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Polinização

Gramínea Cortaderia sellowana, com suas inflorescências ao vento: polinização anemófilia
Flor de Neomarica candida sendo visitada por abelha: polinização entomófila
Flor de Wedellia paludosa visitada por borboleta: polinização psicófila

Polinização é o ato da transferência de células reprodutivas masculinas (núcleos espermáticos) através dos grãos de pólen (espermatozoides das plantas) que estão localizados nas anteras de uma flor, para o receptor feminino (estigma) de outra flor (da mesma espécie), ou para o seu próprio estigma.[1] Pode-se dizer que a polinização é o ato sexual das plantas espermatófitas, já que é através deste processo que o gameta masculino pode alcançar o gameta feminino e fecundá-lo.

Métodos

A transferência de pólen pode ser através de fatores bióticos, ou seja, com auxílio de seres vivos, ou abióticos, através de fatores ambientais.[1] Os tipos gerais de polinização são os seguintes:

Pode haver também a autopolinização, quando uma flor recebe seu próprio pólen.[5] Em muitos casos, a flor possui mecanismos que rejeitam o pólen produzido em suas anteras, o que assegura a polinização cruzada, ou seja, que haja intercâmbio de genes com outros indivíduos da espécie.[6] No entanto, indivíduos de algumas espécies não apresentam esses mecanismos, e aproveitam-se de seu próprio pólen para produzir sementes e garantir a estabilidade de sua população. Alguns destes mecanismos são:[6]

  • Dicogamia: consiste no amadurecimento dos órgãos reprodutores em épocas diferentes; a dicogamia pode ser de dois tipos:
  • Protandria: quando amadurecem em primeiro lugar os órgãos masculinos e posteriormente os órgãos femininos.
  • Protoginia: quando amadurecem primeiramente os órgãos femininos e posteriormente os órgãos masculinos.
  • Dioicia: aparecimento de indivíduos com sexos separados: uma planta masculina e outra feminina.
  • Hercogamia: ocorre uma barreira física, que separa com filetes curtos e estiletes longos.
  • Heterostilia: ocorrência, nas flores, de estames com filetes curtos e estiletes longos
  • Auto-esterilidade: neste caso, a flor é estéril ao pólen que ela mesma produziu.
  • Casmogamia: fecundação que ocorre após a abertura da flor (oposto de clistogamia.

Entre as Gimnospermas a polinização é quase sempre anemófila. Especula-se que isso seja consequência do momento em que estas plantas evoluíram, quando não havia insetos especializados na coleta de pólen, como abelhas. A pequena variedade de meios de polinização neste grupo reflete-se na pouca variação morfológica de suas estruturas reprodutivas.

Em contraste, entre as Angiospermas, o surgimento de flores coincidiu com o surgimento de abelhas, borboletas, mariposas, aves e mamíferos, e a estrutura reprodutiva destas plantas foi selecionada de forma a atrair estes animais, surgindo então uma miríade de formas, tamanhos, cores, aromas e texturas, cada uma de acordo com uma estratégia mais ou menos específica de atração de polinizadores. Surgiram novas estruturas, como nectários, anteras com pólen estéril, ornamentações, pétalas comestíveis, glândulas de perfume, óleo e resina, todos recursos benéficos a aqueles animais que asseguram que suas flores sejam visitadas e seu pólen carregado para outra flor da mesma espécie.

O sucesso das Angiospermas entre os outros grupos vegetais, no que se refere à polinização, deve-se à elasticidade morfológica das flores de Angiosperma e sua capacidade de adaptação a diferentes agentes polinizadores, entre outros fatores.

Referências

  1. 1,0 1,1 «What is Pollination?». www.fs.fed.us. Consultado em 4 de julho de 2019 
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 «Polinização: como ocorre, tipos, polinizadores». Toda Matéria (em português). Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  3. Gottsberger, Gerhard. «Evolutionary steps in the reproductive biology of Annonaceae». Revista Brasileira de Fruticultura (em English). 36 (SPE1): 32–43. ISSN 0100-2945. doi:10.1590/S0100-29452014000500004 
  4. 4,0 4,1 «Adaptações para a polinização». Mundo Educação (em português). Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  5. «Biology of Plants: Pollination». www.mbgnet.net. Consultado em 4 de julho de 2019 
  6. 6,0 6,1 «Pollination - Mechanisms that prevent self-pollination». Encyclopædia Britannica (em English). Consultado em 4 de julho de 2019 
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