O aspartamo ou aspartame é um aditivo alimentar utilizado para substituir o açúcar comum e foi criado em 1965 pela empresa americana G.D. Searle & Company [1] e comprada posteriormente pela Monsanto. Ele tem maior poder de adoçar (cerca de 200 vezes mais doce que a sacarose) e é menos denso. O aspartamo geralmente é vendido junto com outros produtos. É o adoçante mais utilizado em bebidas. É formado quimicamente por (L-fenilalanina e L-aspártico), sendo que a fenilalanina se encontra metilada no grupo carboxílico, formando um éster metílico (metanol). [2]
O aspartamo é consumido por mais de 200 milhões de pessoas, em todo o mundo e está presente em mais de 6000 produtos.[3]
Segundo a nomenclatura Europeia, o aspartamo corresponde ao edulcorante E 951.[4]
A ingestão diária aceitável (ADI) de aspartamo, na Europa, é de 40mg/kg de peso corporal. Nos Estados Unidos é de 50mg/kg.[5]
Estrutura química
Quimicamente, o aspartamo é N-L-alfa-aspartil-L-fenilalanina 1-metilester. É portanto um dipéptido sintético composto pelos aminoácidos aspartato e fenilalanina.[6] Por esta razão, produtos alimentares contendo aspartamo devem mostrar um aviso do tipo "Contém uma fonte de fenilalanina", pois a ingestão excessiva deste aminoácido pode ser prejudicial em indivíduos com fenilcetonúria.
Estabilidade
O aspartamo é muito estável em ambientes secos, mas sofre degradação em soluções aquosas, quando submetido a um calor prolongado.
O seu grau de degradação em solução aquosa depende do pH, da temperatura, da actividade da água e da composição do produto alimentar.
Só o α-aspartamo é que é doce, logo a degradação tem como consequência a perda de doçura do produto alimentar. O produto é assim rejeitado pelos consumidores. [6] [7]
Farmacocinética
O aspartamo é metabolizado no tracto gastrointestinal por esterases e peptidases, em três metabolitos: dois aminoácidos, o ácido aspártico (aproximadamente, em 40%) e a fenilalanina (aproximadamente, em 50%) e em metanol (aproximadamente, em 10%).
A metabolização dos três componentes parece ser idêntica àquela que se verifica quando são ingeridos individualmente.
A metabolização deste edulcorante providencia, aproximadamente, 4 kcal/g de energia. no entanto, esta contribuição energética é negligenciável, uma vez que as quantidades de edulcorante adicionadas aos alimentos são muito pequenas devido ao seu potente poder adoçante. [6] [7]
Riscos à saúde
Um estudo de 2011 verificou que o aspartame aumentava os níveis de glicose em jejum de ratos predispostos a diabetes.[8]
Um estudo de revisão publicado em 2008 propôs que a ingestão excessiva de aspartame pode estar envolvida na patogénese de alguns distúrbios mentais e no comprometimento da aprendizagem e função emocional.[9]
Um estudo de 1998 sugere que a quantidade de formaldeído proveniente do aspartame que se deposita nas proteínas teciduais e nos ácidos nucleicos pode ser cumulativa, pelo que o consumo de aspartame pode constituir um risco devido à sua contribuição para a formação de adutos de formaldeído.[10]
Referências
- ↑ «Apartame Nutra Sweet». Monsanto.com.br
- ↑ ANVISA. «Considerações sobre o Uso do Edulcorante Aspartame em Alimentos». Anvisa.gov.br. Consultado em 30 de abril de 2009. Arquivado do original em 26 de Abril de 2009
- ↑ «Aspartame Information Center». Aspartame.org
- ↑ «Autoridade de Segurança Alimentar e Económica». Asae.pt
- ↑ SCF (2002); Opinion of the Scientific Committee on Food: Update on the Safety of Aspartame.
- ↑ 6,0 6,1 6,2 Magnuson, B. A.; Burdock, G. A.; Doull, J.; Kroes, R. M.; Marsh, G. M.; Pariza, M.W.; Spencer, P. S.; Waddell, W. J.; Walker, R.; Williams, G. M.; (2007) Aspartame: A Safety Evaluation Based on Current Use Levels, Regulations, and Toxicological and Epidemiological Studies; Critical Reviews in Toxicology, 37:629–727.
- ↑ 7,0 7,1 «ToxNet». Toxnet.nlm.nih.gov
- ↑ Universidade do Texas (28 de junho de 2011). «Waistlines in people, glucose levels in mice hint at sweeteners' effects: Related studies point to the illusion of the artificial». Science Daily. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ E. Pretorius, P. Humphries e H. Naudé (28 de junho de 2011). «Direct and indirect cellular effects of aspartame on the brain» (PDF). Nature. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ «Formaldehyde Derived From Dietary Aspartame Binds to Tissue Components in vivo» (PDF). MPWHI. 28 de junho de 2011. Consultado em 3 de março de 2014
Ligações externas
- «Anvisa, sobre o aspartame». www.anvisa.gov.br
- «Aspartame Information Center». www.aspartame.org
- «Aspartame Information Service». www.aspartame.net
- «Aspartame Archives». www.aspartamearchives.org
- «Aspartame -- American Council on Science and Health». www.acsh.org
- «Sugar Substitutes (U.S. FDA web page)». www.fda.gov
- «Update on Aspartame Safety; EC Scientific Committee on Food» (PDF). (263 KB PDF)
- «Aspartame and the Internet». www.aspartame.net
- «Documentário sobre o Aspartame». no IMDB - "Sweet Misery: a Poisoned World"
- Efeitos do Aspartame no rim fetal de ratos – estudo cariométrico. Por Marielza Regina Ismael Martins e Reinaldo Azoubel. O estudo mostra que o uso do aspartame produz efeitos em todas as estruturas renais, sugerindo nefrotoxicidade. Jornal Brasileiro de Nefrologia, Volume XXVIII, nº 3, setembro de 2006, p.151-157.
- «Aspartame faz mal a saúde». www.portalbuscasaude.com.br
- «Substância comum em produtos de baixa caloria é assunto controverso, afirmam especialistas». www.sissaude.com.br
- «A controvérsia continua! Os internautas perguntam: Enfim, pode-se ingerir adoçantes artificiais?». www.sissaude.com.br
- «Os adoçantes artificiais fazem mal à saúde?». www.sissaude.com.br
- «Aspartame & Aspartame Poison». www.dorway.com