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Audálio Dantas

Audálio Dantas
Audálio Dantas na Faculdade Cásper Líbero, maio de 2014
Nascimento 8 de julho de 1929[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Anadia, Alagoas
Morte 30 de maio de 2018 (88 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
São Paulo, São Paulo
Nacionalidade brasileiro
Ocupação jornalista
Prémios Prêmio Juca Pato (2013)

Audálio Dantas (Anadia, 8 de julho de 1929 Predefinição:Mdash São Paulo, 30 de maio de 2018) foi um jornalista brasileiro.[1][2]


Biografia

Audálio nasceu em em 1929 na cidade de Tanque d'Arca, na época um distrito de Anadia, filho do casal Otávio Martins Dantas e Rosalva Ferreira Ferro.

Foi premiado pela ONU[1] por sua luta em favor dos direitos humanos. Também foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo à época do assassinato pela ditadura militar do jornalista Vladimir Herzog.

Foi o primeiro presidente eleito por voto direto da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)[1] e deputado federal pelo extinto MDB. Audálio foi vice-presidente em 2005, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e diretor executivo da revista Negócios da Comunicação.[1]

Começou a carreira de repórter em 1954, no jornal Folha da Manhã (atual Folha de São Paulo).

Anos mais tarde, Audálio foi convidado para integrar a equipe da revista O Cruzeiro, onde foi redator e chefe de reportagem. Foi também redator-chefe da Quatro Rodas e editor da revista Realidade.

Em 1975, quando a ditadura militar vigorava no Brasil, Audálio assumiu a presidência do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, onde denunciou as barbáries do regime e a morte do jornalista Vladimir Herzog.

Ao deixar o sindicato foi eleito deputado federal, em 1978, e também presidiu a FENAJ.

Ao longo da carreira, Audálio recebeu o prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2007, e o prêmio Jabuti, em 2013, pela publicação do livro reportagem As Duas Guerras de Vlado Herzog, que conta a história do também jornalista assassinado durante o regime militar. A publicação também rendeu a Audálio o título de "Intelectual do Ano" de 2012.

No mesmo ano, ele recebeu o título de "Jornalista do Ano", entregue pela Associação Nacional Editores Publicações Técnicas Dirigidas Especializadas (Anatec).

Além de As Duas Guerras de Vlado Herzog (2012), Audálio é autor de inúmeros outros livros, como O Tempo de Reportagem (2012), A Infância de Ziraldo (2012), O Menino Lula (2005), Graciliano Ramos (2005) e Repórteres (1997).

Audálio também será lembrado pela descoberta da escritora Carolina Maria de Jesus, autora do livro Quarto de Despejo, de 1960. Os dois se conheceram quando o jornalista trabalhava na favela do Canindé, em São Paulo, e a ouviu fazer referência a respeito do livro que estava escrevendo.

Primeiros anos

Escritor e poeta, o nordestino Audálio Ferreira Dantas nasceu em 1929, na cidade de Tanque D'Árca, no agreste de Alagoas. Tipicamente brasileiro, o alagoano se encaminhou para a área do Jornalismo, na década de 50, de forma acidental. Filho do comerciante Otávio Martins Dantas e da dona de casa Rosalva Ferreira Dantas, o escritor possui dois irmãos, é pai de quatro filhos e casado há 26 anos com Vanira Kunc.

Audálio permaneceu até os cinco anos, partindo, posteriormente, com sua família para a cidade de São Paulo, em 1937. Dois anos depois, logo após a separação de seus pais, o poeta retornou com a mãe e os irmãos à cidade natal e se reunindo com outros familiares. Na escola, Dantas se encantou com a leitura e as obras de Jorge Amado, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz, além de seu preferido, Graciliano Ramos.

Algum tempo depois, a mãe de Audálio voltou para São Paulo e em 1944, aos 12 anos, ele recebeu um pedido para encontrá-la. Durante a viagem de ida até sua mãe, nascia – sem saber – um futuro repórter, que por dez dias, observou a movimentação da viagem. Ao chegar no destino e retomar os estudos interrompidos, o alagoano foi aprovado em um teste para mudar de nível da escola, o qual surpreendeu seus professores.  

Carreira

Aos 13 anos, Audálio conseguiu sua primeira ocupação e aos 17 já iniciava o laboratório fotográfico, em um segundo emprego. A experiência adquirida nesse último, lhe permitiu sua primeira experiência profissional mais próxima do jornalismo, que foi no Jornal Folha da Manhã, em 1954, revelando fotos de Luigi Manprim. Não demorou muito tempo, o escritor já estava indo às ruas e acompanhando repórteres, o qual passou a escrever sobre essas aventuras, intitulada O Vale do Itajaí.

Dois anos depois, em 1956, o repórter apurou uma matéria acerca da Usina de Paulo Afonso, na Bahia. No ano seguinte, apresentou uma série de reportagens sobre o litoral brasileiro, entre São Paulo e Maranhão. No outro ano, Audálio decidiu quem seria a personagem daquela que considera a reportagem mais importante até os dias atuais, relacionada ao livro Tempo de Reportagem, a Leya.

Nesse tempo, como uma aposta a reportagens de destaque, a Folha ajudou a moldar o perfil de Audálio, apresentando-lhe como destaque entre os colegas de profissão. Em 1959, o escritor foi convidado a integrar a equipe da revista O Cruzeiro, deixando para trás seus anos na Folha. Através da revista, o alagoano viajou para Argentina, Equador, Peru e o México.

No ano de 1966, Audálio trocou a revista O Cruzeiro pela Quatro Rodas e foi ser editor de Turismo. Em uma de suas produções, o jornalista virou correspondente da revista Veja, em uma guerra que acontecia em Honduras. Em 69, mudou para a revista Realidade, onde passou a produzir matérias sobre as revoluções econômicas e sociais de Minas Gerais.

Após iniciar no jornalismo, o auge de Dantas como repórter aconteceu nas décadas de 60 e 70. Em 75, após assumir a Presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo o escritor viu sua vida mudar totalmente. Sua carreira sindical aconteceu na época considerada mais difícil da ditadura militar, a qual culminou em diversos brasileiros lutando pela redemocratização do Brasil.

Entre a população que lutava estava Vladimir Herzog, em outubro de 75, autor de uma lembrança triste na qual foi considerado um apoio aos jornalistas e àquela sociedade que lutava por democracia, justiça e liberdade. Dentre as informações que saíram na época, foi que ele teria sido sofrido torturas e tinha sido assassinado, porém a versão dos militares foi que ele teria cometido suicídio.

Ainda em 78, através de sua atividade sindical, Audálio disputou um espaço na Câmara Federal pelo estado de São Paulo, elegeu-se e foi considerado o melhor deputado e um dos dez mais influentes do país. Durante alguns anos posteriores, o jornalista passou de presidente do Sindicato para presidente da Fenaj, da Imprensa Oficial de São Paulo, conselheiro curador da Fundação Cásper Líbero e da Fundação Ulysses Guimarães, além de participar de congressos, seminários, conferências, palestras e debates.


Morte

Audálio morreu em 30 de maio de 2018, devido a complicações de um câncer de intestino diagnosticado em 2015. Estava internado no Hospital Premiê, na capital paulista.[3]

Lista de obras

  • Graciliano Ramos (2005): o livro apresenta o romancista Graciliano Ramos como uma criança tímida e sonhadora, porém determinada e batalhadora. Ele retrata que foi na aridez do nordeste brasileiro que o biografado, ainda criança, fez suas primeiras descobertas sobre o mundo. Apesar de ter enfrentado muitas dificuldades para aprender as letras, Graciliano encantou-se com os livros e se tornou um dos maiores escritores de nosso país.
  • O Menino Lula (2009): o livro retrata as lembranças do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, retratando sua história de migrante que atravessou o tempo da infância sem alegria. Ao contá-la, o autor não escolhe as palavras e nem omite fatos.
  • A Infância de Ziraldo (2012): O livro é voltado ao público infantojuvenil, com uma narrativa biográfica da infância de Ziraldo. Ele relata aventuras e experiências comoventes que fizeram parte dessa grande personalidade da cultura brasileira. O texto é fruto de entrevistas e bate-papos entre o autor e o biografado. Na obra, os leitores encontram fotos inéditas da família e de amigos, pessoas que certamente influenciaram as histórias de Ziraldo, bem como as ilustrações que encantam leitores brasileiros de todas as idades.
  • As Duas Guerras de Vlado Herzog: da perseguição nazista na Europa à morte sob tortura no Brasil (2012): o livro trata da saga da família Herzog que estava em fuga desesperada da Iugoslávia, em busca de distância da guerra que estava despedaçando a Europa e perseguindo os judeus. Vlado, quando pequeno, viveu sua primeira guerra e aprendeu dolorosas lições. Mais tarde, a segunda guerra foi travada no Brasil, país no qual se refugiou em busca de paz. Foi nesse País que sua vida lhe foi tirada, na escuridão de uma sala de tortura, episódio que marcou a história de sua família e da luta política no Brasil.
  • O Tempo de Reportagem: histórias que marcaram época jornalismo brasileiro (2012): Esta obra reúne 13 reportagens e 13 reflexões sobre o reportar. Dos trabalhos publicados, procura contar com algumas produções de Audálio Dantas, do final da década de 1950 até meados dos anos de 1970. O autor busca fazer uma reflexão sobre os bastidores da apuração dos fatos e sobre os desafios de transformar vida em texto jornalístico - suas escolhas, seus erros, suas dúvidas.

Premiações

  • Prêmio de Kenneth David Kaunda de Humanismo, em 1981
  • Troféu Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2007
  • Título de Cidadão Paulistano da Câmara Municipal, em 2008
  • Prêmio Intelectual do Ano com o Troféu Juca Pato, em 2013
  • 55ª edição do Prêmio Jabuti, em 2016
Wikiquote
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Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 «Perfil - Audálio Dantas». Portal dos Jornalistas. Consultado em 4 de Junho de 2014 
  2. «Morre jornalista Audálio Dantas aos 88 anos». Folha de S.Paulo. 30 de maio de 2018. Consultado em 30 de maio de 2018 
  3. «Jornalista Audálio Dantas morre em São Paulo». G1. Globo.com. 30 de maio de 2018. Consultado em 1 de junho de 2018 

Predefinição:Prêmio Jabuti - Livro do Ano

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