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Igreja de Nossa Senhora do Ó (Ançã)

Predefinição:Monumento A Igreja de Nossa Senhora do Ó, Igreja Matriz de Ançã, dedicada a Nossa Senhora do Ó, situa-se em Ançã, Cantanhede, Portugal e deve o seu aspecto actual a duas fases importantes de obras, uma a do século XVII, muito provavelmente da época do exílio na vila do seu donatário, D. Álvaro Pires de Castro, político influente fiel ao deposto D. Afonso VI, e a de finais do século XVIII e princípios do século XIX, por ocasião de um violento incêndio que muito a maltratou.

Da primeira fase referida faz parte o bom portal maneirista, de dois pares de colunas coríntias sobrepujadas de volutas, a estrutura de três naves desenhadas por duas séries arcadas suportadas por 4 colunas dóricas cada, cabeceira com três capelas, sendo a central, a capela-mor, elegantemente abobadada de caixotões calcários de boa factura, bem como os arcos triunfais de 4 das 5 capelas laterais. Uma parte significativa da imaginária vem também dessa época, a saber os S. Pedro e S. Paulo da Capela Mor, de Pedra de Ançã, executando a nível médio o estilo da escola de João de Ruão, e ainda dois "calvários" ao mesmo estilo, um dos quais na Capela Baptismal; refira-se ainda um S. João Baptista clássico naquele mesmo estilo, na linha do da Porta Especiosa da Sé Velha de Coimbra.

Da segunda fase de obras, vêm-nos o coroamento da fachada, elegante, muito bem pensado para o portal referido, com um grande janelão central e dois mais pequenos laterais, a corresponderem às três naves—o facto de a campanha ter sido ordenada por D. Francisco de Lemos, bispo de Coimbra e reformador da Universidade e a qualidade do risco ocasionaram já a hipótese de o seu autor ser Manuel Alves Macamboa, mestre ao serviço da Universidade por aquela altura; o excepcional retábulo mor, em Pedra de Ançã, em tudo semelhante aos melhores exemplares do estilo joanino praticado na região centro sempre em madeira estofada e dourada, como aliás na esmagadora maioria do território nacional.

Entre as capelas laterais encontram-se bons exemplares de talha dourada dos século XVII e XVIII e imaginária correspondente. Mas deve destacar-se entre toda a imaginária a de Nossa Senhora com o Menino, do século XV, seguramente da oficina e mão, a julgar pela homogeneidade e qualidade da execução, de Mestre Afonso, outrora conhecido como mestre das Alhadas, cuja obra de referência mais importante é a Adoração do Cordeiro Místico do Museu Machado de Castro. Foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1983.

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