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Fármaco

Fármaco deriva do termo grego pharmakon[Obs 1], que tanto pode significar veneno como remédio, literalmente significa “aquilo que tem o poder de transladar as impurezas”. Entre os gregos, vítimas dos sacrifícios oferecidos aos deuses, eram chamadas de pharmakó, e o alimento utilizado durante as cerimônias de comunhão, phármakon. Essa última palavra passou a integrar a terminologia médica grega e chegou até os nossos dias com o nome de fármaco. Para os gregos, phármakon era aquilo que poderia trazer tanto o bem quanto o mal, manter a vida ou causar a morte.[1] Na terminologia farmacêutica, fármaco designa uma substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedades farmacológicas. Em termos correntes, a palavra fármaco designa todas as substâncias utilizadas em Farmácia e com ação farmacológica, ou, pelo menos, de interesse médico. Por convenção, substâncias inertes (como excipientes) não são considerados fármacos.[2]

De acordo com esta definição, fármaco designa qualquer composto químico que seja utilizada com fim medicinal, o que torna a sua distinção de medicamento bastante sutil.

Pode ser definido como uma substância química que interage com uma parte do corpo, a fim de alterar um processo fisiológico ou bioquímico existente. Pode diminuir ou aumentar a função de um órgão, tecido ou célula, mas não pode criar novas funções para eles.

Histórico

Anteriormente, a extração de fármacos era realizado somente através de materiais vegetais ou minerais, sem o conhecimento da causa da doença ou de que forma essas substâncias utilizadas faziam seu efeito de cura. Paracelso adotou a teoria da Doutrina da Assinatura, que dizia que Deus formulava a cura de uma doença indicando um sinal comparativo. Por exemplo, o formato da flor de verônica era o de um olho, então a flor de verônica funcionava no combate de tratamento de doenças oculares.[3]

Depois do século XIX, iniciou-se a substituição dos fármacos naturais pelos sintéticos; descobertas ao acaso, triagem empírica, modificação molecular, introdução de grupos volumosos, alteração de estado eletrônico, entre outros.

Classificação dos fármacos

Quanto a origem

1. Natural

  • biosíntese→ o fármaco é originado a partir da ingestão e absorção do fármaco para o tecido alvo. Com variações de tecido para tecido
  • biotransformação→ o fármaco é "finalizado" por um ser vivo ou parte dele. Ex: anticoncepcional.
  • biologia molecular→ um organismo recebe informação genética que não possuía e com ela nos dá o fármaco (insulina obtida a partir de bactérias com o nosso código genético).

2. Animal

3. Vegetal
4. Artificial

  • Síntese→ o fármaco é construído pelo homem partir de pequenas estruturas e com metodologias mais pesadas (altas temperaturas)
  • Semi-síntese→ é semelhante à biotransformação, o homem apenas finaliza em poucas etapas uma molécula de certa complexidade e origem natural.

Quanto ao foco de ação

  • Organotrópicos – condicionam a alteração de um parâmetro biológico (EX.:anti-hipertensores)
  • Etiotrópicos – não influenciam qualquer actividade biológica. Finalidade é matar ou impedir multiplicação de microrganismos patogénicos.

Quanto a ocasião de uso

  • Preventivo - vacinas e anticoncepcionais.
  • Substitutivo - vitaminas, insulina.
  • Usados para suprimir a causa da doença - bactericidas, bacteriostáticos.
  • Sintomático - corrigem os sintomas sem eliminar a causa, como ocorre nos analgésicos.

Efeitos que resultam da ação dos fármacos

  • Efeito terapêutico – acção terapêutica, seria o efeito desejado (uma ou mais)
  • Efeitos secundários – doses usuais e são previsíveis. Não ocorrem para melhoria da situação patológica
  • Reacções adversas – ocasionam sintomas indesejáveis (ou mesmo toxicidade) ou dão lugar a interacções prejudiciais com outros medicamentos usados concomitantemente.
  • Efeitos tóxicos – reacções provocadas por uma dose excessiva ou por acumulação anormal do fármaco no organismo.
  • Efeitos locais – reacções que só ocorrem no local de administração do medicamento;
  • Efeitos sistémicos – efeitos ocorrem num órgão ou sistema distante do local de administração;
  • Efeitos sinérgicos – combinação dos efeitos de dois ou mais fármacos, administrados simultaneamente – efeito final é superior à soma dos efeitos de cada um deles isoladamente. EX.: relaxante muscular+analgésico
  • Efeitos antagónicos – efeito oposto entre dois fármacos. Ex.: potássio (frequência cardíaca) / digitálicos(frequência cardíaca). Potássio antagonisa a potência do digitálico.

Predefinição:Notas

Ver também

Referências

  1. Kawano, Daniel Fábio; Leonardo Régis Leira. «Acidentes com os medicamentos: como minimizá-los?». Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. 42 (4): 487–495. ISSN 1516-9332. doi:10.1590/S1516-93322006000400003 
  2. L. Nogueira Prista e col., Tecnologia Farmacêutica, vol. I, 6ª edição, 2003, Fundação Calouste Gulbenkian
  3. GOMES, Maria José Vasconcelos de Magalhães. REIS, Adriano Max Moreira. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2006 ISBN 85-7379-311-2


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