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Escarigo (Figueira de Castelo Rodrigo)

Portugal Escarigo 
  Freguesia portuguesa extinta  
Localização
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Localização de Escarigo em Portugal Continental
Mapa de Escarigo
Coordenadas 40° 50' 32" N 6° 49' 53" O
município primitivo Figueira de Castelo Rodrigo
município (s) atual (is) Figueira de Castelo Rodrigo
Freguesia (s) atual (is) Almofala e Escargo
História
Extinção 2013
Características geográficas
Área total 17,35 km²
População total (2011) 99 hab.
Densidade 5,7 hab./km²

Escarigo é uma localidade portuguesa do município de Figueira de Castelo Rodrigo, com 17,35 km² de área e 99 habitantes (2011). Densidade: 5,7 hab/km².

Foi sede de uma freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Almofala, formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Almofala e Escarigo com a sede em Almofala.[1]

Situação geográfica

Escarigo situa-se junto à fronteira com Espanha, na margem esquerda da Ribeira de Tourões, com nascente em Nave de Haver e desagua no rio Águeda, na zona mais ocidental do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Dispõe na actualidade, de bons acessos rodoviários às localidades espanholas mais próximas. Fica a 3 quilómetros de La Bouza, a 100 da cidade de Salamanca e a 300 de Madrid.

Em Portugal confina com as freguesias de Almofala e Vermiosa, a 3 e 5 km, respectivamente.

O seu topónimo deve ser proveniente de um nome pessoal Hispano-Visigótico “ASCARIUS” que se usou até finais do Século XI no noroeste peninsular.

A povoação está muito bem apetrechada ao nível do saneamento básico, electricidade, telefone, e água ao domicílio, o que lhe confere, a esse nível uma excelente qualidade de vida. Conta ainda, com uma casa particular, especialmente preparada para o turismo de habitação rural, a “Casa do Ribeiro”.

História

Escarigo foi em tempos um grande entreposto comercial, teve a indústria do linho, de chapéus, de sabão, a par de uma agricultura que ocupava uma boa parte da sua população residente. No entanto, as lutas pela restauração da independência em consequência da união dos reinos ibéricos, concretizada em 1580, ditariam o seu declínio sessenta anos depois, devido a várias circunstâncias, sendo especificamente apontadas, o temor da guerra e o facto dos seus habitantes teriam jurado fidelidade ao rei Filipe de Portugal e Espanha, no momento em que se desagregava a monarquia dualista então vigente.

Durante a Guerra da Restauração (1640 – 1668), o povoado foi completamente arrasado, ficando apenas intacta a Igreja Matriz, por razões compreensíveis, (o cristianismo de ambas as partes em conflito), mais precisamente, em 17 de Outubro de 1642.

No “Numeramento” (censos da população) de 1758 o pároco Manuel Ferreira da Silva escrevia”… que Escarigo já fora uma Lisboa – a pequena, terra de grandes tratos e fabriquetas e, que esse apelido tinha sido posto à então grande povoação pela gente mui numerosa e de grandeza que aqui vivia. Dizem que nesta terra assistiam os ministros que hoje governam a vila de Castelo Rodrigo e que na mesma havia homens cavaleiros e de distinção e muitos nobres e de grandes cabedais, assim em dinheiro como em fazendas… o que arruinara Escarigo fora esse tal 1640, que os grandes da terra, ao tempo designados de “sete capas de veludo”, por temor fronteiriço e pouca fé na pátria, se tinham logo largado correndo a Castela para reiterar obediência ao rei Filipe…”.

Património

Igreja Matriz de São Miguel de Escarigo

A Igreja Matriz de Escarigo é também conhecida por Igreja de S. Miguel. Este imóvel de interesse público, de planta longitudinal, tem nave única, sacristia e uma imponente torre sineira. Como características particulares destaca-se o tecto da capela-mor; os retábulos e o púlpito com talha dourada e policromada. No património destaca-se o pelourinho, um monumento da guerra de 1640 a capela do Senhor Santo Cristo, a Capela de S. Sebastião, a Capela de S. Simão e o imponente Cruzeiro de Santo Alvim. A Igreja é mencionada em 1395 estando incorporada na relação das igrejas do termo do Castelo Rodrigo. Nela podemos aprecia peças de arte sacra importantíssimas, destacando-se de tudo o conjunto artístico, o altar-mor de estilo barroco, com talha dourada, onde sobressaem esculturas interessantes, como por exemplo a de S. Miguel, padroeiro da localidade, o tecto luso-mourisco é um dos poucos exemplares existentes em Portugal; O altar do Senhor do Veloso, a escultura do mártir S. Sebastião e mesmo a sacristia são bem elucidativos da grandiosidade da povoação, pelo arcaz existente, havendo somente um similar na Sé Catedral da cidade de Viseu.

Muitas das peças artísticas indiciam origem que vai muito para além da arte popular, debatendo-se a ideia de algumas delas pertencerem à escola do célebre pintor renascentista, Grão-Vasco.

A igreja foi recentemente recuperada pelo IPAR, (Instituto do Património Arquitectónico de Portugal), mercê dos apoios financeiros provenientes do programa INTERREG. A imponente igreja de Escarigo revela-nos, um dos mais belos exemplares portugueses de tectos de marcenaria hispano-árabe (alfarge), sendo conhecidos, apenas 02 de qualidade superior, um na Sé Catedral da Cidade do Funchal na ilha da Madeira e outro no Palácio Nacional de Sintra.

A laçaria é graciosa, original e encontra-se em muito bom estado de conservação.

A arte mudéjar caracteriza-se pela influência estética e das técnicas muçulmanas em terra cristã.

São maravilhosas estas coberturas, pela minúcia, pelo intenso cromatismo, luxo e jogo geométrico. Os tectos desta e de outras igrejas do género foram provavelmente elaborados no tempo do rei venturoso D. Manuel I de Portugal, no século XVI, época em que se construíram verdadeiras obras de arte em Portugal. José Saramago, sobre este assunto, afirmou:

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População

População da freguesia de Escarigo [2]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
385 419 443 507 552 483 380 444 476 383 184 202 129 124 99

Caracterização

  • Edifícios: 130 (2001)
  • Núcleos Familiares Residentes: 41 (2001)
  • Actividades económicas: agricultura e pecuária

Festas e Romarias

  • Nossa Senhora das Neves (1º Fim de Semana de Agosto) e S. Sebastião (Janeiro)

Referências

  1. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
  2. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes

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