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Émile Benveniste

Predefinição:Info/Escritor Émile Benveniste (Alepo, 27 de março de 1902 - Paris, 03 de outubro de 1976) foi um linguista francês, conhecido por seus estudos sobre as línguas indo-europeias e pela expansão do paradigma linguístico estabelecido por Ferdinand de Saussure.

Biografia

Iniciou seus estudos na Sorbonne com Antoine Meillet, que fora aluno de Saussure. Lecionou na École Pratique des Hautes Études(1927)[1]; mais tarde, trabalhou no Collège de France como professor de linguística. Nesta época, já havia iniciado suas pesquisas sobre gramática comparada das línguas indo-europeias. Em 1961, fundou com Claude Lévi-Strauss e Pierre Gourou a revista de antropologia L'Homme. Permaneceu no Colège de France até 1969, quando se aposentou devido a problemas de saúde. Faleceu em outubro de 1976 em Versailles.[1]

No início de sua carreira, suas pesquisas eram conhecidas apenas num pequeno círculo acadêmico, por tratar-se de um trabalho altamente técnico e especializado. A publicação de sua principal obra, Problèmes de linguistique générale (Problemas de Lingüística Geral), fez com que tivesse um reconhecimento muito mais amplo. Os dois volumes de seu trabalho foram publicados em 1966 e 1974, respectivamente. Os livros apresentavam, além do rigor técnico, um estilo acessível ao público leigo, e consistiam de uma seleção de vários artigos escritos ao longo de mais de vinte e cinco anos.

No Capítulo 5, Comunicação Animal e Linguagem Humana, Benveniste refuta a interpretação linguística behaviorista, demonstrando que a linguagem humana, diferentemente das linguagens das abelhas e outros animais, não pode ser simplesmente reduzida a um sistema de estímulo-resposta.

A polaridade eu-tu é outro importante conceito explorado na obra. No Capítulo 20, A Natureza dos Pronomes, Benveniste define que “eu é o ‘indivíduo que enuncia a presente instância de discurso que contém a instância linguística eu’. Consequentemente, introduzindo-se a situação de ‘alocução’, obtém-se uma definição simétrica para tu, como ‘o indivíduo alocutado na presente instância de discurso contendo a instância linguística tu’.”.

Benveniste também identifica a ocorrência de dois planos de enunciação, o da história e o do discurso, através dos quais demonstra a oposição entre a “não-pessoa” (terceira) e as “pessoas” (eu-tu).

Obras[2]

  1. Essai de grammaire sogdienne, Paris, 1929.
  2. The Persian Religion according to the Chief Greek Texts, 1929.
  3. Grammaire du vieux perse d’A. Meillet, 2e éd. entièrement corrigée et augmentée, Paris, 1931.
  4. Vrtra et Vrthragna, Étude de mythologie indo-iranienne, Paris, 1934.
  5. Les infinitifs avestiques, Paris, 1935.
  6. Origines de la formation des noms en indo-européen, Paris, 1935 ; réimpression 1948.
  7. Les mages dans l'ancien Iran, Paris, 1938.
  8. Codices sogdiani, Copenhague, 1940.
  9. Textes sogdiens édités, traduits et commentés, Paris, 1940.
  10. Vessantara Jataka: texte sogdien édité, traduit et commenté, Paris, 1946.
  11. Noms d’agent et noms d’action en indo-européen, Paris, 1948.
  12. Études sur la langue ossète, Paris, 1959.
  13. Hittite et indo-européen. Études comparatives, Paris, 1962.
  14. Titres et noms propres en iranien ancien, Paris, 1966.
  15. Le vocabulaire des institutions indo-européennes, t. l, Économie, parenté, société; t. 2, Pouvoir, droit, religion, Paris, Minuit, 1969. (Edição brasileira: O vocabulário das instituições indo-européias I e II. São Paulo: Editora da Unicamp, 1995).

Referências

  1. 1,0 1,1 RODRIGUES, ROMULO DA SILVA VARGAS (2016). «HISTORIOGRAFIA LINGUÍSTICA DE ÉMILE BENVENISTE». Consultado em 2 de outubro de 2017 
  2. «Projeto BENVENISTE ON-LINE». www.ufrgs.br. Consultado em 2 de outubro de 2017 

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