O Gumbé é um gênero musical que nasceu da junção de alguns ritmos tradicionais da Guiné-Bissau como o Tina, Tinga, Brocxa, Kussundé (da etnia Balanta), Djambadon (Mandinga) e Kunderé (Bijagós). O instrumento principal desse ritmo é a cabaça ou apenas cabaz.
Como vários outros países africanos, Guiné-Bissau sofreu influência musical significativa de Portugal (fado) como aconteceu com Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique. Ainda nesse contexto colonial, é interessante frizar que, mesmo com a conquista de sua independência em 1973, o Gumbé, só se tornou popular após essa data quando Ernesto Dabó produziu em Lisboa o tema M’Ba Bolama. As músicas desse estilo são cantadas em Kriol e suas letras sempre remetem a algum assunto social, relacionamento entre as pessoas tanto amor como de amizade, questões políticas também são retradas nas letras do Gumbé e, inclusive, sobre o Sida.
Mais tarde entre anos 70 e início de 80, viveu-se no Gumbé a era de Super Mama Djombo, com o primeiro trabalho datado entre os anos 70 e início de 80 com o álbum Cambança, bastante popular em todo o país. As músicas desse gênero tratavam bastante de assuntos que envolvia o lado político e social da Guiné-Bissau e, o que nos conta a história é que os primeiros grupos musicais do país, como África Livre, Chifre Reto e Kapa Negra, tinham densas relações com o poder político. Na mesma situação estava inserido nesse contexto de difícil relação o histórico José Carlos, considerado um crítico do poder colonial e da administração pós-independência. Ele acabou por morrer em um acidente de avião em Havana. Até esse acidente ainda ouvia-se rumores os quais cogitavam uma possibilidade de que havia grande intenção de eliminação física de José Carlos por causa do conteúdo político de suas canções.
Atualidade
Atualmente, muitos artistas contribuem com a evolução do Gumbé, como Sidónio Pais, Justino Delgado, Manecas Costa, o grupo Tabanka Djaz, Rui Sangará, Dulce Neves, Nené Tuty, Buka Pussik, Maio Copé, entre tantos outros. Além, claro de influências internacionais que o Gumbé vai ganhando.[1]