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Ducal

A Ducal Roupas foi uma rede de lojas de roupas masculinas brasileira de muito sucesso nas décadas de 1950 e 1960[1]. Seu nome, além de remeter ao nobre título de duque, também era a junção das sílabas das palavras "duas calças", pois quem comprava um paletó e uma calça ganhava outra mais barata e ficava, assim, com duas calças. A promoção deu fama à empresa junto com o seu sistema de crédito.

A Ducal Roupas era referência no mercado de moda masculina na metade do século passado. Seus ternos vestiram vários brasileiros anônimos e famosos em sua época. A Ducal tinha lojas em três estados do país: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

A Ducal não era apenas uma grande marca mas sim um grande grupo empresarial da época e que possuía além das lojas, indústrias de roupas e eletrônicos (Denison), supermercados (Dado – o primeiro do gênero no Rio), varejo de utilidades domésticas (Decasa), imobiliárias (Daviga), além de serviços de banco de dados (Datamec), consultoria jurídica, crédito (Banco Delta e Decred), agência de publicidade (Denison Propaganda) e até galeria de arte (Petit Galerie)[1].

História

Todo esse império começou em 1950 quando o jovem José Vasconcelos de Carvalho, então com 30 anos incompletos, juntou o que aprendeu em cursos de especialização em administração nos Estados Unidos à experiência profissional adquirida nas lojas “A Exposição” - de propriedade do seu pai, Lauro de Souza Carvalho - associou-se aos primos José Cândido e José Luiz Moreira de Souza e abriu uma fábrica de roupas (Cia. Brasileira de Roupas) e a primeira loja da Ducal na Praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro, então capital federal. Para viabilizar o sonho dos três Josés, foram levantados e investidos vinte e dois milhões de cruzeiros.

As vendas a crédito em até 24 vezes e a ousada promoção das "Duas Calças" foram as primeiras estratégias de marketing para o crescimento da Ducal. A promoção pretendia que o cliente ficasse com uma calça para o trabalho e outra para o esporte.

A Ducal firmou-se como uma marca popular para a classe média-baixa. As roupas da marca eram de boa qualidade, mas não chegavam a ser muito sofisticadas e com cortes impecáveis. “Quem quisesse roupa bem cortada, que procure o alfaiate”, diz Paulo Afonso de Carvalho, irmão de José Vasconcelos, fundador da Ducal.

Na publicidade, a Ducal investiu em modelos e manequins desconhecidos e famosos, como Pelé que, graças à conquista do primeiro título da Copa do Mundo em 1958, começava a despontar também como garoto-propaganda. Foi o primeiro anunciante famoso da Ducal. Era notório que a marca queria usar o esporte como conceito de comunicação. Outro exemplo foi o patrocínio ao programa esportivo de debates “Ducal nos Esportes”, um tipo de programa que hoje chamamos de mesa-redonda. Emerson Fittipaldi também fez algumas campanhas para a marca.

Mas o período próspero da marca acabou na metade dos anos sessenta. A inflação acabou trazendo grandes prejuízos para a Ducal por causa do seu crediário em parcelas fixas e sem correção monetária. Foi necessário que a Ducal se unisse à igualmente famosa rede mineira de eletrodomésticos Bemoreira[2] em 1966.

A parceria teve sucesso entre o final dos anos sessenta e início dos setenta. Mas a inflação continuava prejudicando o sistema de crédito, sem falar na mudança no comportamento de compra e moda do público. Consequentemente, a Bemoreira-Ducal entrou em decadência. À medida que o grupo saía da mídia, as lojas começavam a ser fechadas uma a uma. A última, localizada no município de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, foi desativada em 1986.

Referências

  1. 1,0 1,1 «A TRAJETÓRIA DE UM PIONEIRO DA PROPAGANDA MINEIRA» (PDF). Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Consultado em 13 de julho de 2013 
  2. Guilherme Cardoso (1 de dezembro de 2012). «BELO HORIZONTE SEGUNDO A PERIFERIA». Reage cidadão. Consultado em 13 de julho de 2013 
  • Reportagem Ducal - Agosto de 1965

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