𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Crise do apagão

Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil durante o período.

A crise do apagãoPredefinição:Nota de rodapé foi uma crise nacional ocorrida no Brasil, que afetou o fornecimento e distribuição de energia elétrica. Ocorreu entre 1 de julho de 2001 e 19 de fevereiro de 2002, durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.

À época, 89,6% da energia elétrica brasileira tinha origem hídrica.[1] Com escassez de chuvas ao longo do ano de 2001, o nível de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras baixou. No início da crise, levantou-se a hipótese de que talvez se tornasse necessário fazer longos cortes forçados de energia elétrica em todo Brasil.[2][3] Estes cortes forçados, ou blecautes, foram apelidados pela imprensa de apagões.

Na época, previa-se grande possibilidade de ocorrer cortes de grandes dimensões no país, sobretudo nas grandes cidades e adotaram-se diversas medidas de racionamento, que produziram severas perdas na economia brasileira, que cresceu apenas 1,42% em 2001, quando tinha crescido 4,4% em 2000.[3][2] O bom resultado da campanha de racionamento foi suficiente para evitar os cortes de energia.[4]Predefinição:Nota de rodapé Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), publicada em 15 de julho de 2009 mostrou que o apagão elétrico gerou um prejuízo ao Tesouro de R$ 45,2 bilhões.[5] O ex-ministro Delfim Netto calcula que cada brasileiro perdeu R$ 320 com o apagão.[6]

Depois da recuperação de chuvas, o racionamento foi encerrado em 19 de fevereiro de 2002.[7]

Embora os cortes não tenham acontecido, o termo foi popularizado pela oposição ao governo. A crise energética somada à crise financeira então vigente no país contribuiu para a perda de popularidade de Fernando Henrique, que culminou com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2002.[4] Em 21 de janeiro de 2002, um blecaute na região centro-sul causado pelo rompimento de um cabo entre a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira e Araraquara deixou o Distrito Federal e dez estados brasileiros sem energia elétrica por algumas horas.[8] Tal evento não teve qualquer relação causal com a falta de água e o racionamento ainda em vigor no país.[9]

Causas

A crise ocorreu por uma soma de fatores: as poucas chuvas, e a falta de planejamento e ausência de investimentos em geração e transmissão de energia. Com a escassez de chuva, o nível de água dos reservatórios das hidroelétricas baixou e os brasileiros foram obrigados a racionar energia.[6]

Após toda uma década sem investimentos na geração e distribuição de energia elétrica no Brasil, um racionamento de energia foi elaborado às pressas, na passagem de 2000 para 2001. [carece de fontes?]

A situação energética levou à necessidade urgente de cortar em 20% o consumo de eletricidade em quase todo o país, exceto a região sul, tendo em vista que suas represas estavam cheias e houvera retomada de investimentos no setor.[10] Estipularam-se benefícios aos consumidores que cumprissem a meta e punições para quem não conseguisse reduzir seu consumo de luz. Contudo, no dia 7 de dezembro de 2001 choveu copiosamente e o racionamento pôde ser suspenso em 19 de fevereiro de 2002[7]

Como forma de prevenção de novos problemas de geração de energia elétrica, o governo federal, em 21 de julho de 2001, iniciou um imenso programa de investimentos em uma rede de usinas termoelétricas, movidas a gás, carvão e óleo combustível que não dependem do ciclo das águas. Essa rede de usinas, segundo o governo, daria flexibilidade para o sistema e serviria de back-up em épocas de secas, complementando o sistema.[carece de fontes?]

Ver também

Predefinição:Notas

Referências

  1. Felix, Tiago. «Principal preocupação é que ocorram eventuais apagões, diz ex-presidente da Aneel». CNN Brasil (em português). Consultado em 13 de outubro de 2021 
  2. 2,0 2,1 Martins, Raphael. «Racionamento atrapalhou retomada da economia em 2001; saiba se problema pode se repetir». G1 (em português). Consultado em 13 de outubro de 2021 
  3. 3,0 3,1 «EBC». memoria.ebc.com.br (em português). Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  4. 4,0 4,1 «Apagão ou racionamento: 10 termos para entender a crise do setor elétrico». BBC News Brasil (em português). Consultado em 8 de outubro de 2021 
  5. Correio Braziliense. «Apagão elétrico custou R$ 45,2 bilhões aos brasileiros». 15 de julho de 2009 
  6. 6,0 6,1 NETTO, Delfim. Crescimento e Apagão. A barbeiragem do governo FHC com a falta de energia custou 320 reais ao bolso de cada brasileiro. Sextante, in CartaCapital
  7. 7,0 7,1 «PAMPLONA, Nicola e TEREZA, Irany. Em 20 de agosto de 2000, o jeito foi racionar para não ter apagão Rio de Janeiro: O Estado de S. Paulo, 26/06/2006» 🔗. Consultado em 27 de junho de 2008. Arquivado do original em 24 de maio de 2011 
  8. «Folha Online - Dinheiro - Queda de cabo entre Ilha Solteira e Araraquara causou blecaute - 21/01/2002». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  9. «UOL Últimas Notícias - Metade do Brasil afetado por apagão 21/01/2002 - 19h33». noticias.uol.com.br. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  10. Sérgio Bueno, Valor (4 de setembro de 2010). «Gestão que projetou Dilma divide o Sul». Consultado em 29 de março de 2012 

Predefinição:Governo Fernando Henrique Cardoso Predefinição:Blecautes no Brasil

talvez você goste