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Costa-Gavras

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Costa-Gavras
Em 2018, na cerimônia do César
Nome completo Konstantinos Gavras
Nascimento 12 de fevereiro de 1933 (91 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Lutrá Iréas, Arcádia
Grécia
Nacionalidade Predefinição:GREn / Predefinição:FRAn (cidadania)
Ocupação Cineasta, produtor de cinema, roteirista
Oscares da Academia
Melhor Filme Estrangeiro
1970 - Z
Melhor Roteiro Adaptado
1983 - Missing
Globos de Ouro
Melhor Filme Estrangeiro
1970 - Z
Prémios BAFTA
Melhor Roteiro Adaptado
1983 - Missing
Festival de Cannes
Palma de Ouro
1982 - Missing
Melhor Diretor
1975 - Séction spéciale
Prêmio do Júri
1969 - Z
Festival de Berlim
Urso de Ouro
1989 - Music Box

Konstantinos Gavras, mais conhecido como Costa-Gavras, em grego Κώστας Γαβράς, (Lutrá Iréas, Arcádia, 12 de fevereiro de 1933) é um cineasta grego, naturalizado francês, que se notabilizou por seus filmes de denúncia política e, mais recentemente, de ficção social.[1]

Biografia

Costa-Gavras nasceu no vilarejo de Lutra Iréas (em grego λουτρά Ηραίας), na península do Peloponeso, tendo completado os estudos secundários em Atenas.[1] Seu pai, que era um antimonarquista, juntou-se às forças de esquerda contra os nazistas na invasão e ocupação à Grécia durante a Segunda Guerra Mundial e na Guerra civil grega (1945-1949), que eclodiou na sequência da retirada das tropas nazistas da Grécia. Terminada a guerra civil com a derrota das forças de esquerda lideradas pelo Partido Comunista Grego., os militantes da esquerda sofreram uma repressão fortíssima[1]Como resultado seu pai perdeu o emprego de coletor de impostos em Atenas e foi preso e Costa Gavras foi impedido de ingressar na Universidade e de viajar aos Estados Unidos para estudar cinema.[1] Em 1954 deixou a Grécia para estudar Literatura na Sorbonne, em Paris.

Interrompeu seus estudos em 1956, para se inscrever no Instituto de Altos Estudos Cinematográficos (IDHEC), iniciando sua carreira no cinema. Em seguida atuou como assistente de diretores como René Clair, Yves Allegret, René Clement, Marcel Ophuls, Jacques Demy. Henri Verneuil, e Jean Becker.

Ganhou destaque no cenário internacional com o filme Z, de 1969, baseado no livro homônimo escrito por Vassilis Vassilikos, que denunciava o acobertamento das investigações do assassinato do político grego Grigoris Lambrakis em 1963.[2] O filme venceu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.

Foi nomeado presidente da Cinemateca Francesa em 1981 e novamente em 2007.

Costa-Gavras é adepto de um cinema político, tendo feito muitos filmes sobre as ditaduras, também na América Latina, dentre os quais um dos seus mais famosos, Desaparecidos, Um Grande Mistério (Missing), de 1982, que aborda a ditadura de Pinochet no Chile.[3]

No final dos anos 80 o cineasta mudou-se para os Estados Unidos após o criticado Um Homem, Uma Mulher, Uma Noite, de 1979. Seu antepenúltimo filme, "Amém", de 2002, criou polêmica ao retratar a relação da Igreja Católica com o Nazismo. Seu penúltimo filme, de 2005, foi "O Corte", cuja temática é o desemprego e a concorrência no mercado de trabalho, o seu último filme foi "O capital" 2012 cuja temática é o capitalismo na sua essência, o filme retrata grandes corporações e corrupções no mercado de capital.

Sua filha, Julie Gavras, é também cineasta.

O Capital

O personagem principal é Marc Tourneuil (Gad Elmaleh), um alto executivo. Com a doença do presidente de um grande banco francês (o fictício Phênix), ele ocupa o cargo. Mas logo desconfia de que foi lá por alguma razão misteriosa, possivelmente escusa. Sente-se um marionete. Num ambiente (habilmente retratado) em que a lei é cada um puxar o tapete do outro, cabe apenas perguntar o que existe por trás da promoção. Essa é a questão a guiar a trama.

Talvez mais importante do que ela seja esse panorama interno do modo de funcionamento do capitalismo financeiro contemporâneo. Não por acaso, o greco-francês Constantin Costa-Gavras toma como título o da obra máxima de Karl Marx. Como para o filósofo, também para o cineasta não se trata de demonizar pessoas, mas de entender razões internas do modo de funcionamento capitalista – e das consequências que ele traz para as pessoas.

Por exemplo, Marc, para satisfazer os acionistas, é obrigado a fazer demissões brutais. Tudo é contabilizado. Se os cortes atingirem 7 mil funcionários, as ações sobem tanto por cento. A meta visada prevê 10 mil demissões, e assim é feito. Da mesma forma, a justificativa já está pré-fabricada. Demitem-se 10 mil para salvar a empresa e, portanto, o emprego de outros 90 mil, e blá-blá-blá. Ninguém acredita nisso, muito menos quem fala. Tudo é apenas um jogo no qual vidas são sacrificadas, gente vai à miséria, perde suas economias, mas tudo faz parte da “ordem natural das coisas”.

O curioso é que Costa-Gavras não assume o tom indignado da denúncia ingênua. É quase frio e matemático em sua demonstração do absurdo da especulação financeira e das pessoas que dela vivem. Com exceção de um ou outro momento mais didático, permite que o espectador tire suas conclusões. Mesmo seu personagem principal não deixa de ser ambíguo e conflitado. Marc, pelo que ficamos sabendo, foi um garoto brilhante, com grande futuro. Decidiu enriquecer. Mas quanto dinheiro é o suficiente? Não existe limite, porque acima de certa quantidade a grana se transforma em poder, e a fome de poder é impossível de saciar. Não é mais dinheiro – é capital.

Devotar-se ao vil metal não sai de graça – em sua obra, muito mais citada do que lida, Marx fala no poder de corrosão do dinheiro. Bem casado, Marc arrisca-se a perder a esposa. Envolve-se com uma modelo deslumbrante (Liya Kebede) apenas porque deseja possuí-la (no sentido literal e no figurado). Mostra uma queda por uma jovem economista francesa (Céline Sallette), disposta, junto a ele, a desvendar o mecanismo que está levando o mundo à bancarrota. Mas há um abismo entre Marc e Marx. Se o filósofo viveu no limite da miséria, e ajudado por Engels, para decifrar o sistema e expor suas contradições, o banqueiro surfa na crise e dela tira o melhor proveito.

Nem por isso Marc deixa de ser uma espiral de contradições. Quando assume, tenta frear práticas menos ortodoxas, como lavagem de dinheiro. Mas cedo verá armadilhas espalhadas em seu caminho. No começo, ensaia-se pintar uma diferença entre o velho capitalismo europeu, “ético”, e o vale-tudo norte-americano. Para se concluir que, na prática, o capitalismo é o mesmo e um só em todo mundo. Aliás, numa festa de família, Marc ironiza um tio esquerdista dizendo que eles, os financistas, haviam conseguido algo que fora tentado em vão por gerações de revolucionários de esquerda – a internacionalização. No caso, do capital, da produção, dos mercados. O capital paira acima das pessoas, dos países e dos governos.

Esse filme maduro é feito para um público em geral esquecido pelo cinema, o adulto inteligente, Costa-Gavras mostra a antiga força do seu cinema político. Sem ser panfletário, vai direto ao alvo e não mostra qualquer receio em afrontar o verdadeiro poder do nosso tempo.

Costa-Gavras, no mês de abril 2008, para o filme Eden à l'Ouest

Filmografia

  • Le Capital - 2012
  • 'Eden à l'Ouest - 2009
  • Le couperet (O Corte) - 2005
  • Amen. - 2002
  • Mad City (O Quarto Poder) - 1997
  • La petite apocalypse - 1993
  • Music Box (Muito mais que um crime) - 1989
  • Betrayed (Atraiçoados) - 1988
  • Conselho de Família - 1986
  • Hanna K. - 1983
  • Missing (Desaparecido, um Grande Mistério) - 1982
  • Clair de femme (Um Homem, uma Mulher, uma Noite) - 1979
  • Séction spéciale (Seção Especial de Justiça) - 1975
  • État de siège (Estado de Sítio) - 1972
  • L'aveu (A Confissão) - 1970
  • Z - 1968
  • Un homme de trop (Um Homem a Mais - Tropa de Choque) - 1967
  • Compartiment tueurs (Crime no Carro Dormitório) - 1965

Prémios e nomeações

  • Recebeu uma nomeação ao Óscar, na categoria de Melhor Realizador, por "Z" (1969).
  • Recebeu duas nomeações ao Óscar, na categoria de Melhor Argumento Adaptado, por "Z" (1969) e "Missing" (1982). Venceu em 1982.
  • Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Realizador, por "Missing" (1982).
  • Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Argumento, por "Missing" (1982).
  • Recebeu uma nomeação ao BAFTA, na categoria de Melhor Realizador, por "Missing" (1982).
  • Recebeu duas nomeações ao BAFTA, na categoria de Melhor Argumento, por "Z" (1969) e "Missing" (1982). Venceu em 1982.
  • Recebeu uma nomeação ao César, na categoria de Melhor Filme, por "Clair de femme" (1979).
  • Recebeu uma nomeação ao César, na categoria de Melhor Realizador, por "Clair de femme" (1979).
  • Ganhou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, por "Missing" (1982).
  • Ganhou o prémio de Melhor Diretor, no Festival de Cannes, por "Section spéciale" (1975).
  • Ganhou o Prémio do Júri, no Festival de Cannes, por "Z" (1969).
  • Ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por "Music Box " (1989).

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Costa-Gavras

Predefinição:Palma de Ouro Predefinição:Oscar de melhor roteiro adaptado Predefinição:Urso de Ouro

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 «French resistance: Costa Gavras». The Guardian. 4 de abril de 2009. Consultado em 8 de junho de 2022 
  2. «Nos 50 anos do clássico Z, Costa-Gavras é homenageado no Varilux». Metrópoles. 4 de junho de 2018. Consultado em 6 de junho de 2022 
  3. «CIA teve atuação em assassinato que virou filme de Costa-Gavras». Folha de São Paulo. 9 de outubro de 1999. Consultado em 7 de junho de 2022 

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