A deportação é o processo de devolução compulsória, ao Estado de sua nacionalidade ou procedência, de um estrangeiro que entra ou permanece irregularmente no território de outro Estado.[1] Em geral, a lei permite o posterior retorno do deportado ao território do Estado que o deportou, desde que atenda às exigências legais para tanto.
Como regra, a deportação pode ter como causa o uso de documento de viagem ou visto de entrada falso, o exercício de atividade profissional incompatível com o visto de entrada, a permanência além do prazo facultado no visto de entrada ou a violação de condição para permanência (por exemplo, mudança da atividade profissional ou do lugar de exercício de atividade, quando fixados no visto).
Não se deve confundir a deportação com os institutos da expulsão, que não permite o retorno do estrangeiro, ou da extradição, no qual o indivíduo é entregue às autoridades estrangeiras que o reclamam.
Deportação pode ser também a ação de expulsar, banir um grupo de pessoas de seu território ou de seu país, mantendo-o ou não em cativeiro. Em certos casos precisos, tais como o genocídio dos armênios, dos judeus e dos ciganos, a deportação teve como objetivo a destruição física desses povos.
Exemplos de deportações históricas
- Deportação dos israelitas do Reino de Israel, pelos assírios;
- Deportação dos hebreus do Reino de Judá pelos babilônios;
- Deportação dos judeus da Judeia pelos romanos;
- Deportação dos judeus da Espanha, em 1492 (decreto de Alhambra);
- Deportação dos indianos do vale do Ganges, no século XI, pelos turcos Ghaznávidas (migração dos roms da Índia para a Europa);
- Entre os séculos XVII e XIX, venda e deportação de 6 milhões de negros africanos para o continente americano;
- Deportação de 300 mil mouros (94% dos 321 mil mouros da nação) da Espanha para o norte da África entre 1609 e 1613;
- Deportação dos indígenas da América do Norte incluindo os Chickasaw, Choctaw, Creek, Seminole e Cherokee para o oeste e depois para as reservas indígenas;
- Deportação dos garinagu da ilha de Saint Vincent para a América Central;
- Deportação dos acadianos pelos britânicos, entre 1755 e 1763;
- Deportação dos opositores políticos e padres durante a Revolução Francesa para Sinnamary e Counanama, na Guiana Francesa, em 1797, durante o regime do Diretório;
- Deportação dos líderes da Comuna de Paris (1871) para a Nova Caledônia e Guiana Francesa;
- Deportação dos hererós pelos Alemães, em 1904;
- Deportação-extermínio de 1.2 milhão de armênios pelo Império Otomano, entre 1915 e 1916 (genocídio armênio);
- deportação de 28 milhões de Kulaks (camponeses), opositores políticos e grupos étnicos Poloneses (1939-1941 e 1944-1945), Romenos (1941 e 1944-1953),Lituanos, Letões, Estonianos (1941 e 1945-1949), Alemães do Volga (1941-1945), Finlandeses da carélia (1940-1941, 1944),Tártaros da Crimeia, Gregos da Crimea,(1944) e Gregos do cáucaso (1949-1950), Calmucos, Bálcaros, Carachais, carapapaques, Chechenos e inguches (1943-1944), Coreanos do Extremo Oriente (1937), pelo regime soviético de Josef Stalin para Gulags e regiões distantes da Rússia e Ásia Central entre 1930-1950;
- Deportação dos judeus e ciganos pelos nazistas;
- Deportação (expulsão) de 12 milhões de alemães da Europa oriental ocupada pelo Exército Vermelho no pós guerra entre 1945-1950.
Ver também
Referências
- ↑ DOLINGER, Jacob (1993). Direito Internacional Privado (Parte Geral). Rio de Janeiro: Ed. Renovar