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Dionísio de Alexandria

Predefinição:Info/Santos Dionísio de Alexandria (Predefinição:Lang-la), chamado o Grande, foi o patriarca de Alexandria, entre os anos de 248 e 265. Há muitas informações sobre Dionísio em virtude da extensa correspondência expedida por ele em vida. Porém, apenas uma das cartas originais sobreviveu e conhecemos as demais pelas transcrições feitas por Eusébio de Cesareia em sua História Eclesiástica. No entanto, estas informações são mais detalhadas a partir da eleição ao episcopado.

Vida

Dionísio de Alexandria no Menológio de Basílio II

Dionísio nasceu numa família pagã rica na transição do século II para III. Ele dispendeu a maior parte de sua vida lendo livros e cuidadosamente estudando as tradições heréticas. Ele se converteu ao Cristianismo já numa idade madura e discutiu sua experiência de conversão com Filemon, um presbítero de Sisto II[1]. Ele se converteu após ter recebido uma visão, que ele atribuiu a Deus. Nela, ele foi vigorosamente comandado a estudar as heresias que estavam desafiando a igreja cristã para que pudesse refutá-las através do estudo da doutrina. Após sua conversão, Dionísio se juntou à famosa Escola Catequética de Alexandria e foi um aluno de Orígenes e Héraclas de Alexandria. Mais tarde, Dionísio se tornou presbítero da igreja cristã e sucedeu a Héraclas (que se tornou patriarca) como reitor da Escola Catequética de Alexandria, em 231. Em seguida, ele foi elevado à posição de patriarca de Alexandria (papa das igrejas que se tornariam, no futuro, a Igreja Copta e da Igreja Ortodoxa de Alexandria) em 248, sucedendo ao já falecido Héraclas[1].

Segundo Jerônimo, ele faleceu no décimo-segundo ano do imperador Galiano, em 264-265[2]. Dionísio é considerado santo pelas Igrejas Católica Romana e Ortodoxa, sendo sua festa comemorada em 17 de novembro.

Controvérsias

O nome de Dionísio de Alexandria encontra-se envolvido em inúmeras controvérsias no século III, especialmente por conta das perseguições aos cristãos que recrudescem a partir de 249.

Fugas constantes

Nos dois primeiros anos do episcopado de Dionísio, uma sucessão de eventos negativos teve lugar em Alexandria: a perseguição contra os cristãos, uma guerra civil e uma grande epidemia. Em todo esse período, Dionísio permaneceu escondido em sua cidade.

Mais tarde, quando Décio se tornou o imperador, um edito foi publicado, ordenando a todos os cidadãos - incluindo, obviamente, os cristãos - que prestassem culto aos deuses imperiais. Em virtude disto, Dionísio fugiu, escondendo-se em Mareótis e, mais tarde, no deserto da Líbia. "Esta fuga lhe custará, como a Cipriano, um ataque por parte dos mártires, fato que explica a posição por ele assumida em controvérsias posteriores".[3]

A questão dos confessantes

Ver artigos principais: Novacianismo e lapsi

Outras duas controvérsias relacionaram-se aos fiéis que deixaram de confessar a fé cristã por ocasião da perseguição.

Em 251, Cornélio foi eleito bispo de Roma. No entanto, ele foi acusado de ter comprado um certificado de sacrifícios aos deuses imperiais (o libellus) a fim de escapar da perseguição. O grupo que não concordava com isto elegeu um outro bispo, Novaciano, "que pregava a severidade contra aqueles que não haviam confessado a fé durante a perseguição".[3] Nesta contenda, Dionísio manifestou-se claramente a favor de Cornélio, pois também ele era acusado de não sustentar claramente a confissão cristã durante a perseguição.

Quando Estevão sucedeu a Cornélio, deu-se uma outra crise. Como Novaciano havia batizado muitos fiéis durante seu episcopado rival ao de Cornélio, surgiu a questão: o que fazer com estes batizados, já que Novaciano não era considerado o bispo verdadeiro? Estevão de Roma readmitiu tais fiéis na Igreja, apenas impondo-lhes as mãos como sinal de autoridade. Cipriano de Cartago, no entanto, não concordava com esta prática, pois considerava nulo o batismo de Novaciano. Por isso, tais fiéis deveriam ser rebatizados. "Informado por Cipriano, Dionísio tomou o partido deste, em muitas cartas por ele enviadas a Roma, sob Estevão e seu sucessor Sisto II"[3]

Controvérsia sobre a doutrina da Trindade

Neste mesmo período, na Pentápole líbia, surgiu uma controvérsia a respeito da doutrina da Santíssima Trindade. O bispo de Ptolemaida foi acusado de sabelianismo pelos seus colegas. Tantos os favoráveis quanto os contrários apelaram à autoridade de Dionísio, que se manifestou contrário ao bispo. Este mesmo bispo apelou ao bispo de Roma, também chamado Dionísio, que enviou uma carta à Igreja de Alexandria reprendendo seu homônimo. "Dionísio de Alexandria se desculpou com uma 'Confutação e apologia' em quatro livros".[3] Atanásio cita fragmentos destas obras em seu livro De sententia Dionysii.[4]

Obras

Em suas biografias sobre os principais autores cristãos de seu tempo (De Viris Illustribus, cap. 69[2]), São Jerônimo listou as obras de Dionísio:

  • Diversas cartas para comunidades cristãs e bispos a respeito da controvérsia novacianista, inclusive uma para o próprio Novaciano sobre as alegações de que ele teria sido ordenado bispo de Roma 'contra sua vontade'. O começo desta carta é assim:
Dionísio para Novaciano, seu irmão o saúda. Se você foi mesmo ordenado contra sua vontade, como diz, você o provará quando você por sua própria, renunciar.
 
Carta a Novaciano, Dionísio de Alexandria, citado por Jerônimo.
  • Um conjunto de epístolas sobre a data da Páscoa, sobre as perseguições e sobre assuntos diversos da igreja: Sobre Mortalidade, Sobre o Sabbath. Além disso, várias comunicações com outros bispos
  • Epístolas aos principais heréticos do seu tempo: Basilides, Nepos de Arsinoe,[5] Paulo de Samósata e o próprio Novaciano.

Ver também

Predefinição:Sucessão Patriarcas de Alexandria

Referências

  1. 1,0 1,1 Predefinição:1913CE
  2. 2,0 2,1 Wikisource-logo.svg "De Viris Illustribus - Dionysius the bishop", em inglês.
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 Nautim, p. 413.
  4. Cf. Atanásio, Defense of Dionysius
  5. Bispo egípcio do início do séc III que em sua refutação dos alegoristas, propunha o entendimento do apocalípse em um sentido literal e que este destoava do evangelho, escrito pelo mesmo João. Após sua morte, um discípulo de nome Korakion iniciou um movimento cismático.

Ligações externas

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Bibliografia

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  • ATANÁSIO. Defense of Dionysius. Em: Athanasius: Select Works and Letters. Ed. Philip Schaff. Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library, 2005.
  • NAUTIM, P. "Dionísio de Alexandria". Dicionário Patrístico e de Antigüidades Cristãs. Petrópolis: Vozes, 2002.

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