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Ernesto Condeixa

Ernesto Condeixa

Ernesto Ferreira Condeixa (Encarnação, Lisboa, 20 de fevereiro de 1858São José, Lisboa, 1 de agosto de 1933) foi um pintor português que se notabilizou na pintura histórica e como retratista.

Biografia

Pedro e Inês, de Ernesto Condeixa (Palácio do Correio Velho).

Ernesto Ferreira Condeixa, filho de António Ferreira Condeixa, natural de Carcavelos, e de sua mulher, Cândida do Rosário de Matos, natural de Lisboa, nasceu na freguesia da Encarnação, em Lisboa, na Rua do Moinho de Vento, a 20 de fevereiro de 1858.[1]

Pintor naturalista, realizou os seus estudos artísticos na Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo de Miguel Ângelo Lupi. Em 1880 venceu um concurso para pensionista em Paris, derrotando Columbano Bordalo Pinheiro, e frequentou o atelier de Alexandre Cabanel.[2]

Conquista de Malaca (1903), de Ernesto Condeixa (Museu Militar de Lisboa).

Dedicou-se principalmente à pintura histórica, de que é exemplo o melodramático D. João II ante o cadáver do filho, exposto no Salon de Paris em 1886 e que lhe valeu algum reconhecimento, e O Beija-Mão a D. Leonor Teles, obra exibida em 1896. Ambas integram o núcleo de obras históricas da qual fazem parte El-rei D. Fernando e o infante D. Dinis (1896), Recepção feita pelo Samorim a Vasco da Gama (1899), A Conquista de Malaca (1903), Vasco da Gama no Cabo das Tormentas (1905) e Adamastor (1905). Foi também retratista, destacando-se o seu Auto-Retrato (1887), e apresenta-se como paisagista sensível, com influências da escola de Barbizon. Como pintor de figuras populares utilizou uma linguagem mais convencional – A Caminho da Fonte (1894). Realizou ainda decorações para várias salas do Museu Militar, em Lisboa, do Palácio Real do Buçaco e do Palácio de Santana, nos Açores, onde realizou extensa obra pictórica com a produção de grandes telas para hall e escadarias principais, tendo como tema central a visita de D. Carlos I de Portugal e de D. Amélia de Orleães àquela cidade. Obteve a 1ª Medalha na exposição da Sociedade Nacional de Belas-Artes e a 2ª Medalha na Exposição Universal de São Francisco (EUA), na Sociedade Promotora de Belas-Artes (1887), na Sociedade Industrial de Lisboa e no Grémio Artístico, numa carreira secundária entre duas gerações de naturalistas.[2]

Foi membro do Conselho de Arte e Arqueologia e professor e director da Escola de Belas-Artes de Lisboa. Encontram-se algumas colaborações artísticas da sua autoria no semanário Branco e Negro[3] (1896-1898).

Foi casado com Rodolphine-Julie-Emilie Bresdin (1862-1929), francesa, natural de Fronsac. Faleceu a 1 de agosto de 1933, aos 75 anos, em Lisboa, na freguesia de São José, na sua residência, o segundo andar direito do número 19 da Travessa da Glória, sendo a causa de morte apresentada como senilidade. Encontra-se sepultado em jazigo, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.[4]

Ver também

Referências

  1. «Livro de registo de baptismos da Paróquia da Encarnação (1854 a 1863)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Consultado em 23 de fevereiro de 2021 
  2. 2,0 2,1 «Ernesto Condeixa». MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO CHIADO. Consultado em 23 de fevereiro de 2021 
  3. Correia, Rita (1 de fevereiro de 2012). «Ficha histórica: Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de janeiro de 2015 
  4. «Livro de registo de óbitos da 7.ª Conservatória do registo civil de Lisboa (1933-05-29 a 1933-12-25)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Consultado em 23 de fevereiro de 2021 
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Ligações externas

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