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Henrique III do Sacro Império Romano-Germânico

Predefinição:Info/Nobre Henrique III (28 de outubro de 10175 de outubro de 1056), apelidado de "o Negro" ou "o Piedoso", foi o Imperador Romano-Germânico de 1046 até sua morte, além de Rei da Itália e Borgonha a partir de 1039 e Rei dos Romanos começando em 1028. Era filho do imperador Conrado II e sua esposa Gisela da Suábia.

Seu reinado foi marcado pela tentativa de reformar a Igreja e por seu uso de investiduras laicas para atingir objetivos políticos e religiosos. Sua política continuou sob seu filho e sucessor, Henrique IV, e levou ao conflito conhecido como a questão das Investiduras.

Infância e ascensão ao trono

O primeiro tutor de Henrique, foi Bruno, Bispo de Augsburg. Com a morte de Bruno em 1029, Egilbert, Bispo de Freisibg, foi nomeado para o seu lugar. Em 1033, com a idade de dezasseis anos, Henrique atingiu a maioridade e Egilberto foi compensado por seus serviços. Em 1035, Adalbero, duque da Caríntia, foi deposto por Conrado, mas Egilberto convenceu Henrique a recusar essa injustiça e os príncipes da Alemanha, tendo elegido legalmente Henrique, não reconheceriam a deposição a menos que seu rei também o reconhecesse. Henrique, de acordo com a sua promessa a Egilberto, não consentiu com o ato de seu pai e Conrado, estupefato, caiu inconsciente após muitas tentativas de convencer Henrique. Ao recuperar-se, Conrado ajoelhou-se diante de seu filho e exigiu o consentimento desejado. Egilberto foi severamente penalizado pelo imperador.[1]

Em 1036, Henrique casou-se com Gunilda da Dinamarca, filha de Canuto, o Grande, rei da Dinamarca, Inglaterra e Noruega, através de sua esposa Ema da Normandia. Desde o início, o pai de Henrique havia combinado com Canuto para que ele governasse algumas partes do norte da Alemanha (Kiel) e, por sua vez, para que seus filhos se casassem. O casamento ocorreu em Nijmegen na idade legal mais precoce. Em 1038, Henrique foi chamado para ajudar seu pai na Itália, e Gunilda morreu na costa do Adriático durante a viagem de volta (da mesma epidemia com que Hermano IV da Suábia morreu). Em 1039, seu pai também morreu, e Henrique tornou-se o único governante e imperador in spe[1].

Reinado

Após a morte de Conrado

Henrique passou o seu primeiro ano no poder numa viagem pelos seus domínios. Ele visitou os Países Baixos para receber a homenagem de Gotelo I, Duque da Alta e Baixa Lorena. Em Colónia, juntou-se a ele Hermano II, arcebispo de Colónia, que o acompanhou a si e à sua mãe à Saxónia, onde ele deveria construir a cidade de Goslar da obscuridade à grandiosidade imperial. Ele tinha uma força armada quando entrou na Turíngia para se encontrar com Ecardo II, marquês de Meissen, cujos avisos e conselhos ele desejava sobre os recentes sucessos do duque Bretislau I da Boémia na Polônia[1].

Apenas uma embaixada boémia com reféns aplacou Henrique e ele desfez seu exército e continuou a sua viagem. Ele passou pela Baviera, onde, após sua partida, o rei Pedro Urseolo da Hungria enviou grupos de ataque à Suábia. Lá, em Ulm, ele convocou um Conselho de Príncipes no qual recebeu o seu primeiro reconhecimento da Itália[1].

No regresso a Ingelheim foi reconhecido por uma embaixada da Borgonha e Ariberto, arcebispo de Milão, a quem apoiara contra seu pai. Esta paz com Ariberto curou a única ferida aberta no Império. Enquanto isso, em 1039, enquanto percorria seus domínios, Conrado, sucessor de Adalbero na Caríntia e primo de Henrique, morreu sem filhos. Henrique, sendo seu parente mais próximo, herdou automaticamente esse ducado também. Ele era agora um triplo-duque (Baviera, Suábia e Caríntia) e triplo-rei (Alemanha, Borgonha e Itália)[1].

Controlo da Boémia

A primeira campanha de Henrique como único governante ocorreu em 1040 na Boémia, onde Bretislau permanecia uma ameaça, especialmente por via das incursões de seus aliados húngaros. Em Stablovice, após estabelecer a reforma de alguns mosteiros, Henrique convocou o seu exército. Em julho, encontrou-se com Ecardo em Goslar e juntaram as suas forças em Ratisbona. Ele partiu a 13 de agosto, mas foi atacado e a expedição terminou em desastre. Apenas quando libertou vários reféns boémios, incluindo o filho de Bretislau, os alemães conseguiram a libertação de seus camaradas e o estabelecimento da paz. Henrique recuou rapidamente, com uma pequena fanfarra, preferindo ignorar a sua primeira grande vitória. No regresso à Alemanha, ele nomeia Suidger, Bispo de Bamberg, que seria mais tarde o Papa Clemente II.[1]

Primeira campanha húngara

Em 1040, Pedro da Hungria foi deposto por Samuel Aba e fugiu para a Alemanha, onde Henrique o recebeu bem apesar da antiga inimizade entre eles. Bretislau ficou assim privado de um aliado, e Henrique renovou os preparativos para a campanha na Boémia. A 15 de agosto, ele e Ecardo partem mais uma vez, exatamente um ano após a sua ultima expedição. Desta vez ele saiu vitorioso e Bretislau assinou um tratado de paz em Ratisbona.[1]

Henrique passou o Natal de 1041 em Estrasburgo, onde recebeu emissários da Borgonha. Ele viajou até lá no novo ano e dispensou justiça conforme o necessário. No regresso, ele ouviu, em Basileia, sobre as incursões na Baviera do rei da Hungria. Em Colónia, Henrique convocou os príncipes reais, que por unanimidade declararam guerra à Hungria. Após ter enviado uma delegação de casamento a Inês de Poitou, estabeleceu-se em Setembro de 1042 e afortunadamente subjugou os territórios ocidentais da Hungria. Aba fugiu para os seus estados orientais, com Henrique a instalar um primo como governador, que foi, contudo, rapidamente afastado após a retirada do imperador.

Após o Natal, na residência imperial preferida, Goslar, recebe convidados estrangeiros. O Duque Bretislavo aparece em pessoa, uma embaixada de casamento de Kiev é despachada e os embaixadores de Casimiro I da Polónia são rejeitados já que o Duque não apareceu pessoalmente. Henrique parte para a fronteira francesa perto de Ivois, a fim de se encontrar com o Rei Henrique I de França, mais precisamente para discutir o casamento iminente com a princesa da Aquitânia. De seguida, Henrique volta à Hungria e força Aba a reconhecer os territórios Danubianos, uma antiga doação de Estevão I da Hungria, pro causa amicitiae (por amizade). Estes territórios tinham sido cedidos à Hungria após a derrota de Conrado II em 1030. Esta fronteira manteve-se entre a Hungria e a Áustria até 1020.

Promoção de Speyer

Gisela, mãe de Henrique, morre em março de 1043. Ela foi solenemente sepultada em Speyer. O rei aparece de pés descalços, em lágrimas, e manto de penitente no funeral, de braços cruzados, atira-se ao chão na frente da multidão e leva todos às lágrimas. Com a emulação da abnegação de Cristão humilde, ele tenta provar a sua habilidade para manter um reinado piedoso. Henrique promove Speyer agora mais do que seu pai Conrado. Pouco antes de partir para Itália, ele dota a igreja comum magnifico livro ilustrado do evangelho, chamado Codex Aureus Escorialensis, também conhecido como o Evangelho de Speyer. O Domo de Speyer foi gradualmente estendido durante os anos seguintes e um grande sector de sepulturas foi criado para futuros governantes e continuidade real. [2]

Em Outubro de 1043, Henrique, exibindo profunda piedade pessoal, anuncia do púlpito da Catedral de Constança que a Paz de Deus tem de ser respeitada em todos os seus reinos todos os dias. Este dia será lembrado como o "Dia da Indulgência" ou "Dia do Perdão". Henrique garante indulgência universal e perdão enquanto promete esquecer todas as injúrias sofridas, dores e refrear os atos de vingança[3] e encoraja todos os seus súbditos imperiais a fazer o mesmo[4].

Relações familiares

Foi filho de Conrado II e da primeira esposa deste, Gisela da Suábia, filha de Hermano II da Suábia,[5] duque da Suábia e de Gerberga de Borgonha.

Casou-se pela primeira vez em 1036 com Gunhilda da Dinamarca (depois chamada Cunegunda), filha do rei Canuto II da Dinamarca e de Ema da Normandia, com quem teve:

  1. Beatriz (1037 - 13 de julho de 1061), abadessa da Colegiada de Quedlimburgo e da Abadia de Gandersheim.

Com a morte de Gunhilda apenas dois anos depois do casamento, Henrique casou-se segunda vez com Inês da Aquitânia (1023 - 14 de dezembro de 1077), em 1043, filha do duque Guilherme V da Aquitânia. Tiveram:

  1. Adelaide II;
  2. Gisela;
  3. Matilde da Germânia, casada com Rodolfo da Suábia ;
  4. Henrique IV, Imperador Romano-Germânico;
  5. Conrado II, duque da Baviera;
  6. Judite da Suábia casada com Ladislau I Herman da Polónia (1040 - 4 de junho de 1102).

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 «Holy Roman Emperor Henry III - 1046-1056». www.holyromanempireassociation.com. Consultado em 28 de maio de 2022 
  2. Reuter, Timothy (2006). Medieval Polities and Modern Mentalities. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 98. ISBN 978-1-139-45954-9 
  3. Kampers, Franz. "Henry III." The Catholic Encyclopedia Vol. 7. New York: Robert Appleton Company, 1910. 4 January 2016
  4. "Heinrich III". Deutsche Biographie. Retrieved 15 February 2020
  5. Sa généalogie sur le site Medieval Lands
  1. RedirecionamentoPredefinição:fim


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Precedido por
Conrado II
Rei da Germânia
1024 - 1039
Sucedido por
Henrique IV
Precedido por
Conrado II
Imperador Romano-Germânico
1046 - 1056
Sucedido por
Henrique IV
Precedido por
Conrado II
Rei da Itália
1028 - 1056
Sucedido por
Henrique IV

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