O Hotel Central é um dos cenários de vários romances de Eça de Queiroz, como Os Maias[1][2], situando-se na Praça do Duque da Terceira, entre a Avenida Ribeira das Naus e a Rua do Arsenal, em Lisboa.
O jantar de Ega ao banqueiro Cohen, que ocorre neste cenário, ocupa um total de 28 páginas da obra.[3]
Relevância
Este edifício reveste-se de especial interesse para a acção:
- é aí que Carlos vê Maria Eduarda pela primeira vez;
- é aí que acontece o Jantar, o que torna o Hotel Central fundamental no delinear do espaço social queirosiano. João da Ega quer homenagear o marido da sua amante e prepara um jantar com os amigos. O ambiente torna-se pesado pela disputa verbal entre João da Ega e o Poeta Tomás de Alencar. O primeiro defende os princípios doutrinais do Realismo e o segundo do Romantismo. Criticam também Portugal em alguns aspectos.
Caracterização
A ambiência caracterizada por:
- Ociosidade;
- Futilidade;
- Valorização do estrangeiro;
Representa uma crítica:
- À Literatura: exageros do ultra-romantismo (Alencar) e distorção das teses naturalistas (Ega);
- Literária – oposição Naturalismo vs Romantismo;
- Às Finanças: irresponsabilidade e incompetência do director do Banco e ao estado das finanças nacionais (Cohen);
- À mentalidade retrógrada;
Referências
- ↑ Lúcia Vaz Pedro (29 de Março de 2015). «Crónica social em "Os Maias" de Eça de Queirós». Consultado em 10 de fevereiro de 2018
- ↑ Alexandra Sofia Costa - Antena 1 (11 de Setembro de 2014). «João Botelho destaca atualidade do filme "Os Maias" que estreia nas salas de cinema»
- ↑ Marcelo Copello (21 de maio de 2017). «Eça de Queiroz, o grande cronista do vinho». Consultado em 10 de fevereiro de 2018