𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Eva Todor

Eva Todor
Eva Todor, em 1959.
Nome completo Eva Fodor
Nascimento 9 de novembro de 1919[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Budapeste, Pest, República Húngara
Morte 10 de dezembro de 2017 (98 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Nacionalidade Predefinição:HUNn
Cidadania brasileira
Etnia judia
Progenitores Mãe: Gizella Rothstein
Pai: Sándor Fodor
Ocupação atriz

Eva Todor, nome artístico de Eva Fodor (Budapeste, 9 de novembro de 1919Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2017),[1] foi uma consagrada atriz húngara, naturalizada brasileira. Considerada uma artista completa, Eva possuía um vasto currículo de trabalhos muito bem sucedidos no teatro, cinema, rádio e televisão, construído ao longo de 80 anos de carreira.[2]

Biografia

Eva quando criança (Predefinição:Circa 1930)

Nascida como Eva Fodor,[1] filha única do casal Sándor "Alexandre" Fodor e Gizella Rothstein, judeus húngaros ligados ao meio artístico. Induzida por seus pais, Eva começou nos palcos ainda criança como bailarina da Ópera Real de Budapeste.[3] Por conta das dificuldades financeiras que a Europa enfrentava no período pós-Primeira Guerra, a família Fodor abandonou sua terra natal e emigrou para o Brasil, em 1929. No ano seguinte, Eva, com apenas onze anos, retomou carreira como bailarina, no Rio de Janeiro. Aos 10 começa a estudar dança clássica com Maria Olenewa, no Teatro Municipal. Foi quando adotou o sobrenome artístico de "Todor" no lugar do original Fodor, cuja pronúncia em português poderia remeter a uma palavra de baixo calão.

Aos 15 anos, em 1934, Eva faz um teste e entra para o Teatro Recreio, estreando como atriz no espetáculo de revista "Há uma forte corrente", de Luis Iglesias e Freire Junior. Permanece na companhia e acaba por se casar com Iglesias em 1936, tornando-se a primeira atriz daquela companhia de revistas. Logo seu talento para os papéis cômicos se revela, o que leva seu marido a escrever peças com personagens concebidas especialmente para sua verve. Era especialista em papéis de moças ingênuas. No ano de 1940, funda a companhia “Eva e Seus Artistas”, que estreia com “Feia”, de Paulo de Magalhães, sob a direção de Esther Leão.

Naturalizou-se brasileira na década de 1940, quando Getúlio Vargas foi ver uma peça no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e ficou encantado. Foi ao camarim e perguntou a Eva Todor: "você quer ser naturalizada?", o que aconteceu em seguida.[4]

Em 1942, Eva Todor participa da peça "Deus Lhe Pague" no batismo cultural de Goiânia, a nova cidade planejada concebida para ser a capital estadual de Goiás. A peça ocorreu no recém-inaugurado Teatro Goiânia e contou com a presença do então presidente Getúlio Vargas e do governador Pedro Ludovico Teixeira. Eva assistiu de perto Vargas e Pedro Ludovico entregarem a chave da cidade para o novo prefeito, o Prof. Venerando de Freitas Borges.

Seu primeiro papel dramático foi em “Cândida”, de George Bernard Shaw, um dos maiores sucessos da temporada carioca de 1946, e que ficou quatro meses em cartaz. Seguiu-se no ano seguinte “Carta”, de Somerset Maugham.

Seu esposo, o diretor Luiz Iglézias, criou um programa para Eva Todor, chamado de As Aventuras de Eva, na TV Tupi, em 1957, onde interpretava uma secretária humilde, que procurava emprego sempre levando um cachorro, e ninguém queria. Iglezias também a impulsionou a ter sua própria companhia, a Eva e Seus Artistas, que duraria até fins da década de 1950 passaram grandes nomes da cena teatral de então, como André Villon, Elza Gomes e Henriette Morineau, André Villon, Jorge Dória, Jardel Filho e vários outros; com tal companhia viajou três vezes a Portugal e se apresentou na África.[3]

Em 1958 Luiz Iglézias faleceu, e a viuvez a deixou muito mal por um tempo.

O estilo de atriz cômica de Eva seria abandonado em 1966, com a estreia do drama “Senhora da Boca do Lixo”, de Jorge Andrade, sob a direção de Dulcina de Moraes. O gênero cômico continua sendo seu favorito, mas a atriz abre o leque de sua interpretação em peças como “De Olho na Amélia” (Georges Feydeau), que lhe valeu o Prêmio Molière de melhor atriz em 1969, “Em Família”, de Oduvaldo Vianna Filho, com direção de Sérgio Britto, (1970); e “Quarta-Feira Lá em Casa, Sem Falta”, de Mario Brasini (1977).

No cinema, Eva estreou em “Os Dois Ladrões” (1960), produção de Carlos Manga e um dos últimos filmes de sucesso do gênero das chanchadas. Ao lado de Oscarito protagonizou uma das mais célebres passagens do cinema brasileiro, a “cena do espelho”. Em 1964 atua em “Pão, Amor e… Totobola”, de Henrique Campos. Nesse mesmo ano de 1964, casa-se pela segunda vez, com seu noivo, com quem estava há alguns anos, o diretor teatral Paulo Nolding, de quem ficou viúva em 1989 e de quem até hoje assina o sobrenome. O fato de ter ficado viúva duas vezes a abalou demais, tanto que não casou-se novamente. Apesar de ter tentado nos dois casamentos, a atriz não conseguiu ter filhos.

Mas seria na televisão que Eva Todor viria a se tornar famosa. Foram 21 trabalhos em telenovelas, minisséries e especiais. No gênero, seu papel mais marcante foi o de Kiki Blanche, na novela “Locomotivas” (1977).

Retomou a carreira cinematográfica quase 40 anos depois de seu último filme, protagonizando o delicado curta-metragem “Achados e Perdidos”, de Eduardo Albergaria, como uma mulher que recebe um carta de amor escrita para ela há mais de 50 anos. Eva Todor atua também em `Xuxa Abracadabra´, dirigido por Moacyr Góes. Seu filme mais recente foi “Meu Nome Não é Johnny”.

Em 2007, com 87 anos de idade, lançou seu livro de memórias, intitulado "O Teatro da Minha Vida", escrito por Maria Ângela de Jesus.

Um dos últimos trabalhos na TV foi na novela Caminho das Índias, onde deu vida a divertida e amorosa Dona Cidinha. A atriz ficou triste por não poder aparecer nos últimos capítulos da trama de Glória Perez, em decorrer de fortes dores no estômago devido a uma hérnia de hiato, problema de saúde que sofre desde a infância. Eva precisou ser internada e passou por uma cirurgia, de que se recuperou rapidamente.[2]

Foi convidada para reviver a personagem Kiki Blanche na nova versão de Ti Ti Ti. Eva fez a personagem numa participação especial, que fez na novela Locomotivas, em 1977.[2] Por esse tempo, em 31 de agosto de 2010, foi agraciada com a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo.[5]

Sua última novela foi em 2012, quando estrelou Salve Jorge! de Glória Perez, onde vivei a fofoqueira Dália, amiga dos personagens de Nivea Maria e Stênio Garcia.

Estava afastada da televisão e dos palcos por conta da Doença de Parkinson, que a deixou muito limitada. Sem familiares, vivia reclusa em sua casa, cuidada por enfermeiras.[6]

Em março de 2017, Eva foi internada na clínica São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio.[7]

Últimos anos

Sua rotina domiciliar dividia-se entre o seu apartamento no bairro do Flamengo, decorado com centenas de lembranças dos 67 anos em que viveu lá, e sua casa de veraneio na cidade de Miguel Pereira.[3]

Com a saúde fragilizada pela idade avançada, sofria de Parkinson e Alzheimer, além de insuficiência cardíaca. Desde o dia 9 de setembro de 2017 estava em internação domiciliar, vindo a falecer dormindo, em sua residência, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã do dia 10 de dezembro, em razão de uma pneumonia.[8]

Velada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, seu corpo cremado no Memorial do Carmo.[8]

Viúva, sem filhos e sem nenhum parente vivo, Eva deixou toda sua fortuna como herança para seus sete funcionários, que conviveram com ela a vida inteira, e também cuidaram da artista até o fim de sua vida.[9]

Filmografia

Televisão

Ano Título Personagem Nota
1961 As Confissões de Eva
1970 E Nós, Aonde Vamos?[10]
1975 Roque Santeiro Ambrosina Abelha (Dona Pombinha) Versão censurada
1977 Locomotivas Maria Josefina Cabral (Kiki Blanche)
1978 Te Contei? Lola
1979 Memórias de Amor Agripina
1980 Coração Alado Hortência Alencar
1982 Sétimo Sentido Maria Santa Bergman Rivoredo (Santinha)
1983 Sabor de Mel Marta
1984 Partido Alto Cecília Amoedo
1985 A Gata Comeu Ela mesma Participação
1987 O Outro Liúba
1989 Top Model Morgana Kundera
1992 De Corpo e Alma Maria Carolina Pastore (Calu)
1993 Olho no Olho Veridiana
1994 Você Decide Dulce Episódio: "Corações Partidos"
Incidente em Antares Venusta
1995 Você Decide Episódio: "A Dama de Ferro"
Episódio: "Agora ou Nunca"
1996 Quem É Você? Augusta
Anjo de Mim Cotinha Participação
Você Decide Episódio: "A Pequena Herdeira"
Caça Talentos Dona Carlota Participação
1997 Você Decide Episódio: "Preconceito"
1998 Episódio: "Desencontro"
Hilda Furacão Loló Ventura
1999 Suave Veneno Maria do Carmo Canhedo
2000 O Cravo e a Rosa Josefa Lacerda de Moura
2001 Brava Gente Augusta Episódio: "Os Mistérios do Sexo"
Porto dos Milagres Dona Isolina Participação
2002 Sítio do Picapau Amarelo Maria José (Mazé)
Malhação Isaura Temporada 9
Brava Gente Tia Episódio "A Casa Errada"
2004 Sob Nova Direção Episódio: "O Casamento do Meu Melhor Inimigo"
A Diarista Dona Jô Episódio: "Parece Mas Não É"
2005 América Miss Jane
2006 JK Carlota Bueno
2007 Amazônia, de Galvez a Chico Mendes Branquinha
2008 Casos e Acasos Dona Alba Episódio: "O Trote, o Filho e o Fora"
2009 Caminho das Índias Ana Aparecida Albuquerque Cadore (Dona Cidinha)
2010 Ti Ti Ti Kiki Blanche Participação
2012 As Brasileiras Dona Conchita Episódio: "A Vidente de Diamantina"
Salve Jorge Dália

Cinema

Ano Título Papel
1960 Os Dois Ladrões Madame Gaby
1964 Pão, Amor e... Totobola Mulher de Costa
2002 Achados e Perdidos Dona Mariana [11]
2003 Xuxa Abracadabra Avó da Chapeuzinho
2008 Meu Nome Não é Johnny D. Marly

Prêmios e Indicações

Ano Prêmio Categoria Trabalho Resultado
1969 Prêmio Molière Melhor Atriz De Olho na Amélia Venceu
2010 Prêmio Shell Homenagem Conjunto da Obra
2012 Prêmio Zilka Sallaberry

Referências

  1. 1,0 1,1 «EVA TODOR - TRAJETÓRIA». Memória Globo. Consultado em 9 de novembro de 2016 
  2. 2,0 2,1 2,2 Rede Globo (24 de janeiro de 2010). «Entrevista: da Hungria para o Brasil, Eva Todor recorda carreira e conta casos». Consultado em 10 de janeiro de 2013 
  3. 3,0 3,1 3,2 Simone Magalhães, in: Aguinaldo Silva Digital (9 de agosto de 2012). «As Mil Faces de Eva». Notícias da TV. Consultado em 10 de junho de 2020 
  4. MAGGIO, Sérgio (6 de janeiro de 2008). «Senhora Sorriso» (PDF). Diário de Pernambuco. Consultado em 18 de novembro de 2016 
  5. «Governo entrega Ordem do Ipiranga a personalidades». Portal do Governo do Estado de São Paulo. 31 de agosto de 2010. Consultado em 9 de março de 2018 
  6. G1 Rio (2 de março de 2017). «Eva Todor está internada em uma clínica na Zona Sul do Rio». G1. Consultado em 2 de março de 2017 
  7. «Com 97 anos, atriz de 'Salve Jorge' está internada no RJ». Consultado em 3 de março de 2017. Arquivado do original em 3 de março de 2017 
  8. 8,0 8,1 «Morre aos 98 anos a atriz Eva Todor». G1. 10 de dezembro de 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2017. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2017 
  9. [1]
  10. «E Nós, Aonde Vamos?». Teledramaturgia. Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  11. «Achados e Perdidos (2002)». História do Cinema Brasileiro. Consultado em 20 de dezembro de 2016 

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Eva Todor

Predefinição:Ordem do Mérito Cultural

talvez você goste