Predefinição:Info/Classe de navio
A classe Niterói é uma classe de fragatas da Marinha do Brasil, atualmente sucedida pela Classe Tamandaré.
História
No alvorecer da década de 1970 a Marinha do Brasil abriu uma concorrência internacional para uma nova série de navios, destinada a substituir unidades mais antigas, de origem americana, construídas durante a Segunda Guerra Mundial.
Foi especificado que esses novos navios deveriam possuir grande autonomia operacional e ser capazes de manter velocidades que os habilitassem à escolta de comboios rápidos, assim como, quando necessário, desenvolver altas velocidades.
A concorrência foi vencida pela empresa britânica Vosper Thornycroft com o projeto da Vosper Mk10, de 3 500 toneladas, concebida como uma plataforma multifuncional com alguma ênfase em guerra anti-submarina. Foram assim construídas seis unidades, as quatro primeiras nos estaleiros da Vosper e os dois últimos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).
A autorização para a construção foi dada pelo governo brasileiro em setembro de 1970, como parte do Programa de Renovação e Ampliação de Meios Flutuantes da Marinha. As novas fragatas entraram em serviço entre 1976 e 1980, e passaram por extenso programa de modernização iniciado em 1997, chamado ModFrag, realizado no Arsenal de Marinha.
Missão
São Navios-Escolta. Podem localizar e destruir aeronaves, navios de superfície e submarinos inimigos, além de efetuar patrulhas nas nossas águas.[1]
Vosper Mk 10
Vosper Mk 10 é a designação britânica do projeto das fragatas classe Niterói da Marinha do Brasil. O estaleiro britânico Vosper Thornycroft, ao longo das décadas de 1960 e 1970, projetou e construiu uma série de corvetas/fragatas. O projeto MK 10 foi a evolução definitiva e mais avançada dessa linha de unidades navais de combate.
Evolução do Projeto
O projeto inicial, conhecido como Mk 1, resultou numa corveta com 500 t de deslocamento. Duas unidades foram construídas para a Marinha de Gana em 1964/1965 e outra para a Líbia em 1966. Posteriormente veio a Mk 3, um pouco maior (660 t), com duas unidades entregues à Marinha da Nigéria em 1972. Nesta mesma época a Marinha do Irã recebeu as quatro unidades da classe MK 5, conhecidas naquele país como classe Saam (de 1540 t). A evolução do projeto Mk 5 levou ao desenvolvimento do projeto Mk 7, legeiramente maior que seu antecessor (uma única unidade encomendada pela Líbia). Duas unidades Mk 9 ainda foram projetadas para a Marinha da Nigéria. Lançadas em 1980 e 1981, estas duas unidades eram bem menores (780 t), mas fortemente armadas.
O maior sucesso comercial da família de projetos da Vosper foi a classe Tipo 21 ou Amazon. Oito unidades foram construídas para a Marinha Real Britânica sendo que sete navios participaram da Guerra das Malvinas e dois foram afundados. O projeto Mk 10 deriva muito das fragatas Tipo 21.
Controvérsias
Segundo documentos liberados pelo governo britânico em 2009, a compra das fragatas foi superfaturada pelo estaleiro Vosper Thornycroft em £ 500 mil. Apesar do governo britânico ter iniciado uma investigação em 1979 (após o processo de nacionalização do estaleiro), tendo oferecido o ressarcimento do valor, o governo brasileiro recusou. [2]
Número de Amura | Nome | Batimento de Quilha | Lançamento | Comissionamento | Descomissionamento/Status | Construtores |
---|---|---|---|---|---|---|
F-40[3] | Niteroi | 8 de junho de 1972 | 8 de fevereiro de 1974 | 20 de novembro de 1976 | 28 de junho de 2019[4] | Vosper Thornycroft |
F-41[5] | Defensora | 14 de dezembro de 1972 | 27 de março de 1975 | 5 de março de 1977 | Em serviço ativo | Vosper Thornycroft |
F-42[6] | Constituição | 13 de março de 1974 | 15 de abril de 1976 | 31 de março de 1978 | Em serviço ativo | Vosper Thornycroft |
F-43[7] | Liberal | 2 de maio de 1975 | 7 de fevereiro de 1977 | 18 de novembro de 1978 | Em serviço ativo | Vosper Thornycroft |
F-44[8] | Independência | 11 de junho de 1972 | 2 de setembro de 1974 | 3 de setembro de 1979 | Em serviço ativo | Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro |
F-45[9] | União | 11 de junho de 1972 | 14 de março de 1975 | 12 de setembro de 1980 | Em serviço ativo | Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro |
U-27[10] | Brasil | 18 setembro de 1981 | 23 de setembro de 1983 | 21 de agosto de 1986 | Em serviço ativo | Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro |
Referências
- ↑ 1,0 1,1 admin (20 de fevereiro de 2019). «Fragatas (Classe Niterói)». Marinha do Brasil (em português). Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ Daniel Buarque (2 de junho de 2018). «Ditadura abafou apuração de corrupção dos anos 70, revelam documentos britânicos». Folha de S. Paulo. Consultado em 2 de junho de 2018
- ↑ «NGB - Fragata Niterói - F 40». www.naval.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ Galante, Alexandre (24 de junho de 2019). «Mostra de Desarmamento da Fragata Niterói - F40». Poder Naval - Navios de Guerra, Marinhas de Guerra, Aviação Naval, Indústria Naval e Estratégia Marítima (em português). Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «NGB - Fragata Defensora - F 41». www.naval.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «NGB - Fragata Constituição - F 42». www.naval.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «NGB - Fragata Liberal - F 43». www.naval.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «NGB - Fragata Independência - F 44». www.naval.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «NGB - Fragata União - F 45». www.naval.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2022
- ↑ «NGB - Navio Escola Brasil - U 27». www.naval.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2022
Ver também
Ligações externas
- «Ficha da Classe.»
- «Ficha da Classe.»
- «Ficha da Classe.»
- «Aspide-2000.»
- «As fragatas classe Niterói, Poder Naval OnLine.»
- «Navios de Guerra Brasileiros, Fragata Niterói.»