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Duna

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Dunas do Erg Chebbi, em Marrocos.

Em geografia física, duna (do neerlandês duin, através do francês dune) é uma montanha de areia criada a partir de processos eólicos (relacionados ao vento).[1] Dunas descobertas são sujeitas à movimentação e mudanças de tamanho pela ação do vento. O vale entre as dunas é chamado slack, ou seja, dunas são montes de areia formadas pelo vento. Quando o vento sopra, leva a areia, que, com o tempo, se transforma em duna. Dunas não precisam ser necessariamente grandes, muitas delas são bem pequenas.

As grandes zonas desérticas constituídas de dunas móveis (especialmente do Saara) são conhecidas como ergs.[2][3][4]

Tipos de dunas

Dentre as diversas formas de deposição de sedimentos eólicos atuais, destacam-se as dunas. Associam-se, a elas, feições sedimentares tais como estratificação cruzada e marcas onduladas, que, no entanto, não são exclusivas de construções sedimentares eólicas. Existem duas principais classificações para as dunas: uma considerando o seu aspecto como parte do relevo (morfologia), e a outra considerando a forma pela qual os grãos de areia dispõem em seu interior (estrutura interna). A classificação baseada na estrutura interna das dunas leva, em consideração, a sua dinâmica de formação, sendo reconhecidos dois tipos: as dunas estacionárias e as dunas migratórias. Algumas dunas acabam por se transformar em formações consolidadas, as chamadas dunas fósseis.

Dunas estacionárias

Dunas em Tadrart Acacus, uma área desértica no leste da Líbia.

Na construção da duna, os grãos de areia (geralmente quartzo) vão se agrupando de acordo com o sentido preferencial do vento, formando acumulações geralmente assimétricas, que podem atingir várias centenas de metros de altura e muitos quilômetros de comprimento. A parte da duna que recebe o vento (barlavento) possui inclinação baixa, de 5 a 15 graus normalmente, enquanto a outra face (sotavento), protegida do vento, é bem mais íngreme, com inclinação de 20 a 35 graus. Essa assimetria resulta da atuação da gravidade sobre a pilha crescente de areia solta. Quando os flancos da pilha excedem um determinado ângulo (entre 20 e 35 graus, dependendo do grau de coesão entre as partículas), a força da gravidade supera o ângulo de atrito entre os grãos e, em vez de se acumularem no flanco da duna, os grãos rolam declive abaixo e o flanco tende a desmoronar até atingir um perfil estável.

Nas dunas estacionárias, a areia deposita-se em camadas que acompanham o perfil da duna. Deste modo, sucessivas camadas vão se depositando sobre a superfície do terreno com o soprar do vento carregado de partículas, partindo de barlavento em direção a sotavento, criando uma estrutura interna estratificada. Embora, a sotavento da duna, ocorra forte turbulência gerada pela passagem do vento, os grãos de areia permanecem agregados aos estratos em formação, o que tende a impedir o movimento da duna. Estas dunas ficam imóveis por diversos fatores, tais como aumento de umidade, que aglutina os grãos pela tensão superficial da água, obstáculos internos (blocos de rocha, troncos etc.) ou desenvolvimento de vegetação associada à duna.

Dunas de Genipabu em Natal, no Rio Grande do Norte, no Brasil

Dunas migratórias

À semelhança das dunas estacionárias, o transporte dos grãos nas dunas migratórias segue, inicialmente, o ângulo do barlavento, depositando-se em seguida no sotavento, onde há forte turbulência. Desta forma, os grãos na base do barlavento migram até o sotavento. Esse deslocamento contínuo causa a migração de todo o corpo da duna.

A migração de dunas ocasiona problemas de soterramento e de assoreamento. Vale lembrar que, devido à mobilidade causada pelos ventos, dunas móveis jamais poderão servir de arcos de fronteiras.

Dunas fósseis

As dunas fósseis, também conhecidas como dunas consolidadas ou paleodunas, correspondem a um estádio do processo de evolução da areia solta para a rocha arenito, processo que dura milhares de anos. Ao longo do tempo, a acção de um cimento calcário (proveniente da dissolução dos fragmentos de conchas que compõem a areia) ou argiloso provoca a aglutinação progressiva dos grãos de areia, originando a duna consolidada.

Dunas em Ponta do Mel, no Rio Grande do Norte, no Brasil.

Exemplo: dunas fósseis de Salir do Porto, do Magoito e de Oitavos no Parque Natural de Sintra-Cascais, em Portugal.[5]

Interação entre dunas

Existem diferentes teorias sobre a interação das dunas: uma é que dunas de tamanhos diferentes colidem e continuam colidindo até formar uma duna gigante, embora esse fenômeno ainda não tenha sido observado na natureza. Outra teoria é que as dunas podem colidir e trocar massa - como bolas de bilhar quicando umas nas outras - até que tenham o mesmo tamanho e se movam na mesma velocidade. Ainda assim, essas teorias precisam ser validadas experimentalmente.[6]

Ver também

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 613.
  2. Dicionário Houaiss: erg.
  3. Dicionário Priberam: erg
  4. Infopedia: erg
  5. ICN, Parque Natural Sintra-Cascais
  6. «Sand dunes can 'communicate' with each other». Tech Explorist (em English). 4 de fevereiro de 2020. Consultado em 4 de fevereiro de 2020 

Ligações externas

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