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Bem comum é uma expressão que se refere a vários conceitos da filosofia, teologia, sociologia e ciência política.[1]
No sentido popular, descreve o conjunto de benefícios compartilhados por todos os membros (ou a maioria) de uma dada comunidade. Esta é também a forma como o bem, no seu conjunto, é amplamente definido.
As teorias de Platão a Cícero trazem o finalismo da ideia do Bem, ou melhor, do bem comum, tratado como sinônimo do "interesse comum".[2]
A Doutrina Social da Igreja formulou o seu conceito na encíclica Pacem in Terris (1963), do Papa João XXIII: "O bem comum consiste no conjunto de todas as condições de vida social que favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana e sua sociedade.".
Por outras palavras, o bem comum é o fim das pessoas singulares que existem na comunidade, tal como o fim do todo é o fim de qualquer de suas partes. Ou seja, o bem da comunidade é o bem ou propósito do próprio indivíduo que a compõe.
O bem comum, por vezes, tem sido visto como uma utilitária ideal, o que representa "o maior bem possível para o maior número possível de pessoas".
Outra definição do bem comum, como o objetivo por excelência do Estado, requer uma admissão de direito fundamental do indivíduo na sociedade, ou seja, o direito de todos à oportunidade de livremente moldar sua vida por ação responsável, em busca de virtude e de acordo com a lei moral.
O grau e forma do poder político, no exercício da governação, deverá ter principalmente dois objetivos: a preservação da comunidade e a liberdade dos seus membros. É a esta combinação destes, na proporção desejada, que alguns chamam bem comum.[carece de fontes] Isso acontece porque todo indivíduo é dotado de livre arbítrio e só está disposto a sacrificar parte da sua liberdade se esse sacrifício se traduzir em benefício da comunidade na qual está inserido, ou se isto servir para garantir a sua própria subsistência. Assim, algumas comunidades preferirão sacrificar um pouco mais da liberdade de cada um para aumentar o grau de segurança coletiva, e outras poderão preferir sacrificar algo da segurança comum à liberdade de cada um.[1]
O Professor José Joaquim Teixeira Ribeiro dizia que "o bem comum imanente está ao serviço do bem da pessoa humana, que é o bem comum transcendente e onde o Estado é simples um meio ou instrumento ao serviço do que há de mais íntimo e superior no homem: o seu destino transcendente"[3].
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Nuno Cardoso da Silva, A Questão Real uma Proposta Tradicionalista para o século XXI, Lisboa, 1999
- ↑ Tradição, tradicionalismo e atualidade na perspectiva da longa duração histórica, por Heloisa Guaracy Machado, Cadernos de História, EDITORA PUC MINAS: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 7, nº. 8, 2º sem. 2005, pág. 17
- ↑ Ribeiro, José Joaquim Teixeira (1908-1997), Politipédia