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Cerco de Sebastopol (1854–1855)

Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Cerco de Sebastopol.

Predefinição:Info/Batalha O Cerco de Sebastopol foi o principal combate ocorrido durante a Guerra da Crimeia, tendo durado de setembro de 1854 a setembro de 1855. Um dos primeiros livros de Leão Tolstoi, Contos de Sebastopol detalha os combates num misto de ficção e relato histórico.

Descrição

Em setembro de 1854, as tropas aliadas do Reino Unido, França e Piemonte chegaram à Crimeia e sitiaram a cidade de Sebastopol, base oficial da Marinha Tsarista no Mar Negro, de onde ameaçava o Mediterrâneo. Antes que viesse a ser encurralado, as tropas russas se retiraram.

No começo de outubro, engenheiros franceses e britânicos, movendo sua base para Balaclava, começaram a erguer as construções da linha de assédio ao longo dos planaltos de Chersonese, ao sul de Sebastopol. As tropas escavaram abrigos, baterias armadas e trincheiras.

Com a saída do exército russo e seu comandante Príncipe Aleksandr Sergeyevich Menshikovv, a defesa de Sebastopol ficou a cargo dos Vice-Almirantes Vladimir Kornilov e Pavel Nakhimov, auxiliados pelo engenheiro-chefe de Menshikov, Tenente-Coronel Eduard Totleben. As forças militares disponíveis para a defesa eram de 4,5 mil milicianos, 2,7 mil artilheiros, 4,4 mil marinheiros, 18,5 mil fuzileiros-navais e 5 mil auxiliares de serviço, totalizando pouco mais de 35 000 homens.

Os russos primeiro puseram a pique alguns navios, para a proteção do porto, usando seus canhões navais como artilharia adicional e seus tripulantes como fuzileiros. As embarcações propositadamente postas a pique incluíam Grão-Duque Constantino, Cidade de Paris (ambos com 120 peças de artilharia), Valente, Imperatriz Maria, Chesme, Yagondeid (84 peças), Kavarna (60), Konlephy (54), fragata a vapor Vladimir, navios a vapor Troante, Bessarábia, Danúbio, Odessa, Elbrose e Krein.

Em meados de outubro de 1854 os Aliados possuíam 120 peças de artilharia prontas para abrir fogo contra Sebastopol; os russos tinham cerca de três vezes mais armas para responder ao fogo e defender-se dos ataques da infantaria.

A 17 de outubro começou a batalha de artilharia. As armas russas destruíram inicialmente um paiol francês, inutilizando suas armas. O fogo britânico destruiu o paiol russo durante a batalha de Malakoff, matando o Almirante Kornilov, destruindo a munição russa no lugar e abrindo uma brecha na defesa citadina. As tropas britânicas e francesas, porém, adiaram o plano de ataque da infantaria, perdendo assim ocasião para um possível desfecho prematuro do cerco.

A este tempo, os navios Aliados combatiam as defesas russas, causando danos mas logo recuando para suas posições defensivas. O bombardeio foi retomado no dia seguinte; mas, trabalhando durante a noite, os russos repararam os danos sofridos. Isto tornou-se um padrão repetido ao longo do cerco.

Durante outubro e novembro de 1854, as batalhas de Balaclava e de Inkerman aconteciam distantes das linhas de assédio. Depois de Inkerman, perceberam os russos que o cerco de Sebastopol não poderia ser levantado com uma batalha campal, conseguiram enviar pouco a pouco suas tropas para dentro da cidade, a fim de ajudarem na sua defesa. Nos fins de novembro o tempo mudou e uma tempestade de inverno arruinou os acampamentos aliados e interrompeu suas linhas de provisão. Homens e cavalos sofreram doenças e fome, diante daquelas condições precárias.

Enquanto Totleben estendia as fortificações ao redor de Redan, do bastião da bandeira e de Malakoff, o engenheiro-chefe britânico John Burgoyne percebeu em Malakoff a chave para a entrada na cidade. Foram iniciados os trabalhos a fim de permitir um cerco concentrado a Malakoff, e permitir uma maior aproximação das tropas aliadas; como resposta, Totleben escavou casamatas onde franco-atiradores armados com rifles pudessem alvejar, escondidos, os sitiadores. Antecipação da guerra de trincheiras que se tornou o símbolo maior da I Guerra Mundial, estes postos se tornaram o principal foco dos assaltos aliados.

Quando o inverno amainou, os Aliados puderam restabelecer muitas rotas de provisão. Uma nova ferrovia, a "Ferrovia Central da Grande Crimeia", foi construída pelos contratados Thomas Brassey e Samuel Peto, servindo para transportar materiais de Balaclava até a linha de cerco, entregando ainda mais de quinhentas peças de artilharia e farta munição. Começando em 8 de abril de 1855 (Domingo de Páscoa), os Aliados retomam o bombardeio das defesas russas. Em 28 de junho o Almirante Nakhimov morreu, alvejado na cabeça por um vigia Aliado.

Em 24 de agosto os Aliados iniciaram o sexto e mais severo bombardeio da fortaleza. 307 canhões dispararam 150 000 tiros, sofrendo os russos baixas diárias entre dois e três mil homens. No dia 27 de agosto 13 divisões e uma brigada aliadas (numa força total de 60 000 homens) iniciaram o último assalto. Os franceses conseguiram capturar o reduto de Malakoff, fazendo com que a defesa russa se tornasse insustentável. Na manhã de 28 de agosto as tropas russas abandonaram o lado sul de Sebastopol.[1]

Embora defendida heroicamente e às custas de pesadas baixas aliadas, a queda de Sebastopol levou à derrota russa na Guerra da Crimeia.[2]

A maioria dos defensores russos da cidade foi enterrada em mais de 400 sepulturas coletivas, no Cemitério da Fraternidade, em Sebastopol.

Destino dos canhões de Sebastopol

Os britânicos enviaram um par de canhões capturados em Sebastopol a cada uma das cidades mais importantes do Império. Alguns autores acreditam que outros canhões foram derretidos, e usados para fazer as medalhas da Cruz da Vitória, embora isso seja contestado por estudiosos.

Galeria

Zuavos franceses e soldados russos combatendo corpo-a-corpo pela torre Malakoff.
Vista do "Vale da Sombra da Morte", próximo a Sebastopol, durante bombardeio, por Roger Fenton. Recebeu dos soldados este nome devido ao grande número de balas de canhão ali caídas, e às vítimas daí advindas[3] Modernos fotógrafos consideram esta imagem a peça inaugural da fotografia de guerra.[4]
Panorama do Museu da Defesa de Sebastopol.

Referências

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  3. Grant, Simon (2005). A Terrible Beauty da revista Tate etc, n.º5, acesso em 27/09/2007 (em inglês)
  4. Morris, Errol (2007). A Filmmaker Uncovers the Hidden Truths of Photos New York Times 25/09/2007, acessada em 03/11/2007 (em inglês)
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Ligações externas

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