Fellini foi uma banda de pós-punk formada na cidade de São Paulo nos anos 80 por Cadão Volpato (voz), Jair Marcos (guitarra), Ricardo Salvagni (baixo) e Thomas Pappon (guitarra).
História
Início
Em 1984, Thomas Pappon convidou Cadão Volpato para formarem uma banda. Thomas se dividia entre o Voluntários da Patria e o Smack, mas encontrou tempo para incentivar o amigo, que tinha pretensões literárias, a escrever letras e assumir o vocal.[1] Depois chamaram Jair para a guitarra – que tinha tocado com o Cadão no grupo Toque de Recolher, e, quando já tinham composto umas três músicas, convidaram com o Ricardo, que estava começando a tocar bateria. O nome da banda foi sugestão do guitarrista Thomas.[2]
A primeira apresentação da banda aconteceu em maio de 1984, num lugar chamado Alpendre, no Bixiga, em São Paulo.[2]
Seu terceiro álbum, Amor Louco, marcou a aproximação do rock alternativo com a bossa nova, samba e timbres eletrônicos. Este LP já foi citado como influência por Fred Zero Quatro, Chico Science (que fez shows com repertório do Fellini e regravou a música de Cadão, "Criança de Domingo" em Afrociberdelia) e Marcelo D2.[3]
Tocaram nos Kenny’s Castaway, em Nova Iorque, abrindo para a banda Ira!. Neste show, somente Thomas e o Cadão se apresentaram, pois o restante da banda não conseguiu visto para viajar.[2]
Neste primeira fase, toda sua discografia foi lançada apenas por gravadoras independentes.[2]
Motivada principalmente pela ida do guitarrista Thomas Pappon para a Europa, a banda paralisa as atividades em 1991.
Retornos
A primeira volta do grupo foi em 1999.[2]
No início de 2002, o grupo lança "Amanhã É Tarde", seu primeiro trabalho de inéditas após mais de uma década de hiato.
Despedida (?)
Em abril de 2016, a banda fez uma série de shows de despedida no Z Carniceria, Sesc Belenzinho e no Centro Cultural São Paulo, com ingressos esgotados[3], sendo o derradeiro no dia 7. O vocalista Cadão Volpato disse: “este é o último show, estamos velhinhos, daqui cada um volta pro seu asilo num canto da cidade, e o Thomas [Pappon], mais fino, volta pra Londres”.[4]
O terceiro disco do grupo, 3 Lugares Diferentes, lançado em 1987, foi eleito Melhor Disco Nacional do ano, numa votação da revista Bizz.[1]
Em 6 de março de 2020, a banda se reúne para um show no Sesc Pompeia[1], em São Paulo, para o lançamento do disco e box "A Melhor Coisa Que Eu Fiz", pela NadaNada Discos. O disco é formado de canções inéditas gravadas entre 1984 e 1990.[5]
Discografia
Álbuns
- 1985 - O Adeus de Fellini
- 1986 - Fellini só vive 2 vezes
- 1987 - 3 Lugares Diferentes
- 1990 - Amor Louco
- 2002 - Amanhã É Tarde
- 2010 - Você Nem Imagina
- 2020 - A Melhor Coisa Que Eu Fiz
Compactos (7")
- Pânico (As Mercenárias) / Rock Europeu (Fellini) Soul Jazz Records, 2005
Participações em coletâneas
- Sanguinho Novo - Arnaldo Baptista Revisitado (tributo a Arnaldo Baptista) - Estúdio Eldorado, 1989 - faixa "Cê Tá Pensando que Eu Sou Lóki?"
- Não Wave - Brazilian Post Punk 1982-1988 - Man Recordings, 2005 - faixas "Teu Inglês" e "Funziona Senza Vapore"
- The Sexual Life of the Savages - Soul Jazz Records, 2005 - faixas "Rock Europeu" e "Zum Zum Zazoeira"
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 «Ao vivo: Fellini emociona plateia de grisalhos em mais um belo adeus – Scream & Yell» (em português). Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 «Fellini, 1999». Trabalho Sujo (em português). 12 de fevereiro de 2009. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ 3,0 3,1 Albuquerque, GGabriel (27 de abril de 2016). «O adeus e as permanências do Fellini». JC (em português). Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ «Banda cult dos anos 80, Fellini se despede com show lindo em SP». music non stop (em português). 8 de abril de 2016. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ «Combate Rock - Banda fellini se reúne para show no Sesc Pompeia após 4 anos de hiato». combaterock.blogosfera.uol.com.br (em português). Consultado em 30 de março de 2021