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Capadócia (província romana)

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Predefinição:Info/Subdivisão extinta Província da Capadócia foi uma província romana localizada na antiga região da Capadócia na Ásia Menor, a área centro-oriental da Anatólia na moderna Turquia. Ao longo dos séculos de dominação romana e bizantina da região, a província teve diversas configurações e só desapareceu definitivamente depois da conquista seljúcida no século XI, depois da desastrosa Batalha de Manziquerta (1081).

Ela foi criada inicialmente em Predefinição:DC pelo imperador Tibério Predefinição:Nwrap depois da morte do último rei da Capadócia, Arquelau, e sua capital sempre foi Cesareia.

Província de Tibério

A política leniente de Roma em relação ao Reino da Capadócia mudou depois da morte de Augusto em Predefinição:DC no reinado Tibério. Anos antes, ele havia sido ofendido por Arquelau, que declarou sua preferência por Caio César, um dos netos de Augusto e seu herdeiro aparente. Quando Tibério estava em seu retiro na ilha de Rodes, entre 6 a.C. e Predefinição:DC, embora ainda fosse o comandante nominal da metade oriental do império, em 1 a.C. Arquelau reconheceu Caio César, na época um general subordinado a Tibério, como o legítimo representante de Augusto. Embora ele fosse de fato o herdeiro preferido de Augusto, sua morte em Predefinição:DC numa campanha militar na Armênia forçou o imperador a adotar Tibério e nomeá-lo seu sucessor.

Assumindo o trono em Predefinição:DC, Tibério imediatamente alterou a política externa imperial no oriente. Desejando se apossar dos recursos naturais da Capadócia e reduzir o poder de Arquelau, Tibério convocou-o a Roma em Predefinição:DC Na época, ele já governava a Capadócia como cliente de Roma por mais de cinquenta anos. Ao chegar, Tibério acusou-o de tramar contra Roma e prendeu-o, mas ele morreu de causas naturais logo em seguida.

Tibério anexou a Capadócia e reduziu-a a uma província romana, enviando seu filho adotivo, Germânico, para supervisionar o oriente. O imperador também nomeou o enteado de Arquelau, Artaxias III, como monarca do Reino da Armênia e o filho dele, Arquelau II rei da Cilícia. Chegando ao oriente em Predefinição:DC, Germânico consolidou o poder romano na Capadócia e nas regiões vizinhas. Sob ordens do imperador, ele também anexou o vizinho da Capadócia para o sudeste, o Reino de Comagena e anexou seu território à província da Síria.

Durante boa parte do século I, Polemão II do Ponto governou como um rei cliente sobre o que restava do antigo Reino do Ponto (a Armênia Menor e a Cólquida). Porém, em Predefinição:DC, Nero o depôs e anexou seu reino, incorporando o território à província da Capadócia.

Com o Eufrates como fronteira no leste, a Capadócia era a mais oriental das províncias romanas. Sua capital, Cesareia (Caesarea, a moderna Kayseri), estava localizada na região central da Anatólia, longe da fronteira parta. Com a anexação, a província passou a ser governada por um governador da ordem equestre com o título de procurador. Eles comandavam apenas forças auxiliares e recebiam orientações do legado imperial propretor (legatus augusti pro praetore), de estatuto senatorial.

Depois da guerra civil romana de 69, o imperador Vespasiano promoveu a província ao estatuto senatorial, tornando seu governador de mesmo nível que o da Síria. Como província senatorial por todo o segundo século, a Capadócia foi guarnecida por três legiões e diversas forças auxiliares, totalizando mais de 28 000 soldados. A presença militar na Capadócia servia principalmente como força de reação contra as invasões do Império Parta e permitia que os romanos interviessem rapidamente nos assuntos internos da Armênia.

O primeiro capadócio a ser admitido no senado romano foi Tibério Cláudio Gordiano durante o reinado de Marco Aurélio, em meados do século II[1].

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Tetrarquia

Predefinição:Info/Subdivisão extinta Depois da reorganização das províncias de Diocleciano Predefinição:Nwrap, os territórios pônticos e armênios foram separados da Capadócia e a província foi reduzida ao tamanho da região da Capadócia propriamente dita. Ela passou a ser governada por um consular (consularis) e foi subordinada à Diocese do Ponto, na Prefeitura pretoriana do Oriente. Ali localizavam muitas propriedades imperiais, como atesta a legislação da época.

O Cristianismo expande-se principalmente nos séculos III e IV, apesar das perseguições de Diocleciano em 303 e 304, testemunhadas por Eusébio de Cesareia[2].

No fim da década de 330, a metade oriental da província foi destacada para formar as novas províncias da Armênia Prima e Armênia Secunda.

Na segunda metade do século IV, numerosas comunidades monásticas são estabelecidas na região, impulsionadas pelo bispo de Cesareia (atual Kayseri), Basílio (São Basílio), influência dos mosteiros da Palestina e do Egito. Basílio opunha-se ao arianismo, então no seu auge, e que era favorecido pelo imperador Valente. Para enfraquecer a autoridade de Basílio, Valente separou a região noroeste à volta de Tiana, que tornou-se a Capadócia Secunda (ou Capadócia II), que era governada por um presidente e foi entregue a um bispo ariano, enquanto que o resto tornou-se a Capadócia Prima (ou Capadócia I), ainda governada por um consular.

Império Bizantino

A unidade administrativa a partir da primeira metade do século IX: Tema da Capadócia

No período entre 535 e 553, no reinado de Justiniano I, as duas províncias foram reunidas numa única unidade administrativa governada por um procônsul.

Em 536, o imperador Justiniano cria a diocese de Mocisso (atualmente Kırşehir). Nesse período as basílicas e outras igrejas multiplicam-se. É nesta época que surgem as primeiras igrejas rupestres. Como a maioria das casas da região, estas eram escavadas na rocha, sendo estas cavernas artificiais depois decoradas e acondicionadas. Atualmente ainda existem centenas de igrejas na região.

No ano 613, a província foi temporariamente conquistada pelos Sassânidas. Entretanto, o imperador Heráclio conseguiu recuperá-la em 629.

Em 647, Moawiya, governador da Síria, entra na Capadócia e apodera-se de Cesareia, um episódio que marca o início de um período de frequentes raides árabes que se prolongariam até ao século IX. Este estado de coisas motivou o reaproveitamento e expansão das infraestruturas subterrâneas já existentes[3] para servirem de vastos refúgios de pessoas e bens[4]. A região então tornou-se uma zona fronteiriça quando o novo sistema temático foi adotado e a ela foi dividida entre os temas Anatólico e Armeníaco.

Professada desde o início do século VIII, a iconoclastia repudia as imagens de figuras sagradas, para evitar a idolatria. Predefinição:Lknb adere a essa corrente em 726, iniciando o chamado período iconoclasta bizantino, durante o qual muitas obras de arte, nomeadamente pinturas, são danificadas ou destruídas, algo que também afetou grandemente as igrejas da Capadócia. O sucessores de Leão seguem-lhe as pisadas, vendo nisso uma forma eficaz de limitar o poder crescente dos mosteiros. A proibição de imagens só terminaria em 843.

Após um período sombrio, as vitórias do imperador Predefinição:Lknb, na segunda metade do século X restabelece a paz na Capadócia, de onde a sua família era originária. As cidades e aldeias prosperam e atraem novas populações, na maior parte de cultura grega, mas de diversas origens. Também aí se instalam muitos arménios, aliados dos bizantinos na defesa das fronteiras orientais[5]. A emigração arménia acentuou-se após a invasão seljúcida da Arménia. A presença arménia na Capadócia era tal no tempo das Cruzadas que os Cruzados chamavam à região "Terra Hermeniorum (terra dos arménios)[6]. Datam desta época, chamada de Renascença macedónica, grande parte das igrejas rupestres ainda existentes[4].

Sés episcopais

As sés episcopais da província que aparecem no Annuario Pontificio como sés titulares são[7]:

Referências

  1. Walter Eck, "Emperor, Senate and Magistrates," in Cambridge Ancient History: The High Empire A.D. 70–192 (Cambridge University Press, 2000), vol. 11, p. 219.
  2. Eusébio de Cesareia. Histoire ecclésiastique (em français). III. [S.l.: s.n.] 17 páginas  Citado no artigo Predefinição:Iwlink.
  3. Xénophon. Anabase (em français). IV. [S.l.: s.n.] pp. 5, 24–7  Citado no artigo Predefinição:Iwlink
  4. 4,0 4,1 Marquet, Christian. Cappadoce: un peu d'histoire (em français). [S.l.]: CIHR  Citado no artigo Predefinição:Iwlink
  5. Schlumberger (1890). Un Emperor byzantin au X siècle, Nicéphore Phocas (em français). Paris: [s.n.] 251 páginas  Citado no artigo Predefinição:Iwlink
  6. MacEvitt, Christopher (2008). The Crusades and the Christian World of the East: Rough Tolerance (em English). Filadélfia: University of Pennsylvania Press. 56 páginas  Citado no artigo Predefinição:Iwlink
  7. Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013

Ligações externas

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