Jaca (Artocarpus heterophyllus) | |||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Artocarpus heterophyllus Lam. | |||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||
A. integer (Thunb.) Merrill A. integrifolius auct. non L.f. |
Artocarpus heterophyllus, popularmente conhecida como jaqueira ou pé-de-jaca, é uma árvore tropical cujo fruto é conhecido como jaca.
Etimologia
O nome científico Artocarpus heterophyllus deriva dos vocábulos gregos artos ("pão"), karpos ("fruto"), heteron ("distinto") e phyllus ("folha"), significando, portanto, "fruta-pão de folhas diferentes". O nome é uma referência às folhas da jaqueira, que são distintas (sem lobos) em relação às da planta da fruta-pão, apesar de ambas as plantas pertencerem ao mesmo gênero: Artocarpus.
Já "jaca" origina-se do termo malaialo para a fruta: chakha.[1]
Ocorrência
A árvore é considerada espécie nativa no sul e sudoeste da Ásia e se acredita que é originária da Índia. A jaca atualmente é cultivada, bem como se desenvolve espontaneamente, em vários países tropicais de diversas partes do mundo.
Características gerais
Árvore perenifólia, lactescente, de cerca de vinte metros de altura, provida de copa mais ou menos piramidal e densa, com tronco robusto, de 30 a 60 centímetros de diâmetro, revestido por casca espessa. Folhas simples, alternas, inteiras (lobadas apenas nos indivíduos jovens), afixadas aos ramos através de um curto pecíolo de cerca de um centímetro de comprimento.
Planta cauliflora e monoica, ou seja, as flores masculinas e femininas estão separadas em diferentes inflorescências na mesma planta. As flores masculinas estão agrupadas em espigas claviformes e as femininas em espigas compactas.
O fruto é um sincarpo de forma ovalada originada do desenvolvimento da inflorescência feminina. Estes nascem diretamente do tronco e dos galhos mais grossos e chegam a pesar até dez quilogramas e medir até quarenta centímetros de comprimento. A literatura cita pesos (acima de 30 quilogramas) e tamanhos muito maiores, contudo nunca encontramos no país frutos maiores que isso.
A parte comestível da jaca são os frutículos encontrados no interior dos grandes sincarpos, em grande número, ultrapassando a centena. Estes nada mais são do que o desenvolvimento dos ovários das flores, constituindo os “bagos”, de cor amarelada, envoltos por uma camada grudenta, sabor doce e cheiro forte e característico, reconhecível a longa distância. Os bagos podem ser de consistência um pouco endurecida ou totalmente mole, daí a distinção de duas variedades muito conhecidas e denominadas popularmente de “jaca-mole” e “jaca-dura”.
Utilidades
A maior utilidade da jaqueira são seus frutos consumidos nas regiões tropicais do mundo, chegando em algumas regiões, como no Recôncavo Baiano, a constituir-se em alimento básico para comunidades rurais. Geralmente são consumidos no estado in natura, contudo são frequentemente transformados em doces e geleias caseiras. Também pode ser consumida cozida. Pode ser utilizada como substituto vegetariano à carne de frango desfiada. Também é produzida uma espécie de cola atóxica artesanal de sua polpa.
Na Índia sua polpa é fermentada e transformada num tipo de aguardente. As sementes também podem ser consumidas depois de assadas ou cozidas, possuindo sabor semelhante a castanha européia.
A jaqueira é também fonte de alimento da fauna silvestre.
Dispersão
Propagação e formação de mudas
A propagação da jaqueira pode dar-se via vegetativa - borbulhia em janela aberta e encostia (produzem mudas para plantios comerciais) e via sexuada (utilizando-se de sementes).
Formação de mudas via sementes
Os frutos fornecedores das sementes devem ser obtidos de árvores precoces, vigorosas, sadias e de boa produção; as sementes devem ser retiradas do fruto e mergulhadas em água fria por 24 horas e semeadas a seguir. Apresentam baixa viabilidade.
Recipientes: podem ser sacos de polietileno preto com dimensões 20 cm. x 30 cm., cheios com mistura de terra arenoargilosa ou terra de mata (3 partes) e esterco de curral bem curtido (1 parte). Os sacos podem ser colocados em fileiras duplas espaçadas de 60–80 cm.
O viveiro deve ser coberto com folhas de palmeiras para proporcionar, inicialmente, 50% de sombra; à medida que as mudas se desenvolvem, vai-se permitindo entrada de mais luz.
O semeio é feito colocando-se de 2 a 3 sementes, em posição horizontal, a 3 a 5 cm. de profundidade; quando as mudinhas tiverem 5 centímetros de altura, efetuar o desbaste, deixando-a mais vigorosa. Alcançando de 15 a 20 centímetros de altura, a muda estará apta a ser plantada em local definitivo. As irrigações devem ser feitas sem excessos.
A jaqueira não necessita de muita água, mas não pode ter sombra de outras árvores para se desenvolver.
Utilização da jaqueira no reflorestamento da Floresta da Tijuca
No Brasil, o major Archer utilizou a jaqueira no reflorestamento do Maciço da Tijuca, simplesmente porque não havia água no local e nenhuma outra árvore desenvolvia. Foram utilizadas mudas da fazenda do major, trazidas do interior do Rio de Janeiro. A jaqueira foi a primeira árvore a conseguir florescer dentro dos limites do Parque Nacional da Tijuca após seu reflorestamento.Predefinição:Quando
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.978
Bibliografia
- Marcos de Sá Corrêa e outros (2001). Parque Nacional da Tijuca. 140 anos da reconstrução de uma floresta. 1 1 ed. Av. Epitácio Pessoa, 3724/101: Ouro sobre Azul Editora Ltda. 147 páginas