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Uma espingarda automática (português europeu) ou fuzil automático (português brasileiro) constitui um tipo de arma longa militar que utiliza uma munição convencional de espingarda militar/fuzil, podendo executar tanto tiro semiautomático como automático. Esta capacidade de seleção de tiro, bem como a utilização de munição normal de espingarda alimentada por carregador, diferencia-a de outros tipos de armas automáticas como a metralhadora e a pistola-metralhadora.
Contudo, tal como acontece com outros tipos de armas, a classificação como espingarda automática é algo ambígua e varia de país para país, de força armada para força armada ou mesmo de especialista para especialista. Assim, alguns tipos de espingardas militares capazes de executar apenas tiro semiautomático e não automático são classificadas como espingardas automáticas. Por outro lado, as espingardas de assalto/fuzis de assalto e as carabinas automáticas são ocasionalmente consideradas meras subvariantes da espingarda automática, mas em outras situações são consideradas classes independentes de armas de fogo.
História
A primeira espingarda automática do mundo foi a M-1908 Mondragón, projetada pelo general Manuel Mondragón do Exército Mexicano. Mondragón começou a desenvolver a arma em 1882, patenteando-a em 1887.
Durante a Primeira Guerra Mundial, surgiu a norte-americana Browning Automatic Rifle (BAR), com o objetivo de desempenhar a função de metralhadora ligeira em missões de assalto de infantaria. A BAR serviu de inspiração a diversas espingardas automáticas e metralhadoras ligeiras desenvolvidas posteriormente.
Já durante a Segunda Guerra Mundial, surgiu a alemã StG 44, que é considerada a primeira espingarda de assalto moderna da história.
Espingarda de assalto
A espingarda de assalto (português europeu) ou fuzil de assalto (português brasileiro) é normalmente considerada uma variante da espingarda automática, diferenciando-se daquela por usar uma munição menor e menos potente que a munição convencional usada pelas metralhadoras e espingardas militares da época correspondente. A espingarda automática carateriza-se também por dispôr de carregadores com maior capacidade de munições e por ser mais compacta, caraterísticas permitidas pelo uso de uma munição de menores dimensões. O uso de uma munição menos potente permite ao atirador controlar o recuo da arma em tiro automático sem ter que utilizar um bipé ou outro tipo de apoio. Este tipo de munição é conhecida como "munição intermédia". Por exemplo, a espingarda de assalto AK-47 Kalashnikov usa uma munição de 7,62x39mm, com projétil do mesmo diâmetro mas menor e menos potente que a munição padrão soviética usada na época em que aquela arma foi introduzida, a 7,62x54mmR. Outro exemplo é a M16A1, a qual usa a munição 5,56mm NATO - derivada da munição de caça civil .223 Remington - que é muito menos potente que a munição 7,62x51mm NATO (.308 Winchester) usada pela sua antecessora a M14 ou que a munição 30-06 Springfield usada pelas armas M1 Garand e Springfield M1903.
Muitas vezes é sugerido que o tipo de seletor de tiro diferencia uma espingarda de assalto das outras variantes da espingarda automática. Contudo, tanto a M16 como a AK-47 são referidas como espingardas de assalto, apesar da primeira posição fora de segurança do seletor da primeira arma ser em tiro semi automático mas o da segunda arma ser em tiro completamente automático, o que faz com que esta suposição seja incorreta.
Referências
- HOGG, Ian V., WEEKS, John, Military Small Arms of the 20th Century, Londres: Arms and Armour Press, 1977
- TELO, António José, ÁLVARES, Mário, Armamento do Exército Português - Vol. I Armamento Ligeiro, Lisboa: Prefácio, 2004