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Corpolatria

Corpolatria é o culto exagerado do corpo.[1][2]

Corpolatria é uma espécie de “patologia da modernidade” caracterizada pela preocupação e cuidado extremos com o próprio corpo não exatamente no sentido da saúde (ou presumida falta dela, como no caso da hipocondria) mas particularmente no sentido narcisístico de sua aparência ou embelezamento físico.

Para o corpólatra, a própria imagem refletida no espelho torna-se obsecante, incapaz de satisfazer-se com ela, sempre achando que pode e deve aperfeiçoá-la. Sendo assim, a corpolatria se manifesta como exagero no recurso às cirurgias plásticas, gastos excessivos com roupas e tratamentos estéticos, abuso do fisiculturismo (musculação, uso de anabolizantes, etc).

A corpolatria, como fenômeno psico-social, aparentemente está relacionada com as mudanças no campo do trabalho produtivo ocorridas no final do século XX, a saber, desde que a distinção entre produção e reprodução social perdeu nitidez, confundindo-se o tempo vital com o tempo de trabalho. Desde então, em muitas profissões e ocupações a aparência corporal e o vigor físico passaram a ser uma espécie de segunda força produtiva ao lado da força de trabalho propriamente dita, com o tempo livre tendendo a se tornar um segundo turno do trabalho produtivo.

Como influência patológica de saúde coletiva, a corpolatria tende a se agravar tanto mais encontre não só um amplo mercado de produtos e serviços voltados para o culto ao corpo como também seja propalada como uma espécie de emancipação ou de libertação pessoal dos determinantes “repressivos” da produção capitalista.

Referências

  1. Uol (agosto de 2015). «Forma física, corpo perfeito e consumismo». Consultado em 29 de junho de 2019 
  2. Portal Educação. «Revisão literária: o universo mágico da corpolatria». Consultado em 29 de junho de 2019 
  • Cf. Wanderley Codo e Wilson Senne, "O que é Corpolatria" - Col. Primeiros Passos, Ed. Brasiliense, 1985

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