do abade de Arões D. Gomes Martins e do arcebispo de Braga, D. Silvestre Godinho[3].

Ao longo dos anos, o monumento sofreu diversas alterações que o afastaram da sua forma primitiva. Existem, porém, elementos informativos que nos permitem depreender a sua estrutura no século XVIII. Era, portanto, um templo robusto, com luz escassa, sem torre sineira e sacristia. Teria uma nave apenas e a capela-mor, separada por um arco triunfal ornamentado[3].

No período Barroco, o enriquecimento do país e da região e as investidas da contrarreforma, tiveram também como consequência a construção, ampliação e beneficiação de igrejas paroquiais. A Igreja de S. Romão de Arões não fugiu à regra. No início do século, parte da sua estrutura teria sido alterada sobretudo no interior, com a edificação de um teto de caixotões sobre a nave e a execução dos altares laterais em talha. Em 26 de Maio de 1777, deu-se a obra de construção do novo cofre (uma espécie de sacristia), posta em prática pelo mestre pedreiro Miguel Pereira de Carvalho. Em Setembro de 1786, foi encomendada a obra de uma torre sineira ao mestre pedreiro João Nogueira. Um ano depois, celebrou-se o contrato de execução de uma abertura de uma fresta na fachada principal, de forma a permitir a entrada de luz, tendo sido reaberta ao culto em 1935 [4].

Arquitetura

Embora a Igreja de São Romão de Arões seja tipicamente românica, podemos encontrar nela laivos de características góticas e barrocas, fruto das alterações que sofreu ao longo da sua história. Assim sendo, é uma Igreja paroquial de planta longitudinal, com nave coberta abóbada de madeira, barroca, com caixotões pintados com arabescos e putti e capela-mor abobadada. Apresenta 2 fases de construção, de molduração mais pobre na 2ª fase. A capela-mor mostra já indícios góticos, podendo ter sido feita por cima de um corpo mais antigo. Tem capitéis ornamentados com motivos românicos semelhantes aos da Igreja de Rates e retábulos colaterais de estilo barroco nacional[5].

A planta é composta por uma nave única e capela-mor retangulares, como quase todas as demais igrejas românicas construídas nas zonas rurais do país.. Os volumes são escalonados e têm coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas. A fachada principal é simples, com uma sineira lateral de duas campanas. O portal axial é envolvido por uma arcada lisa e um tímpano com o Agnus Dei esculpido, encimado por uma fresta. O tímpano do portal lateral sul apresenta uma inscrição onde se diz que a igreja foi consagrada pelo arcebispo de Braga, D. Silvestre e pelo abade D. Gomes, no ano de 1237. A cornija assenta em cachorrada com modilhões esculpidos de motivos zoomórficos. A cabeceira mostra, pelo exterior, profundas arcadas cegas, quase contrafortes.

O interior da nave é coberto por um teto de caixotões com pinturas. O arco triunfal tem arquivoltas quebradas assentes em capitéis ornados com motivos românicos como aves bebendo num vaso comum e animais devorantes. A capela-mor é coberta de abóbada de pedra quebrada, que um arco toral divide em dois tramos. Apresenta frisos decorados com enxaquetados, palmetas e temas lanceolados. Contém vestígios de pintura mural e altares laterais de talha. Nas obras de restauro dos anos 40, apareceram numerosos restos do primitivo portal principal como cabeças de animal[5]. O coro, pouco desenvolvido e localizado no fundo da igreja, representa aqui mais a função de albergar os fiéis do que de uma cultura arquitetónica.

A luminosidade interior é ténue e a luz do dia entra unicamente por algumas frestas, todas à mesma altura, bastante estreitas, tipo vigias.

Em relação à sua estrutura, os contrafortes são utilizados onde se exerce maior peso: na capela-mor, que é abobadada. As abóbadas pesadas das igrejas românicas exerciam grandes pressões e, para garantir a solidez do edifício, eram necessárias colunas maciças e paredes muito espessas, em que apenas se podiam fazer coberturas estreitas, situadas obrigatoriamente acima dos pontos de apoio, que deviam ser reforçados também a partir do exterior, por poderosos contrafortes. Lateralmente, as arcadas cegas, pelo seu aspecto pesado e profundo, desempenham a função de contrafortes. No corpo da nave a segunda linha de contrafortes fica-se pelo arranque, precisamente no mesmo ponto onde há uma diferença no aparelho da pedra.

Ver também

Referências

  1. Ficha na base de dados SIPA
  2. Ficha na base de dados da DGPC
  3. 3,0 3,1 Coimbra, Artur Ferreira. Fafe: A Terra e a Memória. Converso. Fafe. 2ª Edição, 2016. P. 138
  4. Coimbra, Artur Ferreira. Fafe: A Terra e a Memória. Converso. Fafe. 2ª Edição, 2016. P. 141
  5. 5,0 5,1 Igreja Paroquial de São Romão de Arões. Sistema de Informação Para o Património Arquitetónico. Disponível em: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=375
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Ligações externas

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