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Cavalhadas

Rei cristão e cavaleiros, nas Cavalhadas de Pirenópolis.

Cavalhada é uma celebração portuguesa tradicional que teve origem nos torneios medievais, onde os aristocratas exibiam em espetáculos públicos a sua destreza e valentia, e frequentemente envolvia temas do período da Reconquista. Era um "torneio que servia como exercício militar nos intervalos das guerras e onde nobres e guerreiros cultivavam a praxe da galantaria;[...]".[1]

Nas cavalhadas as alcanzias, bolas de barro ocas cheias de flores e cinzas, eram jogadas no campo de batalha.

As cavalhadas recriam os torneios medievais e as batalhas entre cristãos e mouros, algumas vezes com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França, uma coletânea de histórias fantásticas sobre esse rei. No Brasil, registram-se desde o século XVII e as cavalhadas acontecem durante a festa do Divino, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

O folguedo

Os personagens principais são os cavaleiros, vestidos de azul (cristãos) ou vermelho (mouros) e armados de lanças e espadas. A corte é representada por personagens como o rei, o general, príncipes, princesas, embaixadores e lacaios, todos vestidos com ricas fantasias.

Cavalhadas pelo Brasil

Cavalhadas no início do século 20, em Sorocaba, em tríptico de Alfredo Norfini.
Mascarados de Pirenopolis, Goiás.
  • As Cavalhadas de Pirenópolis do município de Pirenópolis, em Goiás, onde a festa inclui também personagens Mascarados (folclore) que representam o povo. Vestindo roupas coloridas e montando cavalos enfeitados, eles saem pelas ruas a galope, fazendo algazarra. A encenação dura três dias, cada um deles com uma batalha. Ao final, os cristãos vencem os mouros, que acabam se convertendo ao cristianismo.
  • A cavalhada de Poconé e realizada no município de Poconé no mês de junho e uma das maiores manifestação articitas e cultural do Estado de Mato Grosso,e é uma batalha entre mouros e cristãos,uma encenação cheia de provas e um colorido exuberante.

Arquivo:Cavalhadaalcobaça.ogg

  • Realizadas em Guarapuava no Paraná, as cavalhadas dramatizam a luta entre cristãos e mouros e os torneios medievais. Os cavaleiros dividem-se em dois grupos montados, vestidos com bonitos trajes azuis ou vermelhos. Após vários diálogos (encontro das embaixadas), simulam lutas mostrando sua perícia, portando revólveres, espadas e lanças. De lados opostos do campo estão os redutos dos reis cristãos e mouros. No final há paz, com a conversão dos mouros. Os cavaleiros se entregam a uma série de competições equestres (sortes), oferecendo os troféus às suas "damas". Duas bandas de música acompanham o espetáculo: a de "pancadaria" ou "infernal" apupa os faltosos e a outra toca em louvor dos vencedores. Apesar de tudo as cavalhadas são apenas festas folclóricas conhecidas por sua magia.
  • No Rio Grande do Sul são conhecidas as cavalhadas realizadas principalmente em Cazuza Ferreira, distrito de São Francisco de Paula, Vacaria, Mostardas, Santo Antonio da Patrulha e Caçapava, festejos que já foram o objeto de estudos históricos do conhecido folclorista e pesquisador gaúcho João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes.
  • No Estado do Rio de Janeiro, a única Cavalhada em atividade é denominada Cavalhada de Santo Amaro, encenada no dia 15 de janeiro, na Festa de Santo Amaro, no município de Campos dos Goytacazes.[2]

Ver também

Referências

  1. A palavra mafuás e a relação entre novena e cavalhada Site Ciberdúvidas
  2. Gonçalves, Gisele da Silva (2013). A cavalhada de Santo Amaro: uma tradição da baixada campista. Campos dos Goytacazes, RJ: ESSENTIA EDITORA 

Ligações externas

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