Fábrica Argentina de Aviones | |
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FMA IA-63 Pampa | |
Razão social | Fabrica Argentina de Aviones SA |
Fundação | 10 de outubro de 1927 (97 anos) |
Fundador(es) | Governo argentino |
Produtos | Aviões e peças aeronáuticas |
Acionistas | Governo argentino |
Website oficial | Sítio oficial da FAdeA |
A Fabrica Argentina de Aviones S.A., antes Instituto Aerotécnico; Fábrica Militar de Aviones - FMA e Lockheed Martin Aircraft Argentina, é a mais antiga fabricante de aviões da América Latina, localizada em Córdova, na Argentina.[1]
Histórico
Sua fundação ocorreu em 10 de outubro de 1927, tendo o governo argentino como sócio majoritário. Foi privatizada em 1995 durante o governo de Carlos Menem e adquirida pela norte-americana Lockheed Martin, a princípio numa concessão de 25 anos.
No dia 24 de março de 2009 o Senado Argentino enviou um projeto de lei para a presidente Cristina Kirchner, com a proposta de reestatizar a empresa, o que ocorreu em 17 de dezembro do mesmo ano, quando recebeu a denominação atual.[2][3]
Projetos
A FAdeA desenvolveu inúmeros protótipos de aviões comerciais que nunca foram produzidos em larga escala, passando então a montar aviões sob licença.
Os prefixos utilizados para os aviões locais são:
- Ae, para "Direccion General de Aerotecnica", no período de 1927 a 1936;
- F.M.A., "para Fabrica Militar de Aviones", no período de 1938 a 1946;
- I.Ae, para "Instituto Aerotécnico", no período de 1943 a 1952;
- IA, no período de 1952 até 2007.
Aviões supersônicos
Foi uma das primeiras indústrias aeronáuticas do mundo a trabalhar projetos com aviões supersônicos, com o FMA I.Ae. 37, construído em 1953.[4]
Ano | Modelo | Construídos | Observações |
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Iniciou como Instituto Aerotecnico | |||
1928 | Avro 504K "Gosport" | 31 | Treinador biplano básico, sob licença. Primeira aeronave construída pela FMA. |
1930 | Dewoitine D.21 | 35 | Biplano de combate, sob licença. |
1931 | Ae.C.1 | 1 | Aeronave Civil de transporte (versão inicial); treinador básico (última versão). Primeiro design nacional. |
1932 | Ae C2 / Ae.M.E.1 | 2 | Aeronave civil de transporte (C2); treinador básico militar (M.E.1) |
1933 | Ae.T.1 | 3 | Aeronave de transporte comercial |
1934 | Ae.M.O.1 | 41 | monplano de observação |
1934 | Ae.M.Oe.1 / Ae.M.Oe.2 | 6+14 | Variante do Ae.M.O.1, observação e treinamento |
1934 | Ae.C.3 | 16 | Aeronave civil |
1935 | Ae.M.B.1 / Ae.M.B.2 Bombi | 1+14 | Primeiro bombardeiro construído pela FMA |
1935 | Ae. M.S.1 | 1 | Aeronave ambulância |
1936 | Ae.C.3G | 1 | Aeronave civil para passageiros. |
1936 | Ae.C. 4 | 1 | Versão melhorada do protótipo C.3G |
Nome alterado para Fabrica Militar de Aviones | |||
1940 | Curtiss Hawk 75 | 20 | Fabricado sob licença do fabricante norte-americano do Curtiss Hawk 75 |
1940 | Focke-Wulf Fw-44J "Stieglitz" | 190 | Fabricado sob licença do fabricante alemão Focke-Wulf Fw 44 |
1940 | F.M.A. 20 "El Boyero" (I.Ae. 20) | 130 | Aeronave civil construída pelas "Industrias Petrolini" |
1943 | F.M.A. 21 | 1 | Protótipo de treinador avançado, baseado no norte-americano NA-16-1P fuselage. |
1943 | I.Ae. 22 "DL" | 206 | Treinador avançado |
1945 | I.Ae. 23 | 1 | Protótipo de treinador básico, baseado no Focke-Wulf Fw44J |
1945 | I.Ae. 25 Mañque | 1 | Assalto/transporte. |
1946 | I.Ae. 24 Calquín | 100 | Ataque e bombardeiro leve |
1947 | I.Ae. 27 Pulqui I | 1 | Protótipo de caça a jato, primeiro do tipo construído na América Latina. |
1947 | I.Ae. 31 Colibrí | 3 | Treinador de dois assentos. |
1948 | I.Ae. 30 Ñancú | 1 | Caça e ataque (protótipo) |
1949 | I.Ae. 32 Chingolo | 1 | Transporte e treinamento |
1949 | I.Ae. 34 Clen Antú | 3+1+3 | Planador, asa voadora. desenhado por Reimar Horten. |
1950 | I.Ae. 33 Pulqui II | 5 | Primeiro caça desenvolvido na América Latina. |
1953 | I.Ae. 35 Huanquero | 2+3+20+9(+1+1) | Avião de transporte; variantes "Constancia" e "Pandora", aviões executivos. |
1953 | I.Ae. 41 Urubú | 4 | Planador, desenhado por Reimar Horten. |
1953 | I.Ae. 43 Pulqui III | 0 | Projeto, caça supersônico. |
I.Ae. 36 "Cóndor" | 0 | Projeto não realizado, transporte civil. | |
1954 | I.Ae. 37 | 1 | Interceptador supersônico com asas delta, desenhado por Reimar Horten. Apenas protótipo. |
1960 | I.Ae. 38 Naranjero | 1 | transporte e cargueiro, desenhado por Reimar Horten. |
1953 | I.Ae. 44 "DL" II | 0 | Treinador avançado (projetado e não construído) |
1959 | I.Ae. 45 Querandí | 2 | Transporte executivo |
1957 | I.Ae. 46 Ranquel | 101+116 | 2 assentos. |
1960 | IA 35 Guaraní I | 1 | Transporte, derivado do I.Ae. 35 "Huanquero" |
1963 | FMA IA 50 Guaraní II | 1+2+18+14 | Transporte, derivado do IA 35 Guaraní I |
Beechcraft T-34 Mentor | 75 | Treinador, sob licença | |
1960 | Morane-Saulnier MS-760 Paris | 48 | Trainador, sob licença |
1975 | FMA IA 58 Pucará | 120 | Avião leve de ataque. |
1990 | Embraer/FMA CBA 123 Vector | 2 | Turbohélice regional de 19 passageiros, com conjunto com a Embraer, apenas protótipos. |
FMA SAIA 90 | Caça supersônico, apenas no projeto (meados dos anos 1980) | ||
1984 | FMA IA 63 Pampa | 20+12 | Treinador avançado AT-63, ainda em produção |
1998 | PA-25 "Puelche" | 1 | Monoposto para pulverização agrícola, fabricado sob licença da Piper (PA-25 Pawnee) |
Nome alterado para Lockheed Martin Aircraft Argentina SA | |||
1999 | A-4AR Fightinghawk | 18 | Modernização. Outros 18 pela Lockheed Martin, em Pasadena, CA. |
2003 | T-34 Mentor | Reforma para as forças aéreas da Argentina e Bolívia. | |
2006 | C-130 Hercules | Reforma para as forças aéreas da Argentina e Colômbia. | |
Nome alterado para FAdeA | |||
2014 | FAdeA IA-100 Malvina | 1 | Protótipo de aeronave de treinamento |
Renacionalização
Alegando graves violações do contrato pela concessionária, o governo argentinou justificou a rescisão unilateral por parte do Estado. Em 17 de dezembro de 2009, a lei número 26.501, aprovada pelo Congresso, autorizou a recompra das ações junto à Lockheed Martin. Foi divulgado que as metas de produção de aeronaves militares civis seriam mantidas.[5]
Em 2007 surgiu a notícia de que o governo argentino estaria buscando uma parceria com a brasileira Embraer. Apesar dos rumores a notícia não foi confirmada oficialmente.[6]
Crise
Sem novos projetos e com dificuldades de comercialização de suas aeronaves ainda em produção, o governo argentino cogitou o fechamento da FAdeA. Porém, a ideia não foi adiante.
Atualmente, a empresa tenta vender aeronaves de treinamento Pampa para alguns países, como Paraguai e Guatemala.[7][8]
Aviões em produção
- IA 63 Pampa - avião de treinamento de motor a jato.
- PA 25 "Puelche" - avião agrícola para pulverização, produzido sob licença da Piper Aircraft (PA-25 Pawnee).[9]
Galeria de imagens
Ver também
Referências
- ↑ Ltda, Inner Editora. «Mais antiga fábrica de aviões da América do Sul amplia demissões de funcionários · AERO Magazine». AERO Magazine (em português). Consultado em 20 de junho de 2019
- ↑ «FAdeA: A fábrica argentina que projetou alguns dos mais modernos aviões de guerra do mundo e hoje está na berlinda». Defesa Aérea & Naval (em português). 8 de janeiro de 2018. Consultado em 20 de junho de 2019
- ↑ «Argentina anuncia estatização de fábrica de aviões da Lockheed Martin». Terra (em português). Consultado em 20 de junho de 2019
- ↑ Vinholes, Thiago. «As flechas argentinas». Airway. Consultado em 20 de junho de 2019
- ↑ «Histórico» (em español). FAdeA. Consultado em 24 de Maio de 2013
- ↑ «Embraer confirma negociação com governo da Argentina». UOL. 22 de Fevereiro de 2008. Consultado em 26 de Janeiro de 2016
- ↑ «DefesaNet - Argentina - FAdeA está na berlinda e pode ser fechada». DefesaNet (em português). Consultado em 20 de junho de 2019
- ↑ Vinholes, Thiago Vinholes (13 de maio de 2019). «Argentina avança em negociações do jato Pampa para Guatemala e Paraguai». Airway (em português). Airway. Consultado em 20 de junho de 2019
- ↑ «PA-25 Puelche | FAdeA» (em español). Consultado em 20 de junho de 2019