Federico García Lorca | |
---|---|
García Lorca em 1932. | |
Nascimento | 5 de junho de 1898[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Fuente Vaqueros,[1] Granada, Espanha |
Morte | 18 de agosto de 1936 (38 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Granada, Espanha |
Nacionalidade | Espanhol |
Ocupação | Poeta, dramaturgo |
Movimento literário | Geração de 27 |
Magnum opus | Bodas de Sangue |
Carreira musical | |
Período musical | Século XX |
Assinatura | |
Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] — Granada, 18 de agosto de 1936[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.[1]
Biografia
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transferiu-se para Madrid, onde fez amizade com artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseia-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi norte-americano. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens do Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um movimento de teatro chamado La Barraca. E, foi duramente perseguido por conta de sua homoafetividade.
Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.
O assassinato e o corpo
Controvérsia significante permanece sobre os motivos e os detalhes do assassinato de Lorca. Motivações pessoais, não-políticas também têm sido sugeridas. O biógrafo de García Lorca, Stainton, afirma que seus assassinos fizeram comentários sobre a sua orientação sexual, o que sugere que esse aspecto possa ter desempenhado um papel na sua morte.[2] Ian Gibson sugere que o assassinato de García Lorca foi parte de uma campanha de assassinatos em massa que visava a eliminação de apoiantes da Frente Popular. No entanto, Gibson propõe que a rivalidade entre a anticomunista Confederação Espanhola de Direito Autónomo (CEDA) e a Falange foi um fator importante na morte de Lorca. O ex-vice parlamentar da CEDA, Ramon Ruiz Alonso García, prendeu Garcia Lorca na casa de Rosales e foi o responsável pela denúncia original que levou ao mandado de captura emitido.
Tem sido argumentado que García Lorca era apolítico e tinha muitos amigos em ambos os campos, republicano e nacionalista. Gibson contesta isso em seu livro de 1978 sobre a morte do poeta. Ele cita, por exemplo, o manifesto publicado de Mundo Obrero, que Lorca assinara mais tarde e alega que Lorca foi um apoiante activo da Frente Popular.[3] Lorca leu um manifesto num banquete em honra do companheiro poeta Rafael Alberti em 9 de fevereiro de 1936.
Muitos anticomunistas eram simpáticos a Lorca. Nos dias antes da sua prisão, ele encontrou abrigo na casa do artista e líder membro da Falange, Luis Rosales. O poeta comunista Vasco Gabriel Celaya escreveu nas suas memórias que uma vez se encontrou com García Lorca, na companhia do falangista José Maria Aizpurua. Celaya escreveu ainda que Lorca jantava todas as sextas-feiras com o fundador e líder falangista José Antonio Primo de Rivera.[4] Em 11 de março de 1937, foi publicado um artigo na imprensa falangista denunciando o assassinato de García Lorca: " O melhor poeta da imperial Espanha foi assassinado".[5] Jean Louis Schonberg também apresentou a teoria do "ciúme homossexual".[6] O processo relativo ao assassinato, compilado a pedido de Franco e referido por Gibson e outros, ainda virá à tona. O primeiro relato publicado de uma tentativa de localizar o túmulo de Lorca pode ser encontrado no livro do viajante britânico e hispânico Gerald Brenan em "A face da Espanha".[7] Apesar das tentativas iniciais, como Brenan, em 1949, o local permaneceu desconhecido durante a era franquista.
Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão a sua homossexualidade.[8]
Obras
Em sua curta existência, García Lorca deixou importantes obras-primas da literatura, muitas delas publicadas postumamente, dentre as quais:
- Poesia
- Livro de Poemas - 1921
- Ode a Salvador Dalí - 1926.
- Canciones (1921-24) - 1927.
- Romancero gitano (1924-27) - 1928.
- Poema del cante jondo (1921-22) - 1931.
- Ode a Walt Whitman - 1933.
- Canto a Ignacio Sánchez Mejías - 1935.
- Seis poemas galegos - 1935.
- Primeiras canções (1922) - 1936.
- Poeta em Nueva York (1929-30) - 1940.
- Divã do Tamarit - 1940.
- Sonetos del Amor Oscuro - 1936
- Prosa
- Impressões e Paisagens - 1918
- Desenhos (publicados em Madri) - 1949
- Cartas aos Amigos - 1950
- Teatro
- Assim que passarem cinco anos - Lenda do tempo - 1931.
- Retábulo de Don Cristóvão e D.Rosita - 1931.
- Amores de Dom Perlimplim e Belisa em seu jardim" - 1926.
- Mariana Pineda - 1925.
- Dona Rosinha, a solteira - 1927.
- Bodas de Sangue (Trilogia) - 1933.
- Yerma (Trilogia) - 1934.
- A Casa de Bernarda Alba (Trilogia) - 1936.
- Quimera - 1930.
- El publico - 1933.
- O sortilégio da mariposa - 1918.
- A sapateira prodigiosa - 1930.
- Pequeno retábulo de Dom Cristóvão - 1931.[9]
Ver também
- Casa-Museu Federico García Lorca, instalado na casa de veraneio da sua família em Granada.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Maurer, Christopher. «Biografía. Una vida breve». Fundación Federico García Lorca. Consultado em 10 de setembro de 2011
- ↑ Stainton, Lorca: A Dream of Life.
- ↑ Gibson, Ian (1996). El assasinato de García Lorca (in Spanish). Barcelona: Plaza & Janes. p. 52. ISBN 978-84-663-1314-8
- ↑ Arnaud Imatz, "La vraie mort de Garcia Lorca" 2009 40 NRH, 31–34, at p. 31-2, quoting from the Memoirs.
- ↑ Luis Hurtado Alvarez, Unidad (11 March 1937)
- ↑ "Frederico Garcia Lorca. L'homme – L'oeuvre" 1956 (Paris, Plon).
- ↑ Gerald Brenan, The Face of Spain, Chapter 6, 'Granada'. (Serif, London, 2010).
- ↑ «Garcia Lorca e a Guerra Civil Espanhola»
- ↑ Bibliografía, in: Federico Garcia Lorca: Antologia Poetica, Barcelona: Plaza & Janés Editores, S. A., 1996.