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Fernando Assis Pacheco

Fernando Assis Pacheco
Nome completo Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco
Nascimento 1 de fevereiro de 1937[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Coimbra, Portugal
Morte 30 de novembro de 1995 (58 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Portugal portuguesa
Cônjuge Maria do Rosário Pinto de Ruella Ramos (1963-1995, 6 filhos)
Ocupação Poeta, escritor, jornalista
Principais trabalhos Cuidar dos Vivos; Walt; A Musa Irregular; Trabalhos e Paixões de Benito Prada; Retratos Falados

Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco (Coimbra, 1 de fevereiro de 1937Lisboa, 30 de novembro de 1995) foi um jornalista, crítico, tradutor e escritor português.[1][2][3]

Biografia

Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, viveu nesta cidade até iniciar o serviço militar, em 1961. Filho de José Maria Assis Pacheco, médico em Coimbra, o seu avô materno era um galego e seu avô paterno era roceiro em São Tomé.

Enquanto jovem, foi ator de teatro, no TEUC e no CITAC,[4] e redator da revista Vértice,[5] o que lhe permitiu privar de perto com o poeta neo-realista Joaquim Namorado e com poetas da sua geração, como Manuel Alegre, bem como com o futuro jornalista José Carlos de Vasconcelos. Foi membro do Orfeão Académico de Coimbra, onde terá conhecido o cantautor português José Afonso.[4]

Cumpriu parte do serviço militar em Portugal entre 1961 e 1963, tendo seguido como expedicionário para Angola, onde esteve até 1965 e onde nasceu a sua filha Rita. Inicialmente integrado num batalhão de cavalaria, viria a ser reciclado nos serviços auxiliares e colocado no Quartel-General da Região Militar de Angola.

Casou a 4 de fevereiro de 1963 com Maria do Rosário Pinto de Ruela Ramos (27 de Julho de 1941), filha de João Ruella Ramos e de sua mulher Germana Marques Vieira Pinto, de quem teve cinco filhas e um filho.

Em 1977 participou no concurso televisivo «A visita da Cornélia», o que lhe granjeou maior popularidade no palco nacional.[5]

Faleceu subitamente a 30 de Novembro de 1995, à porta da «Livraria Buchholz».[5][1][2][3]

Obra literária

Publicou a primeira obra em Coimbra, com o patrocínio paterno, não obstante se encontrar, na altura, em África. «Cuidar dos Vivos»[6] é o título do livro de estreia, poemas de protesto político e cívico, com afloramento dos temas da morte e do amor. Em apêndice, dois poemas sobre a guerra em Angola, que terão sido dos primeiros publicados sobre este conflito. O tema da guerra em África voltaria a impor-se na obra poética «Câu Kiên: Um Resumo» (1972)[5], ainda que sob "camuflagem vietnamita", livro que em 1976 conheceria a sua versão definitiva com o título «Catalabanza, Quilolo e Volta».[6]

Na obra «Memória do Contencioso e Outros poemas»(1980)[6] reúne folhetos publicados entre 1972 e 1980, e em «Variações em Sousa» (1987) constitui um regresso aos temas da infância e da adolescência, com Coimbra como cenário, e refinando uma veia jocosa e satírica já visível nos poemas inaugurais. A novela Walt (1978) comprova-o exuberantemente. Era notável em Assis Pacheco a sua larga cultura galega, aliás sobejamente explanada em alguns dos seus textos jornalísticos e no seu romance «Trabalhos e Paixões de Benito Prada». Em A Musa Irregular (1991)[7] reuniu toda a sua produção poética.

Traduziu para português obras de Pablo Neruda e Gabriel García Márquez.[1][2][3]

Jornalista

Nunca conheceu outra profissão que não fosse o jornalismo: deixou a sua marca de grande repórter no Diário de Lisboa, na República, no JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias[7], no Musicalíssimo e no Se7e, onde foi director-adjunto. Foi também redactor e chefe de Redacção de O Jornal, semanário onde durante dez anos exerceu crítica literária, e colaborador da RTP.[1][2][3]

Homenagens

A Junta de Freguesia de Pardilhó descerrou uma placa na fachada da casa, na actual Rua dos Emigrantes, n.º 2, onde passou muitos verões e Páscoas, e onde escreveu parte da sua obra.

No Bairro de Campo de Ourique, onde viveu em Lisboa, há uma Rua Fernando Assis Pacheco.[8]

No Estoril, onde passou muitas temporadas, e conviveu com o escritor baiano Jorge Amado quando vinha a Portugal, há também uma Rua Fernando Assis Pacheco.

No Bairro dos Olivais, de Coimbra, onde nasceu e viveu em jovem, há uma Rua Fernando Assis Pacheco.

Principais obras

  • Cuidar dos Vivos (poesia), 1963
  • Câu Kiên: Um Resumo (poesia), 1972 (republicado em 1976 com o título Catalabanza, Quilolo e Volta)[9]
  • Walt (novela), 1978
  • Memórias do Contencioso e Outros Poemas (poesia), 1980
  • A Musa Irregular (antologia poética), 1991
  • Trabalhos e Paixões de Benito Prada (romance), 1993
  • Retratos Falados (colectânea de entrevistas), póstumo - 2001
  • Respiração Assistida (poesia), póstumo - 2003
  • Memórias de um Craque (crónicas), póstumo - 2005[10]
  • Bronco Angel, o cow-boy analfabeto (folhetim, primeiro volume da obra completa), póstumo - 2015
  • Tenho Cinco Minutos Para Contar Uma História póstumo - 2017.

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 LOUÇÃ, Francisco. Salvé, Fernando Assis Pacheco
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 Fernando Assis Pacheco na página da Wook.
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 Fernando Assis Pacheco em escritas.org.
  4. 4,0 4,1 «Coimbra homenageia Fernando Assis Pacheco». www.jn.pt (em português). Consultado em 26 de novembro de 2021 
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 «Coimbra evoca Fernando Assis Pacheco 25 anos após a sua morte». coimbra.pt (em português). 2 de dezembro de 2020. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  6. 6,0 6,1 6,2 «Primeiro o homem, só depois o escritor». PÚBLICO (em português). Consultado em 26 de novembro de 2021 
  7. 7,0 7,1 Jornalistas, Por Sindicato. «Recordar o Assis Pacheco jornalista – Sindicato dos Jornalistas» (em português). Consultado em 26 de novembro de 2021 
  8. «Fernando Assis Pacheco dá nome a rua de Lisboa». MUNICÍPIO de LISBOA (em português). Consultado em 26 de novembro de 2021 
  9. «Catalabanza, Quilolo e volta, de Fernando Assis Pacheco». memoria-africa.ua.pt. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  10. Assis Pacheco, Fernando (2005). Memórias de um Craque. Lisboa: Assírio & Alvim. 112 páginas. ISBN 978-9723708899 
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