Daniel Pellizzari | |
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Nascimento | 1974 (50 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Manaus, Amazonas |
Nacionalidade | Brasileiro |
Alma mater | UFRGS |
Prémios | Prêmio Açorianos de Literatura 2003 |
Página oficial | |
www.cabrapreta.org |
Daniel Pellizzari (Manaus, 1974) é um escritor, tradutor e editor brasileiro que cresceu em Porto Alegre e atualmente vive em São Paulo.
Seu último livro é Digam a Satã que o recado foi entendido, romance que faz parte do projeto Amores Expressos, realizado pela RT Features e pela Companhia das Letras e que o levou a Dublin, na Irlanda, em 2007. Satã foi eleito o melhor livro de 2013 pelos leitores do jornal gaúcho Zero Hora[1].
Como tradutor, já traduziu para o português brasileiro obras de William S. Burroughs, Irvine Welsh, Hunter S. Thompson, Donald Barthelme, Neil Gaiman, David Foster Wallace e Kurt Vonnegut, entre outros.
Escreveu sobre games no caderno Tec da Folha de S. Paulo[2], além de ter assinado uma coluna sobre temas variados no blog do Instituto Moreira Salles[3], onde trabalha como editor.
Atualmente encontra-se em fase de produção uma série em quadrinhos intitulada Furry Water, produzida em conjunto com o premiado quadrinista gaúcho Rafael Grampá, para a editora norte-americana Dark Horse Comics.
Biografia
Pellizzari começou a publicar seus textos em antologias, no início da década de 1990. A partir de 1995 valeu-se da liberação do acesso comercial à Internet no Brasil para publicar seus trabalhos online, tornando-se, assim, precursor brasileiro no uso da rede como vitrina e laboratório literário. Durante o ano de 1996, estudou Criação Literária com Luiz Antonio de Assis Brasil.
Entre 1998 e 2001 fez parte do staff do extinto fanzine digital CardosOnline, publicação que se tornou famosa na época (provavelmente a publicação eletrônica independente de maior tiragem do Brasil até então) pelo amplo apelo de seu conteúdo, fato que alçou Pellizzari a um público cada vez maior e menos segmentado.
Em 2001, fundou a editora Livros do Mal, em parceria com Daniel Galera e Guilherme Pilla, também ex-colunistas do CardosOnline, pela qual lançou no mesmo ano Ovelhas que Voam se Perdem no Céu, e, em 2002, O Livro das Cousas que Acontecem, ambos volumes de conto. Por sua editora, lançou autores como Daniel Galera, Joca Reiners Terron, Paulo Scott e Marcelo Benvenutti.
Seu primeiro romance foi lançado em 2005: Dedo Negro Com Unha, uma auto-intitulada "farsa épica contendo as mais abstrusas, discutíveis, taumatúrgicas e desopilantes desventuras ocorridas desde o início dos tempos até os atribulados dias pentadiluvianos".
Em dezembro de 2012 sai em e-book Melhor seria nunca ter existido (Livros do Mal 2.0), uma antologia contendo dezoito textos escritos entre 1996 e 2003, que reúne contos dos seus dois primeiros livros Ovelhas que voam se perdem no céu (2001) e O livro das cousas que acontecem (2002), revistos após quase uma década desde sua primeira publicação.
No mesmo ano ele participou da coletânea Os Melhores Escritores Não Traduzidos, da conceituada revista Granta. Seu perfil foi traçado pelo também escritor gaúcho Michel Laub[4].
Influências
Seu estilo de escrita e de volume de informações e associações é frequentemente chamado de enciclopédico, e por vezes o autor é associado ao realismo fantástico. Em suas obras, destaca-se a temática do absurdo, do nonsense, encarada com naturalidade burocrática, por vezes lembrando ao leitor que "as cousas são o único sentido occulto das cousas" (Fernando Pessoa). Outrossim, também saltam aos olhos uma grande quantidade de referências figuradas e incontáveis citações aos universos do pop e da mitologia, bem como uma estilística distinta, cuidadosamente talhada com jogos de palavras, pompas fonéticas e toques de humor arrevesado.
Em seus contos, o estilo conciso e os desfechos inusitados, debochados, por vezes responsáveis por causar mal-estar ao leitor, remetem à obra do escritor russo Daniil Kharms.
Adaptações
Em 2002, Ovelhas que Voam se Perdem no Céu ganhou uma adaptação teatral pelo grupo paulistano Cemitério de Automóveis, de Mário Bortolotto. A peça também incluía adaptações de trechos de colunas do CardosOnline, de um conto de O Livro das Cousas que Acontecem e de um conto inédito. Em 2014 o grupo paulistano Cemitério de Automóveis reapresentou a peça baseada no livro de estreia de Pellizzari.
HQs
Daniel Pellizzari está produzindo uma série em quadrinhos com o premiado quadrinista Rafael Grampá. Chama-se Furry Water e será publicada pela editora norte-americana Dark Horse Comics.[5]
Obras
Romance
- Digam a Satã que o recado foi entendido, Companhia das Letras, 2013.
- Dedo Negro com Unha, editora DBA, 2005.
Contos
- Melhor seria nunca ter existido, [2], Livros do Mal 2.0, 2012.
- O Livro das Cousas que Acontecem, editora Livros do Mal, 2002;
- Ovelhas que Voam se Perdem no Céu [3], editora Livros do Mal, 2001;
Participação em antologias
- Apocalipse? Anuário Todavia 2018/2019, Todavia, 2018;
- La Paz es Cosa de Niños, Pez en Hielo, Uruguai, 2018;
- Lusofonica: La nuova narrativa in lingua portoghese, La Nuova Frontiera, Itália, 2006;
- Contos do Novo Milênio, Instituto Estadual do Livro/RS, 2006;
- Sex'n'Bossa, Mondadori, Itália, 2005;
- Contos de Bolso, Casa Verde, 2005;
- Wunderblogs.com, Barracuda, 2004;
- Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século, Ateliê Editorial, 2004;
- Geração 90: Os trangressores, Boitempo Editorial, 2003;
- Pata Maldita, Armazém Digital, 2001;
- Contos de oficina 18, EdiPUCRS, 1997;
- Jovem escritor 90, Nova Dimensão, 1990.
Obras traduzidas para outros idiomas
- Pecore che volano si perdono nel cielo, Arcana Libri, Itália, 2004.
Prêmios
- Prêmio Açorianos de Literatura: Editora do Ano (Porto Alegre, 2003)
Algumas traduções para o português
Hunter S. Thompson
- Medo e delírio em Las Vegas: Uma jornada selvagem ao coração do sonho americano - Conrad Editora do Brasil, 2007, ISBN 9788576162513); LP&M, 2010.
- Rum: Diário de um jornalista bêbado - Conrad Editora do Brasil, 2005, ISBN 8576161087; LP&M, 2011.
- Screwjack (Screwjack and other stories) - Conrad Editora do Brasil, 2005.
William S. Burroughs
- Almoço nu: versão definitiva (Naked lunch: the restored text) - Ediouro, 2005.
Kurt Vonnegut
- Piano mecânico (Player Piano) - Intrínseca, 2020.
- Matadouro-Cinco (Slaughterhouse-Five) - Intrínseca, 2019.
David Foster Wallace
- Ficando longe do fato de já estar meio que longe do tudo - com Daniel Galera - Companhia das Letras, 2012.
Donald Barthelme
- Grandes dias e outras histórias (40 Stories) - Rocco, 2019.
- O pai morto (The Dead Father) - Rocco, 2015.
Irvine Welsh
- Skagboys - com Daniel Galera - Rocco, 2014.
- Pornô - com Daniel Galera - Rocco, 2006.
- Trainspotting - com Daniel Galera - Rocco, 2004.
John Reed
- A vez do Bola-de-Neve (Snowball's Chance) - Planeta, 2003.
Ver também
Referências
- ↑ Satã, de Daniel Pellizzari é eleito o melhor livro de 2013 - Zero Hora
- ↑ Folha de SP - Colunas
- ↑ Esboço da artista enquanto musa da Geração Y - Entrevista com Sasha Grey [1]
- ↑ Os Revista Granta - Os Melhores Escritores Não Traduzidos
- ↑ «Furry Water Flows at Dark Horse». Publishers Weekly. Consultado em 28 de julho de 2009
Ligações externas