Guerreiro é um grupo de dançadores e cantadores semelhante ao reisado, mas com maior número de figurantes e episódios, maior riqueza nos trajes e enfeites e maior beleza nas músicas.
É um folguedo natalino surgido em Alagoas entre os anos de 1927 e 1929, sendo o resultado da fusão de reisados alagoanos, da chegança, dos pastoris e do auto das caboclinhas.
Rico em cores e enredo, é o folguedo mais frequente nas festas populares, possuindo vários personagens como rei, rainha, mestre, contra-mestre, dois embaixadores, general, lira, índio Peri e seus vassalos, dois mateus, dois palhaços, às vezes uma catirina, a sereia, a estrela de ouro, a estrela brilhante, a estrela republicana, a banda da lua e as figuras ou "figural".
Os trajes são multicoloridos, imitação dos antigos trajes nobres, adaptados ao gosto e às possibilidades econômicas. Usam fitas, espelhos, contas de aljôfar, enfeites de árvore de natal nos chapéus, que aparecem em forma de igrejas, palácios e catedrais, diademas, coroas, guarda-peitos, calções e mantos.
O mestre é o responsável por todos os componentes do grupo, tem o dom do canto, do tropel e da grosa, ensina e coordena as partes. O guerreiro possui ainda uma série de entremeios como o doido, o javali, o morto-vivo, o lobisomem, o diabo e a alma, o capitão piloto, o mascote, a mãe velha, o messias, o mata-mosquito e o boi, que aparece mais simplificado e modernizado que nos reisados, não havendo nem morte, nem repartição e nem ressurreição do mesmo.
Consta de uma sequência de cantigas dançadas, denominadas de "peças", intercaladas de "marchas" e representações constituídas de entremeios e partes: marcha da rua, cantos e danças de abrição de portas, entrada de sala, adoração ao divino e despedida.
Principais Mestres do Guerreiro em Alagoas
Todos os Mestres citados já estão falecidos, deram grande contribuição para a manutenção e preservação do folguedo genuinamente alagoano. Graças a pesquisa da folclorista Josefina Maria Medeiros Novaes[1] em seu livro, ASFOPAL - 25 anos brincando sério, é possível ter uma relação quase precisa dos Mestres de Guerreiro que existiram no último século.
- Mestra Joana Gajuru (Maribondo)
- Mestre Adelmo (Atalaia)
- Mestre Eduardo (Coruripe)
- Mestre Manoel Quirino (Cajueiro)
- Mestre Zé Leonízio (Murici)
- Mestre Venâncio ( Santos Dumont - Maceió)
- Mestre Benon Pinto (Bebedouro - Maceió)
- Mestre José Tenório (Chã da Jaqueira - Maceió)
- Mestra Augusto Maria (Tabuleiro dos Martins - Maceió)
- Mestra Celsa Maria (Vergel do Lago - Maceió)
- Mestre José Eduardo Salvador (Penedo)
- Mestre João Antônio (Salgado - Maribondo)
- Mestre Juvenal Leonardo (Vergel do Lago - Maceió)
- Mestre Juvenal Domingos (João Sampaio - Maceió)
- Mestra Nivaldo Abdias (Chã da Jaqueira - Maceió)
- Mestre Sebastião (Viçosa)
- Mestre Zé Anj de Oliveira (Pilar)
- Mestre João Inácio da Silva
- Mestre Benedito (Murici)
- Mestre Djalma de Oliveira (Maceió)
- Mestre João Elias
- Mestra Maria Vitória (Maceió)
- Mestre Euclides (Usina Santa Teresa)
- Mestre Cândido Sertanejo
- Mestre Marcolino
- Mestre Zé Leonízio (Messias)
- Mestre Antônio Santana (Maceió)
- Mestre José Terto (Maceió)
- Mestre Sebastião Batista (Fazenda Bom Jardim)
- Mestre João José
- Mestre Patrício (Murici)
- Mestre Jorge Ferreira (Maceió)
- Mestre Luiz Moreno (Viçosa)
- Mestre Zé Diabo (Maceió)
- Mestre João Beato (Maribondo)
- Mestre Pedro Mendes (Rio Largo)
- Mestre Aurélio (Rio Largo)
- Mestre Verdelinho (Maceió)
- Mestre Alfredo de Jesuino
- Mestre Antônio Henrique
- Mestre Augusto José dos Santos
- Mestre Arnóbio Domingos dos Santos (Anadia)
- Mestra Dolores Braúna
- Mestra Esmerita da Silva
- Mestre João Amado
- Mestre João Otávio da Silva
- Mestre João Rosa
- Mestre Otávio da Silva
- Mestre José Braúna
- Mestre José Euzébio dos Santos
- Mestre José Marcolino
- Mestre José Morais
- Mestre José Santana
- Mestre Luiz Góes (Viçosa)
- Mestre José Santana
- Mestre Luís Moreno
- Mestre Manuel Lourenço
- Mestra Maria de Lourdes da Silva
- Mestre Mário Balbino da Silva
- Mestre Sebastião José
Grupos em atividade no Estado
ATUALIZADO em ABRIL de 2020, segue os nomes dos grupos parciais no estado, existem outros em atividade.
- Guerreiro São Pedro Alagoano - Mestra Maria Helena (Maceió)
- Guerreiro Treme Terra Pilarense - Mestre Edivar Vicente Feitosa (Pilar)
- Guerreiro Campeão Vencedor - Mestre Benedito Misael (Anadia)
- Guerreiro da Viçosa - Mestra Quitéria (Viçosa)
- Guerreiro Asa Branca - Mestre Elias Fortunato (Arapiraca)
- Guerreiro Leão do Norte - Mestre Canarinho (Taquarana)
- Guerreiro Mensageiros de Padre Cícero - Mestre André (Maceió)
- Guerreiro Vencedor Alagoano - Mestra Dolores (Maceió)
- Guerreiro Treme Terra Canoense - Mestre Laurentino (Lagoa da Canoa)
- Guerreiro do Mestre Pedro Lavandeira (Igaci)
- Guerreiro Treme Terra das Alagoas - Mestre Cícero (Maceió) este está sendo reativado.
Bibliografia básica
- ALAGOAS, Secretaria de Cultura do Estado de. Alagoas, seus folguedos & suas danças. 1ª edição, 2016
- BRANDÃO, Théo. Folguedos Natalinos. 3ª edição, 2003
- DANTAS, Cármen Lúcia, TENÓRIO, Douglas Apratto. Alagoas Popular: folguedos e danças da nossa gente. Instituto Arnon de Melo, 2013
- PEDROSA, Tania de Maya. Arte popular em Alagoas. Maceió, 2004
- ROCHA, José Maria Tenório. Folguedos e danças de Alagoas. Maceió, 1984
- ↑ NOVAES, Josefina Maria Medeiros (2010). ASFOPAL - 25 anos brincando sério!. [S.l.]: Grafmarques. pp. 40–69