Predefinição:Info/Edifício religioso Predefinição:Info/Sítio do Patrimônio Mundial A Catedral de Notre-Dame de Reims forma, juntamente com a Catedral de Chartres, a dupla de catedrais góticas mais importantes da França. Localiza-se na cidade de Reims, na região de Champanhe. Foi construída no século XIII, em substituição a uma antiga igreja incendiada. O local onde se encontra a Catedral de Reims teria sido o local do batismo do rei Clóvis I.
História
Localizada na região de Champanhe, Reims sempre foi um importante centro comercial. Já naquela época aqui era produzido um delicioso vinho espumante, que séculos mais tarde iria correr o mundo, batizado com o nome desta região. Quando os romanos lá chegaram, no ano 58 a.C., encontraram uma comunidade rica na produção de vinhos, madeira, carne e lã, e com ela estabeleceram uma relação pacífica e lucrativa para os dois lados.
No ano 250 d.C., Reims já era sede do bispado de Champagne, e sua influência religiosa era importante nesta parte da Europa, a tal ponto que a conversão dos estados germânicos ao catolicismo foi conseguida graças aos religiosos de Reims. Um marco desta era é o batismo de Clóvis I, no ano 516, que deu um extraordinário impulso à implementação da igreja católica na Europa pós-império romano estabelecida como pólo comercial, artístico, e principalmente espiritual, um símbolo à altura de sua religiosidade era agora necessário.
Uma pequena igreja, consagrada a Nossa Senhora de Reims já existia no centro da cidade desde a época do batismo de Clóvis. Em 816, ela foi reconstruída para abrigar a cerimônia de coroação do rei da França. Nesta época, Reims já era também o local onde se realizavam as coroações reais. Mas foi apenas em 6 de maio de 1211 que o arcebispo Aubrey de Humbert lançou a pedra inaugural das fundações da nova catedral.
Entre 1211 e 1221, Jean d'Orbais construiu o primeiro nível do coro e as capelas laterais. Em 1252, Jean le Loup iniciou a construção da fachada oeste, a principal. Em 1256, foram incluídas as estátuas nesta fachada e concluídos os portais da catedral, sob supervisão de Gaucher. Em 1299, Robert de Coucy completou a estrutura até o primeiro nível, onde atualmente está situada a Galeria dos Reis. O portal central, dedicado à Virgem Maria tem um vitral em forma de rosácea, característica marcante da Catedral. A Galeria dos Reis abriga a pia batismal de Clóvis e estátuas de seus sucessores. A Catedral possui finas tapeçarias. Uma das séries mais importantes é a executada por Robert de Lenoncourt, representando a vida de Maria.
Diversos arquitetos trabalharam em sua construção, e apenas ao fim de 70 anos estavam concluídas a fachada principal e a maior parte do interior da catedral. No entanto, guerras como a dos Cem Anos, contra a Inglaterra, a Grande Peste Européia de 1348, e o grande incêndio de 1481 causaram atraso ao projeto. Apenas 300 anos após a colocação da pedra fundamental a catedral estava com a aparência que tem hoje em dia, embora alguns elementos construtivos ainda permanecessem incompletos.
Em 1516, quando completa, o comprimento da nave chegava a 139 metros, ainda maior que Chartres. Sua largura era de 13 metros e altura de 35 metros (equivalente a um prédio de doze andares) Originalmente, o projeto previa a construção de sete torres, sendo duas na fachada oeste, duas de cada lado do transepto e uma no central, mas apenas as torres da fachada oeste, a principal, foram concluídas, respectivamente em 1445 e 1475. Durante 1917, a catedral foi duramente atingida pela Primeira Guerra Mundial. Cerca de 300 bombas incendiarias foram lançadas sobre Reims, danificando gravemente sua abóbada. Após a guerra é iniciada uma extensa recuperação da catedral, que só estaria totalmente concluída em 1937.
O equilíbrio e harmonia de Reims são notáveis, o que pode ser considerado como conseqüência das lições aprendidas com a construção de Chartres. Também suas formas externas, erigidas em volumes independentes, ornados com esculturas decorativas, formam uma combinação de rara felicidade arquitetônica. Com uma área construída de 6 650 m², a Catedral de Reims é, além de belíssima, uma das maiores obras arquitetônicas e religiosas da história da humanidade.
Talvez o ponto culminante da história de Reims tenha sido em 17 de Julho de 1429, data da coroação de Carlos VII, em cerimônia realizada nesta mesma catedral. À pouca distância do altar estava uma jovem, com seus 20 anos, vestida com armadura de guerreiro medieval. Ela havia sido a líder e grande responsável pela expulsão dos ingleses do território francês. Ela havia unido um país até então esfacelado por brigas e disputas regionais, e trazido confiança e independência. Ela era a grande responsável pela cerimônia de coroação que ali acontecia, e que viria a marcar toda a glória e grandeza da França daí para a frente. Disse ela: "Nobre Rei, assim é cumprida a vontade de Deus, que desejava que eu liberasse a França e vos trouxesse à Reims, para receberdes esta sagrada missão e provar à França que sois o verdadeiro Rei". Esta jovem é até hoje reverenciada como maior heroína e santa protetora da França. Esta jovem era Joana D'Arc.
A 19 de setembro de 1914 a catedral foi bombardeada pelos alemães. Durante o conflito foi bombardeado com frequência.
Em 1919, o Estado dá início à sua reconstrução, com o apoio de dadores privados, em especial a família Rockfeller. A catedral é reaberta em 1938.
Uma estrutura mais leve constituída de lâminas de betão armado substitui a antiga. Marc Chagall e Imi Knoebel desenham novos vitrais.
Patrimônio da Humanidade
A Catedral de Reims, antiga Abadia de Saint-Remi e o Palácio de Tau são Patrimônio da Humanidade, segundo a UNESCO.
O Labirinto
O labirinto da catedral de Reims[1] encontrava-se no chão de lajes do 3o e 4o tramo da nave, mas foi destruído pelos capelos em 1779.[2]
Imagens
Ver também
Referências
- ↑ «Labyrinthe de la cathédrale de Reims» (em français). Visitado: Fev. 2014
- ↑ «Histoire et description du labyrinthe» (em français). Visitado: Fev. 2014
Ligações externas
- «Catedral de Reims» (em français)