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Carburador

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O carburador é um componente mecânico responsável pela alimentação de um motor de combustão interna. Ele é responsável pela criação da mistura ar/combustível e sua dosagem em motores de combustão interna, seu funcionamento básico é totalmente mecânico.

Utilizado nos automóveis por quase um século, o carburador passou por mudanças em termos de tecnologia, passando a ser comandado por dispositivos eletrônicos (carburador eletrônico) antes de finalmente ser substituído por uma nova tecnologia que cumpre sua função: a injeção eletrônica. O seu uso agora restringe-se a competições, instalado em carros de alto desempenho ou ainda na fabricação de motos, sendo aos poucos substituído pela injeção eletrônica. Como vantagem tem o custo como aliado, sendo a manutenção relativamente mais barata em relação a injeção eletrônica, porém gastando mais combustível, com a necessidade de manutenção periódica.

Histórico

O primeiro carburador foi inventado por Samuel Morey em 1826. A primeira pessoa a patentear um carburador para uso em um motor a petróleo foi Siegfried Marcus com sua patente de 6 de julho de 1872 para um dispositivo que mistura combustível com ar.

Um carburador estava entre as primeiras patentes de Karl Benz (1888)[1] quando ele desenvolveu motores de combustão interna e seus componentes.[2]

Os primeiros carburadores eram do tipo de superfície, em que o ar é combinado com o combustível passando sobre a superfície da gasolina.[3]

Em 1885, Wilhelm Maybach e Gottlieb Daimler desenvolveram um carburador flutuante baseado no bico atomizador.[4] O carburador Daimler-Maybach foi copiado extensivamente, levando a processos de patentes. Os tribunais britânicos rejeitaram a reivindicação da empresa Daimler de prioridade em favor do carburador de spray de Edward Butler de 1884 usado em seu ciclo de gasolina.[5][6]

Os engenheiros húngaros János Csonka e Donát Bánki patentearam um carburador para um motor estacionário em 1893.[7][8][9]

Frederick William Lanchester, de Birmingham, Inglaterra, fez experiências com o carburador de pavio em carros. Em 1896, Frederick e seu irmão construíram um carro movido a gasolina na Inglaterra, um motor de combustão interna monocilíndrico de 5 HP (3,7 kW) com transmissão por corrente. Insatisfeitos com o desempenho e a potência do carro, eles redesenharam o motor no ano seguinte, usando dois cilindros opostos horizontalmente e um carburador de pavio com novo design.

Carburadores eram o método comum de entrega de combustível para a maioria dos motores a gasolina feitos nos Estados Unidos até o final dos anos 1980, quando a injeção de combustível se tornou o método preferido.[10] Esta mudança foi ditada pelos requisitos dos conversores catalíticos e não devido a uma ineficiência inerente de carburação. Um conversor catalítico requer que haja um controle mais preciso sobre a mistura combustível / ar para controlar a quantidade de oxigênio remanescente nos gases de exaustão. No mercado norte-americano, os últimos carros que utilizaram carburadores foram:

  • 1990 (público em geral): Oldsmobile Custom Cruiser, Buick Estate Wagon, Cadillac Brougham, Honda Prelude (modelo básico), Subaru Justy
  • 1991 (Polícia): Ford Crown Victoria Police Interceptor com motor V8 de 5,8 L (351 cu in).[11]
  • 1991 (SUV): Jeep Grand Wagoneer com motor V8 AMC 360 cu in (5,9 L).[12]
  • 1993 (caminhão leve): Mazda B2200
  • 1994 (caminhão leve): Isuzu[13][14]
  • 1995 (caminhão leve): Toyota Pickup com 22r 2.4 L em linha 4. Toyota Pickup

Na Austrália, alguns carros continuaram a usar carburadores até a década de 1990; estes incluíram o Honda Civic (1993), o Ford Laser (1994), o Mazda 323 e os sedãs Mitsubishi Magna (1996), o Daihatsu Charade (1997) e o Suzuki Swift (1999). Vans comerciais de baixo custo e 4WDs na Austrália continuaram com carburadores até os anos 2000, o último sendo a van Mitsubishi Express em 2003. Em outros lugares, certos carros Lada usaram carburadores até 2006. Muitas motocicletas ainda usam carburadores para simplificar, já que um carburador não requer um sistema elétrico para funcionar. Os carburadores também são encontrados em motores pequenos e em automóveis mais antigos ou especializados, como aqueles projetados para corridas de stock car, embora a temporada 2011 Sprint Cup da NASCAR tenha sido a última com motores carburados; injeção eletrônica de combustível foi usada no início da temporada de corrida de 2012 na Copa.[15]

Funcionamento

O ar aspirado pelo pistão passa em alta velocidade pelo difusor (um estreitamento de passagem) arrastando uma porção de combustível de um pequeno compartimento reservatório chamado "Cuba". A borboleta (instalada na base do carburador) que é ligada diretamente ao pedal do acelerador dosa de acordo com sua abertura a quantidade de mistura que o motor precisa aspirar, quando acionada, uma bomba injeta uma quantidade de combustível da cuba diretamente pelo difusor para a aceleração rápida. Por esta dosagem, ele determina o número de RPM (rotações por minuto) e a potência que o motor desenvolverá. Em marcha lenta encontrando-se a borboleta fechada, uma agulha de mistura controla a entrada de ar e combustível.

Galeria

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Comparação com a injeção eletrônica

Carburador utilizado no Fiat Tempra, no Brasil

Vantagens

  • Exige menos da parte elétrica já que é um sistema de alimentação mais simples sendo que o combustível é "arrastado" pelo ar para dentro do motor (efeito Venturi).
  • Sua manutenção, salvo alguns casos, é mais simples e barata, possibilitando em casos de pane efetuar o socorro do veículo no local fazendo com que ele retome o curso pelos próprios meios ainda que provisoriamente, porém para se fazer um serviço correto deve-se usar muito mais ferramentas, calibradores, manuais e tabelas.
  • Por ser um dispositivo simples, sua construção é barata comparando-se a sistemas de injeção eletrônica de combustível.
  • Pelo fato de serem sistemas simples, os carburadores também são, em geral, mais leves e compactos que sistemas de injeção eletrônica de combustível, o que viabiliza seu uso em equipamentos como por exemplo em cortadores de grama, motoserras, pequenos barcos onde o mais importante é menores peso e preço.
  • Por serem simples, leves e de fácil preparação são utilizados em karts. Nos karts de competição podem significar um veículo campeão ou um fracasso nas pistas, tendo sua preparação tão importante quanto o motor.

Desvantagens

  • Como não utiliza nenhum sensor (salvo carburadores mais modernos) não tem capacidade de se adaptar com perfeição a todas as condições de uso a que é submetido. Assim, o carburador nem sempre consegue ter uma eficiência tão boa ou melhor que um sistema moderno de injeção eletrônica.
  • Devido ao princípio de funcionamento do carburador ser o de acelerar o ar para que este arraste o combustível para dentro do motor isto cria um gargalo para o motor. Isto somado ao fato do carburador nunca conseguir a melhor relação ar+combustível faz com que a potência desenvolvida nunca seja a máxima para aquele motor comparando-se a sistemas modernos de injeção de combustível.
  • O carburador não utilizando sensores não é auto-adaptativo. Sendo assim não pode usar diversos tipos de combustíveis como as injeções eletrônicas "flex".
  • Com as regulamentações atuais no que concerne a emissões este dispositivo de formação de mistura não atende mais nenhum valor permitido pelos órgãos regulamentadores.

Carburador eletrônico

O carburador eletrônico é um carburador controlado por uma central eletrônica, que recebe informações de diversos sensores do motor (temperatura, rotação, etc), assim como ocorre na injeção eletrônica. A Volkswagen utilizou esse tipo de carburador em diversos automóveis na década de 1990, como Logus, Santana, Quantum, entre outros.

Ver também

Predefinição:Referencias

Ligações externas

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  1. «Carbueetoe». Google.com. Consultado em 8 de outubro de 2017 
  2. Inventors and Inventions. [S.l.]: Marshall Cavendish. 2008. p. 91. ISBN 9780761477617. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  3. Webster's Revised Unabridged Dictionary, 1913 
  4. Eckermann, Erik (2001). World History of the Automobile. [S.l.]: Society of Automotive Engineers. p. 276. ISBN 978-0-7680-0800-5 
  5. «Csonka János Emlékmúzeum - The pulverized (spray carburetor)». csonkamuzeum.hu (em English). 2011. Consultado em 2 de novembro de 2020 
  6. Carlisle, Rodney (2005), Scientific American Inventions and Discoveries: All the Milestones in Ingenuity—From the Discovery of Fire to the Invention of the Microwave Oven, ISBN 9780471660248, John Wiley & Sons, p. 335, consultado em 27 de julho de 2014 
  7. Rigden, John S.; Stuewer, Roger H. (2009). The Physical Tourist: A Science Guide for the Traveler. [S.l.]: Springer. ISBN 978-3-7643-8933-8 
  8. «Donát Bánki». Scitech.mtesz.hu. Consultado em 19 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 17 de julho de 2012 
  9. «Inspirator and Pulverizer» 
  10. Eckermann, Erik (2001). World History of the Automobile. [S.l.]: Society of Automotive Engineers. pp. 199–200. ISBN 9780768008005. Consultado em 9 de maio de 2016 
  11. «1991 Ford LTD Crown Victoria Police Interceptor "P72" 351 Windsor all original! for sale». topclassiccarsforsale.com. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  12. Sessler, Peter C. (2010). Ultimate American V-8 Engine Data Book Second ed. [S.l.]: MBI. p. 228. ISBN 9780760336816 
  13. Fink, Greg (30 de maio de 2020). «Automotive Lasts: The Last Cars With Cassette Decks, Carbs, Bench Seats, and More (slide 4)». Motor Trend. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  14. «Rockauto online auto parts catalogue». Rockauto.com. 17 de dezembro de 2010. Consultado em 1 de janeiro de 2011 
  15. Aumann, Mark (11 de janeiro de 2012). «NASCAR takes 'really big step' with fuel injection». Nascar.com. Consultado em 19 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 25 de outubro de 2012 

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