O termo diácono (do grego antigo διάκονος, "ministro", "servo", "ajudante") é aplicado aos clérigos de igrejas de origem cristãs, nas suas várias denominações. A forma feminina chama-se diaconisa.
Dependendo da tradição denominacional, o diácono pode ser permanente ou um estágio para a ordenação presbiterial.
Origem
A primeira menção na Bíblia de diáconos ocorre no livro de Atos dos Apóstolos onde são eleitos os Sete Diáconos: Estevão, o primeiro mártir, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau para servir os pobres ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Atos/
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#6:1|Atos 6:1-6]]).[1]
Paulo expande as qualificações de um diácono nas seguintes passagens:
- «Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Filipenses/
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#1:1|Filipenses 1:1]])
- «Os diáconos igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros desonestos» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/I Timóteo/
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:8|I Timóteo 3:8]])
- «Devem ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/I Timóteo/
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:10|I Timóteo 3:10]])
- «O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/I Timóteo/
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:12|I Timóteo 3:12]])
Diaconisas
A referência mais antiga às mulheres como diáconos ocorre nas cartas de Paulo (c. 55-58 d.C.). Seu ministério é mencionado pelos primeiros escritores cristãos, como Clemente de Alexandria e Orígenes. Evidências seculares do início do século II confirmam isso. Em uma carta, Plínio, o Jovem, atesta o papel das mulheres diáconas. Plínio se refere a "duas servas" como diáconos que ele tortura para descobrir mais sobre os cristãos. Os Pais da Igreja do quarto século, como Epifânio de Salamina, Basílio de Cesaréia, João Crisóstomo e Gregório de Nissa, aceitam o ministério de mulheres ordenadas diáconos como um fato.
A Didascalia dos Apóstolos é o documento mais antigo que discute especificamente o papel das diaconisas. Nele, o autor exorta o bispo: "Designe uma mulher para o ministério das mulheres. Pois há casas para as quais você não pode enviar um diácono homem às suas mulheres, por causa dos pagãos, mas você pode enviar uma diaconisa … Também em muitos outros assuntos, o ofício de uma mulher diácona é exigido." O bispo deve olhar para o homem que é diácono como Cristo e para a mulher diácona como o Espírito Santo, denotando seu lugar de destaque na hierarquia da igreja.
Um ressurgimento moderno do cargo começou entre os protestantes na Alemanha na década de 1840 e se espalhou pela Escandinávia, Holanda, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Os luteranos foram especialmente ativos. O movimento moderno atingiu um pico por volta de 1910, depois declinou lentamente à medida que a secularização solapava a religiosidade na Europa e a enfermagem e o serviço social se ramificaram da diaconia para campos profissionais próprios. Um pequeno movimento ainda existe e seu legado é visto em vários hospitais e asilos no norte da Europa.
Catolicismo Apostólico Romano
Na Igreja Católica possui o primeiro grau da Sacramento da Ordem, sendo ordenado não para o sacerdócio, mas para o serviço da caridade e da proclamação da Palavra de Deus e da liturgia.[2] Na Igreja Católica Romana, os diáconos podem ser de duas naturezas, uma delas transitória e outra permanente. A diaconia transitória é exercida pelos aspirantes ao prelado, que tendo feito votos celibatários atuam a serviço da Igreja antes de serem ordenados como padres, e a diaconia permanente é exercida por leigos fiéis, sem a necessidade de votos do celibato, podendo ser casados.
Na Igreja Católica, é um ministro religioso que está no último dos sete anos de estudos — em média — que levam à carreira clerical. Há os diáconos em grau permanente que podem ser homens solteiros, casados ou viúvos. Entretanto a admissão de um homem casado ao diaconato necessita de um consentimento por escrito da esposa sendo necessário que a família leve uma vida condizente com os valores cristãos e que o matrimônio tenha ocorrido no mínimo há 5 anos. A ordenação no diaconato paralisa o estado dos solteiros e viúvos, de modo que estes após o sacramento não podem mais se casar, devendo permanecer celibatários. O diácono pode realizar, sob orientação de um sacerdote, algumas celebrações religiosas, batismos e abençoar casamentos, além de fazer homilias e pregações.[3]
Cristãos católicos que receberam o sacramento da Ordem colaboram com o Bispo, cooperam com os presbíteros na diaconia da palavra, na liturgia e na caridade de uma diocese. Não consagram a hóstia nem ungem enfermos, como também não atendem confissões. Podem e devem administrar igrejas, ser bons aconselhadores, praticar obras de caridade e piedade e dar a bênção mesmo não sendo sacerdotes.[4]
Os poderes de um diácono são: ministrar os sacramentos do batismo e do matrimônio, dar bençãos diversas, dar a benção do santíssimo sacramento, fazer a celebração da palavra, distribuir a sagrada comunhão e fazer pregações. [carece de fontes]
Foram responsáveis pelas primeiras comunidades cristãs e hoje colocam-se ao serviço das comunidades como seus servidores.
Protestantismo
Diakonia é uma palavra derivada do grego, usada na Bíblia, Novo Testamento, com diferentes sentidos. Algumas vezes, refere-se à ajuda material específica para pessoas em necessidade. Em outros momentos, significa o servir das mesas e, em outros ainda, se refere à distribuição de recursos financeiros. No protestantismo o papel do diácono vária conforme a tradição denominacional. Pode ser um cargo inicial (Igreja Metodista) ou permanente, enquanto em algumas há tanto diaconato como estágio ministerial ou ministério permanente (Igreja Anglicana, Igreja Luterana).[5] A função vária também, podendo o diácono ocupar da administração, manutenção, exercer função litúrgica, cuidar de necessitados.
Em algumas denominações o corpo diaconal tem atuação tanto litúrgica quanto secular, dentro da congregação, como cooperadores, porteiros, auxiliadores nos cultos, zeladores patrimoniais, e em outras denominações o diaconato tem caráter de ministério ligado ao governo eclesiástico exercido por meio de atividades humanitárias de amparo junto a comunidades necessitadas externas da membresia. Por exemplo, na Congregação Cristã, o cargo de diácono tem responsabilidades de atender os pobres em suas necessidades..
Historicamente o ofício do diácono é antigo no Protestantismo. Enquanto os luteranos, anglicanos e morávios mantiveram o diaconato como uma fase à ordenação presbiterial, João Calvino estabeleceu um corpo de diáconos para atender aos pobres e os doentes, sob orientação do Consistório de Genebra.[6] No século XIX floresceu instituições de diaconia permanente na Alemanha e Reino Unido.
Também na teologia contemporânea a palavra diaconia apresenta uma diversidade de conotações e representações. Para a Fundação Luterana de Diaconia, esta expressão significa "servir para mudar a vida das pessoas", no sentido de contribuir para a construção de cidadania dos menos favorecidos. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil é reconhecida pela Enciclopédia Larousse como uma das mais atuantes organizações nas causas sociais. Na terça-feira, dia 9 de julho de 2013, foi divulgado o nome da pastora Cibele Kuss como secretária executiva da Fundação Luterana de Diaconia. Contam como experiências no seu currículo, as representações no Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e reconhecida atuação em defesa dos direitos humanos. [7][8]
Entre os evangélicos, os diáconos são escolhidos pela igreja por sua fé e qualidades morais.[9] Ajudam os pastores nas atividades da Igreja. [10] Isso pode ser para gerenciamento financeiro, supervisão de trabalhos de manutenção, responsabilidade por ações humanitárias, etc. [10]
Diáconos célebres
- Santo Estêvão
- Santa Febe
- Filipe, o Evangelista
- São Vicente de Saragoça
- Santo Efrém da Síria
- São Lourenço de Huesca
- Santa Olímpia, a Diaconisa
- Santa Teosébia, a Diaconisa — irmã de Basílio Magno e São Gregório de Níssa
- Santa Macrina, a Jovem — irmã de Basílio Magno e São Gregório de Níssa
- Santo Alcuíno de Iorque
- Leão, o Diácono
- São Francisco de Assis
- Éliphas Lévi
- Lewis Carroll
- Santa Isabella Gilmore
- Beato Charles de Foucauld
Ver também
Referências
- ↑ Mal Couch, A Biblical Theology of the Church, Kregel Publications, USA, 1999, p. 61
- ↑ William J. Collinge, Historical Dictionary of Catholicism, Scarecrow Press, USA, 2012, p. 122
- ↑ http://www.cnd.org.br/inf/faq.asp
- ↑ conforme Documento 74 da CNBB
- ↑ J. Gordon Melton, Encyclopedia of Protestantism, Infobase Publishing, USA, 2005, p. 180
- ↑ http://www.tenth.org/fileadmin/files_for_download/ACTS_articles/Role_of_the_Deacon.pdf
- ↑ http://www.luteranos.com.br/conteudo.php?idConteudo=23189
- ↑ http://www.fld.com.br/
- ↑ Robert Paul Lightner, Handbook of Evangelical Theology, Kregel Academic, USA, 1995, p. 234
- ↑ 10,0 10,1 Walter A. Elwell, Evangelical Dictionary of Theology, Baker Academic, USA, 2001, p. 1137
- Bales, James D. The Deacon and His Work. 1967
- Borgegard, Gunnel e Hall, Christine. The Ministry of the Deacon. 2000
- Deweese, Charles W. The Emerging Role of Deacon. 1990.
Ligações externas
- «CND Comissão Nacional dos Diáconos». Site oficial da Comissão Nacional dos Diáconos da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil