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Hetman

Brasão Hetman

Hetman era o título do segundo mais alto comandante militar (depois do monarca) usado do século XV ao XVIII na Polônia e Grão-Ducado da Lituânia, conhecida de 1569 a 1795 como a República das Duas Nações.

Este título, foi também usado entre os ucranianos e cossacos desde o século XVI.

Etimologia

Uma teoria sustenta que todas as variantes são derivadas da língua alemã "Hauptmann": "Haupt" significa "principal" ou "cabeça", "Mann" significa "homem". Outra opinião, citada no Dicionário etimológico do idioma russo de Vasmer é que "ataman" e variantes são de derivações separadas, convergindo com aquela de Hauptmann/Hetman.

Ainda outra opinião é a de que teria o nome alemão "Hauptmann" derivado do polonês "Hetman/Hatman" que é finalmente derivado do turco "Atman".

O estado prussiano, que mudou seu idioma administrativo do polonês para o alemão por volta de 1657 foi altamente influenciado pelas tradições militares polonesas.

Hetmans da Polônia e Lituânia

O primeiro título polonês da Grande Coroa Hetman foi criado em 1505. O título de hetman foi dado ao líder do Exército polonês e até 1581 hetman existiu somente durante específicas campanhas de guerras. Depois disso, tornou-se um título permanente, como foram todos os títulos do Reino da Polônia e República das Duas Nações. O título não poderia ser retirado a menos que fosse comprovada traição (a partir de 1585). Sendo assim os hetmans duravam a vida toda, como ilustrado pelo caso de Jan Karol Chodkiewicz que comandou o exército literalmente de seu leito de morte. Os hetmans não eram pagos por seu trabalho pelo Tesouro Real. Os hetmans eram comandantes-chefes das forças militares, atrás apenas do monarca na cadeia de comando do exército. O fato deles não poderem ser substituídos pelo monarca tornava-os muito independentes, e portanto capazes de seguirem políticas separadas por eles próprios. Este sistema trabalhava bem quando um hetman tinha grande habilidade e o monarca era fraco, mas justamente por isso algumas vezes produziu resultados desastrosos quando as posições se invertiam, como acontecido nas ações de Mikołaj Potocki em 1648. O contraste com estados vizinhos à República, onde comandantes de exércitos podiam ser demitidos a qualquer tempo por seus soberanos, era imenso.

A reforma em 1776 limitou os poderes dos hetmans. O cargo de hetman foi abolido após a terceira partição da Polônia em 1795.

Hetmans dos Cossacos

Ao fim do século XVI os comandantes dos cossacos Zaporizhian eram chamados de Koshovyi Otaman. A partir de 1572, o hetman era um comandante do Exército Cossaco (ucraniano: Реєстрове козацьке військо) da República das Duas Nações. Desde o início da Revolta de Chmielnicki de Bohdan Khmelnytsky em 1648, o hetman era o chefe do Estado ucraniano (líder da Zaporozhian Host permanecendo Koshovyi Otaman, em 1723 essa patente foi substituída pela de Nakazny Otaman, nomeada pelo Tsar da Rússia). Embora eles fossem eleitos, os hetmans ucranianos tinham amplos poderes e atuavam como chefe do estado cossaco, seu comandante militar e legislador supremo (para a emissão de decretos administrativos).

Depois da divisão da Ucrânia ao longo do Rio Dnieper pelos poloneses e russos no Tratado de Andrusovo em 1667, os cossacos ucranianos (e os hetmans cossacos) são conhecidos como cossacos da margem esquerda e cossacos da margem direita.

No Império Russo, o cargo de Hetman cossaco foi abolido por Catarina II da Rússia em 1764. O último Hetman do Exército Zaporozhian (título formal do Hetman da Ucrânia) foi Kyrylo Rozumovsky (1728-1803), (governou de 1751 a 1764).

O título ressurgiu na Ucrânia durante a revolução de 1917 a 1920. No início de 1918, um golpe apoiado por conservadores alemães derrubou o Governo socialista ucraniano, conhecido como Centralna Rada e a sua República Popular Ucraniana e estabeleceu a "Hetmanate" ou monarquia encabeçada por Pavlo Skoropadsky que reivindicou o título de "Hetman da Ucrânia". Este regime durou até o final de 1918 quando foi derrubado por uma nova "Diretoria" da restabelecida República Popular Ucraniana.

Ver também

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