Casa de Rock | |||||
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Álbum de estúdio de Casa das Máquinas | |||||
Lançamento | dezembro de 1976 | ||||
Gravação | Entre junho e outubro de 1976 | ||||
Estúdio(s) | Estúdio Level, no Rio de Janeiro | ||||
Gênero(s) | |||||
Duração | Predefinição:Duração | ||||
Idioma(s) | Português | ||||
Formato(s) | |||||
Gravadora(s) | Som Livre | ||||
Produção | Netinho | ||||
Cronologia de Álbuns de estúdio por Casa das Máquinas | |||||
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Casa de Rock é o terceiro e mais recente álbum de estúdio da banda brasileira Casa das Máquinas, lançado pela gravadora Som Livre, em dezembro de 1976, e gravado nos Estúdios Level, entre junho e outubro do mesmo ano. O disco apresenta uma sonoridade mais próxima do rock e do hard rock, com poucos momentos de rock progressivo. Por outro lado, as letras das canções deixam de lado a religiosidade e espiritualidade dos primeiros discos - com a saída de Aroldo Santarosa, mas mantém a temática ligada aos movimentos contracultural e hippie. O álbum foi relançado em CD nos anos de 1995 e 2016.
Antecedentes
Com a saída de Cargê logo após a gravação do último álbum, a banda sai em turnê com Piska revezando entre a guitarra e o baixo.[1][2][3] É com essa formação que a banda entra em estúdio em junho de 1976 para gravar este disco. Entretanto, Netinho, após viagem à Londres, resolve convidar Simbas para assumir os vocais do grupo. O baterista já conhecia o vocalista por ter assistido diversos shows da sua banda de baile - o Mountry - a convite de um jornalista, o Carlos Alberto Caramez, que escrevia para a Revista Pop.[4] Além disso, após o início da parceria no disco anterior, aqui, Catalau - que viria a integrar a banda Golpe de Estado, compõem quatro músicas com Netinho.[5][6][7]
Gravação e produção
Quando as gravações começaram, nos Estúdios Level, a banda ainda não contava com Simbas no vocal. Foi apenas a partir de julho, quando Netinho voltou de viagem a Londres, que Simbas começou a participar das gravações, colocando vozes nas faixas que já haviam sido compostas. Ele ainda sugeriu a gravação de uma canção de seu antigo grupo, "Stress", o que foi aceito pelo resto do grupo. As gravações só puderam ser finalizadas em ouubro com o auxílio de Don Lewis - técnico de gravação que veio ao Brasil com Alice Cooper em 1974 e por aqui ficou - que incentivou a banda a gravar como tocavam ao vivo: com todos os instrumentos tocados juntos, ao mesmo tempo.[4][8]
Resenha musical
O disco abre com "Casa de Rock", uma canção típica de rock que defende que o estilo pode ser o remédio para tudo, desde problemas pessoais, até para o autoritarismo do sistema vigente. Em seguida, "Jogue Tudo pra Cabeça" continua na mesma toada, parecendo uma continuação da canção anterior. Aqui, o grupo explicita que não tem mensagens políticas, mas apenas quer divertir e fazer dançar. A primeira balada do disco é "Certo Sim, Seu Errado", que mostra que as preocupações do grupo eram mais com o modo de viver do que com a situação política do país - que apenas era abordada de relance quando era percebida como limitadora da liberdade de se viver como se queria. Assim, essa canção pode ser interpretada como se dirigindo tanto à censura e às regras de costumes impostas pelo governo, quanto à cobrança de engajamento por parte da classe intelectual e artística. Na sequência, "Stress" é um manifesto contra o mundo moderno e agitado. Fechando o lado, "Londres" é um pesado hard rock que descreve a experiência de Netinho com as suas viajens à capital inglesa, uma cidade que ele vê como tomada pelo rock.[4][9]
O lado B abre com "Doutor Medo" que mostra as angústias em relação ao vazio da vida moderna e ao desejo por amor. "Mania de Ser (Pecados Banais)" e "Sonho de um Vagabundo (Lei do Sonho de um Vagabundo)" são outras duas baladas do álbum. "Essa É a Vida" é uma afirmação da vontade e alegria de viver. Finalmente, "Eu Queria Ser" é o momento mais progressivo do disco e tem como tema os ideais do movimento contracultural e hippie, como amor, utopia, igualdade e liberdade.[4][9]
Recepção
Lançamento e promoção
O álbum foi lançado pela gravadora Som Livre em dezembro de 1976.[4] Para a promoção, foi lançado um compacto duplo - dividido com outros artistas - contendo a canção "Casa de Rock" e, também, foi gravado um vídeoclipe para exibição no programa Fantástico, da Rede Globo, com a banda realizando uma performance da música a bordo do NtrT Ary Parreiras - G21, embarcação pertencente à Força de Transporte da Marinha de Guerra do Brasil. Ainda, também em 1977, a banda chegou a ter uma performance gravada na TV Tupi para exibição no programa Som Pop censurada devido à performance andrógina de Simbas.[9] Assim, após a finalização da gravação, a banda saiu em turnê pelo país com um novo baixista, João Alberto.[8]
Recepção da crítica
Predefinição:Críticas profissionais Daniel Pala Abeche, escrevendo para o portal A Escotilha, ressalta a importância que a entrada de Simbas tem para este trabalho, já que a potencia vocal do cantor permitiu ao grupo explorar outros níveis de hard rock, com muita energia e influência nítida dos Stones, algo raro em discos brasileiros de rock. Além disso, mesmo em baladas e canções mais cadenciadas a banda mostra uma coesão singular. Assim, apesar da existência de um ou outro momento que lembrem o progressivo do disco anterior, é nos rocks feitos para escutar alto, dançar e se divertir que o grupo mostra a sua força.[10]
Relançamentos
O álbum foi relançado em CD em 1995 e em 2016.[8]
Faixas
Predefinição:Lista de faixas Predefinição:Lista de faixas
Créditos
Créditos dados pelo Discogs.[11]
Músicos
- Simbas: vocal
- Piska: guitarra, baixo, strings, violão de doze cordas, minimoog e vocais
- Mário Testoni Júnior: órgão Yamaha, piano acústico, piano fender, minimoog e elka strings
- Mário Franco Thomas: bateria, percussão e vocal
- Netinho: bateria, percussão, moog drums e vocal em "Certo Sim, Seu Errado"
Ficha técnica
- Coordenação Geral: João Araújo
- Direção de arte: Guto Graça Mello
- Produção: Netinho e Don Lewis
- Arranjos: Casa das Máquinas
- Técnico de som: Don Lewis
- Mixagem: Don Lewis e Netinho
- Produção da capa: Netinho e Sidney Biondani
- Arte da capa: Sidney Biondani e Carlão
Referências
- ↑ Predefinição:Harvnb
- ↑ Predefinição:Harvnb
- ↑ Daniel Seabra (21 de outubro de 2015). «Banda histórica do rock nacional, Casa das Máquinas volta a BH neste sábado». Uai. Consultado em 16 de maio de 2020
- ↑ 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 Predefinição:Harvnb
- ↑ Rodrigo França (7 de janeiro de 1998). «The Krents e Catalau tocam rock básico». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de maio de 2020
- ↑ Juca Guimarães (21 de outubro de 2016). «Após 20 anos de separação, Catalau volta ao palco com o Golpe de Estado». R7. Consultado em 18 de maio de 2020
- ↑ Adriana de Barros (9 de junho de 2017). «Agora pastor, Catalau reencontra Golpe de Estado para gravar CD ao vivo». Uol. Consultado em 18 de maio de 2020
- ↑ 8,0 8,1 8,2 Ricardo Seelig (18 de maio de 2020). «Casa das Máquinas: discografia comentada da lenda do rock brasileiro». Whiplash.net. Consultado em 18 de maio de 2020
- ↑ 9,0 9,1 9,2 Predefinição:Harvnb
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- ↑ «Casa das Máquinas - Casa de Rock». Discogs. N.d. Consultado em 19 de maio de 2020
Bibliografia
- Revista Pop (1975). Casa das Máquinas: um grupo a todo vapor. São Paulo: Revista Pop, novembro de 1975, pp. 62-63.
- Revista Pop (1976). Casa das Máquinas muda e produz super-espetáculo. São Paulo: Revista Pop, dezembro de 1976.
- Gouvêa, Carlos A. (1975). Casa das Máquinas, uma boa surpresa. São Paulo: Folha de S.Paulo, 24 de novembro de 1975, p. 22.
- Resende, Vítor Henrique de (2018). Rock brasileiro e romantismo contracultural no Brasil: campo, cidade, música e modernidade nos anos 1970 Tese de doutorado ed. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais
- Saggiorato, Alexandre (2008). Anos de chumbo: rock e repressão durante o AI-5 Dissertação de mestrado ed. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo