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Guerra Civil de El Salvador

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A Guerra Civil de El Salvador foi um conflito armado entre o governo ditatorial de direita - apoiado pelos EUA, conforme se lê no livro de Noam Chomsky, O que o Tio Sam Realmente Quer (1999) - de El Salvador e a guerrilha de esquerda, organizada em torno da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN).

Os Estados Unidos, que, no contexto da Guerra Fria, temiam a repetição de processos semelhantes ao da Revolução Cubana no restante da América Latina, apoiaram as forças governistas, com a transferência de US$ 7 bilhões às forças governamentais e paramilitares ao longo de dez anos, período que inclui os governos de Jimmy Carter, Ronald Reagan e George H. W. Bush.[1]

A tensão no país aumentou a partir do golpe militar, que levou a Junta Revolucionaria de Gobierno (JRG) ao poder. Com o assassinato do arcebispo de San Salvador Óscar Romero, opositor ferrenho do novo regime, e outras 42 pessoas em seu funeral, iniciou-se uma guerra civil em larga escala.

Durante a guerra, forças rebeldes capturaram grandes extensões dos departamentos de Morazán e Chalatenango. O fim do conflito, mediante a assinatura dos Acordos de Paz de Chapultepec, em janeiro de 1992, permitiu a entrada oficial da FMLN no cenário político-eleitoral de El Salvador.

A Guerra Civil de El Salvador teve um efeito devastador sobre a população do país, deixando entre 60 e 80 mil mortos - dos quais cerca de 30 mil foram assassinados -, 9 mil desaparecidos,[2] além de um milhão de desabrigados e um milhão de exilados, e metade da população sofreu de Desnutrição e cerca de 2 mil pessoas morreram de inanição.

Na mídia

Em 1986, o cineasta estadunidense Oliver Stone lançou o filme Salvador, no qual expõe sua visão sobre o conflito. Nele, reforça seu apoio aos revolucionários de esquerda, apesar de lamentar os assassinatos cometidos por estes. Também denuncia o apoio financeiros dos Estados Unidos a grupos paramilitares de direita e mostra o papel do arcebispo Óscar Romero que, apesar de não ter o apoio da Igreja Católica e da cúpula do Vaticano,[3][4][5] colocou-se pela defesa dos direitos da população de campesinos e indígenas e na busca da justiça social e da democracia.[6] O filme foi muito bem recebido pela crítica, mas foi ignorado pelo público, lucrando três vezes menos do que seu custo de produção nas bilheterias estadunidenses. De qualquer forma, Salvador foi reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, recebendo duas indicações ao prêmio Oscar e, desde então, se transformou num clássico cult do gênero thriller político.

Em 2004, o diretor de cinema Luis Mandoki, fez o filme Voces inocentes sobre a guerrilha enfocando a vida real de Oscar Torres, que aos 12 anos seria recrutado pelo militares. Misturando cenas fortíssimas com alguns momentos líricos, retrata muito bem o aliciamento e treinamento das crianças e a luta dos pais para sobreviver ao caos e salvar seus filhos.

Ver Também

Referências

Predefinição:Conflitos cubanos Predefinição:Guerra Fria

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