O cinturão da ferrugem (Rust Belt, em inglês), conhecido até os anos 1970 como cinturão da manufatura (Manufacturing Belt em inglês), é uma região dos Estados Unidos que abrange estados do nordeste, dos Grandes Lagos e do meio-oeste.
Origem da expressão
A expressão Rust Belt ganhou popularidade nos Estados Unidos na década de 1980 em razão do declínio econômico, populacional e da decadência urbana que atingiram essa outrora poderosa região industrial, cuja economia baseava-se principalmente na indústria pesada.[1]
Cidade | Variação | População 2015 [2] | População 2000 |
---|---|---|---|
Detroit, Michigan | −28.8% | 677,116 | 951,270 |
Gary, Indiana | −24.9% | 77,156 | 102,746 |
Flint, Michigan | −21.3% | 98,310 | 124,943 |
Youngstown, Ohio | −21.2% | 64,628 | 82,026 |
Saginaw, Michigan | −20.1% | 49,347 | 61,799 |
Cleveland, Ohio | −18.9% | 388,072 | 478,403 |
Dayton, Ohio | −15.4% | 140,599 | 166,179 |
Niagara Falls, Nova York | −12.0% | 48,916 | 55,593 |
Buffalo, New York | −11.9% | 258,071 | 292,648 |
Canton, Ohio | −11.0% | 71,885 | 80,806 |
Toledo, Ohio | −10.8% | 279,789 | 313,619 |
Lakewood, Ohio | −10.6% | 50,656 | 56,646 |
Decatur, Illinois | −10.5% | 73,254 | 81,860 |
Cincinnati, Ohio | −9.9% | 298,550 | 331,285 |
Pontiac, Michigan | −9.7% | 59,917 | 66,337 |
St. Louis, Missouri | −9.3% | 315,685 | 348,189 |
Akron, Ohio | −9.0% | 197,542 | 217,074 |
Pittsburgh, Pennsylvania | −9.0% | 304,391 | 334,563 |
Springfield, Ohio | −8.7% | 59,680 | 65,358 |
Lorain, Ohio | −7.3% | 63,647 | 68,652 |
Charleston, Virgínia Ocidental | −6.9% | 49,736 | 53,421 |
Parma, Ohio | −6.7% | 79,937 | 85,655 |
Chicago, Illinois | −6.1% | 2,720,546 | 2,896,016 |
South Bend, Indiana | −5.8% | 101,516 | 107,789 |
Trata-se da área de industrialização mais antiga e extensa dos Estados Unidos. Lá instalaram-se quase todos os tipos de indústrias, embora se destacassem os ramos siderúrgico, mecânico, metalúrgico (automobilístico), petroquímico, alimentício e têxtil. Essas indústrias concentraram-se na região sobretudo em razão das fontes de matéria-prima, situadas em torno dos Grandes Lagos e dos Montes Apalaches, e da proximidade com o oceano Atlântico, que facilitava as trocas comerciais.
A indústria dos Estados Unidos aglomerou-se em torno das principais fontes de matéria prima, sobretudo o carvão mineral, que fomentou principalmente a siderurgia e metalurgia, que logo dariam origem às indústrias de bens de consumo duráveis, tais como a automobilística, em Detroit. Tal aglomeração industrial foi chamada Manufacturing Belt e era considerada como o coração industrial da América até entrar em decadência, tornando-se o atual Rust Belt.
A desindustrialização na região começa em meados do século XX, em razão de vários fatores econômicos, tais como a competição de potências reindustrializadas no pós-guerra (Japão, Alemanha etc.), a transferência de fábricas para o oeste do país, o aumento da automação, o declínio das indústrias siderúrgicas e de carvão dos Estados Unidos, o aumento de impostos e regulamentações implementadas, o inicio de blocos econômicos, tais como o NAFTA, a adesão à Organização Mundial do Comércio, a globalização e a terceirização de atividades (e empregos) fora dos EUA.[3][4]
Ver também
Referências
- ↑ Crandall, Robert W. The Continuing Decline of Manufacturing in the Rust Belt. Washington, D.C.: Brookings Institution, 1993.
- ↑ «Annual Estimates of the Resident Population for Incorporated Places: April 1, 2010 to July 1, 2015». Consultado em 2 de julho de 2016
- ↑ «Rust Belt» (em English)
- ↑ Technology and Steel Industry Competitiveness: Chapter 4. "The Domestic Steel Industries Competitiveness Problems". Washington, D.C: Congress of the United States, Office of Technology Assessment, 1980, pp. 115-151.
Bibliografia
- American Steel, Richard Preston (1991), Prentice Hall. ISBN 0-13-029604-X
- Images of the Rust Belt, James Jeffery Higgins (1999), Kent State University Press. ISBN 0-87338-626-4
- Industrial Sunset, Steven High (2003), University of Toronto Press. ISBN 0-8020-8528-8
- People and folks: gangs, crime, and the underclass in a rust-belt city, John Hagedorn and Perry Macon (1988), Lake View Press. ISBN 0-941702-21-9
- Reorganizing the Rust Belt, Steven Henry Lopez (2004), University of California Press. ISBN 0-520-23565-7
- Revival in the rust belt, Daniel R. Denison and Stuart L. Hill (1987), University of Michigan Press. ISBN 0-87944-322-7.