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Anunáqui

Antigo selo Sumério retratando os Anunáqui

Anunáqui[1] ("da-nuna", "da-nun-na-ke4-ne", ou "da-nun-na", literalmente: "Filho(s) de Anu"[2]), cujo significado pode ser entendido como "descendência da realeza"[3] ou "prole do príncipe"[4] são um grupo de divindades sumérias, acádias e babilônicas. Os Anunáqui eram creditados como sendo descendentes de Anu (ou An), o deus sumério do céu, e sua consorte, a deusa da terra Ki.[2] Samuel Noah Kramer associa Ki com a deusa mãe suméria Ninursague, afirmando que eram originalmente a mesma figura.[5][6] O mais antigo dos Anunáqui foi Enlil, o deus do ar[7] e chefe do panteão sumério.[8] Os sumérios acreditavam que, até Enlil nascer, a terra e o céu não haviam sido separados.[9] Então, Enlil dividiu a terra e o céu em dois[9] e levou consigo a terra[10] enquanto seu pai Anu levou consigo o céu.[10]

Sua relação com o grupo de deuses conhecido como Iguigui não é clara. Às vezes os nomes são usados como sinônimos, mas, no mito do dilúvio de Atrahasis, os Iguigui têm de trabalhar para os Anunáqui, rebelando-se após 40 dias e substituídos com a criação dos seres humanos.[11] Jeremy Black e Anthony Green oferecem uma perspectiva ligeiramente diferente sobre os Iguigui e Anunáqui, escrevendo que "lgigu ou Iguigui é um termo introduzido no período babilônico antigo como um nome para os (nove) "grandes deuses". Embora, por vezes, mantivesse esse sentido em períodos posteriores, desde o período Babilônio Médio é geralmente usado para se referir aos deuses do céu coletivamente, assim como o termo Anunacu (Anúna) foi posteriormente usado para se referir aos deuses do submundo. No épico de criação, dizem que há 300 lgigi do céu."[12]

Pseudo-história moderna

Ver artigo principal: Teoria dos astronautas antigos

Em seu livro de 1976, The Twelfth Planet (O 12o. planeta[13]), o autor russo-americano Zecharia Sitchin alegou que os Anunáqui seriam uma raça de seres extraterrestres do planeta não descoberto Nibiru, que veio à Terra cerca de 500.000 anos atrás para minerar ouro.[14][15][16] Segundo Sitchin, os Anunáqui usaram engenharia genética para criar o homo erectus para serem seus escravos.[14][15][16] Sitchin alegou que os Anunáqui foram forçados a deixar a Terra quando as geleiras da Antártica derreteram, causando o Dilúvio de Noé o que também destruiu as bases dos Anunáqui na Terra; eles tiveram que ser reconstruídos e os Nefilim, necessitando de mais humanos para ajudar nesse esforço maciço, ensinaram-lhes agricultura.[17] Ronald H. Fritze escreve que, de acordo com Sitchin, "os Anunáqui construíram as pirâmides e todas as outras estruturas monumentais de todo o mundo que os teóricos dos antigos astronautas consideram tão impossíveis de construir sem tecnologias altamente avançadas".[14] Sitchin também alegou que os Anunáqui haviam deixado para trás híbridos humano-alienígenas, alguns dos quais ainda hoje estão vivos, desconhecendo sua origem alienígena.[15][16] Sitchin expandiu essa mitologia em trabalhos posteriores, incluindo The Stairway to Heaven (1980) e The Wars of Gods and Men (1985); em The End of Days: Armageddon and the Prophecy of the Return (2007), Sitchin previu que os Anunáqui retornariam à Terra, possivelmente em 2012, correspondendo ao final do calendário mesoamericano.[18][16]

Os escritos de Sitchin foram universalmente rejeitados pelos historiadores. Os livros de Sitchin são considerados pseudo-história, salientando que Sitchin aparentemente deturpa deliberadamente textos sumérios, citando-os fora de contexto, truncando citações e traduzindo erroneamente palavras sumérias para lhes dar significados radicalmente diferentes de suas definições aceitas.[19] No entanto, porque Sitchin trabalhou à sombra da obra de Erich von Däniken, amplamente divulgada Eram os Deuses Astronautas?, ele conseguiu escapar da atenção de desmascaradores,[14][16] permitindo que suas teorias se tornem mais influentes.[16] Embora o próprio Sitchin tenha descrito os Anunáqui como humanoides,[15] em um livro publicado em 1994, o teórico da conspiração Arthur Horn propôs que eles eram realmente reptilianos.[20] O teórico britânico da conspiração David Icke expandiu ainda mais essa tese alegando que as linhagens alienígenas sobreviventes mencionadas por Sitchin eram as "Irmandade da Babilônia";uma raça de alienígenas reptilianos que mudam de forma que secretamente controlam todos os governos do mundo e mantêm os humanos escravizados, [16] usando os Illuminati como uma de suas peças figurativas de xadrez.[16]  

Referências

  1. Spalding 1973, p. 117.
  2. 2,0 2,1 Black & Green 1992, p. 34.
  3. Leick, Gwendolyn: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 7
  4. Black, Jeremy and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) ISBN 978-0292707948 p.34
  5. Kramer 1961, p. 41.
  6. Kramer 1963, p. 122.
  7. Coleman & Davidson 2015, p. 108.
  8. Kramer 1983, pp. 115–121.
  9. 9,0 9,1 Kramer 1961, pp. 72–73.
  10. 10,0 10,1 Kramer 1961, pp. 72–75.
  11. Leick, Gwendolyn: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 85
  12. Black, Jeremy and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) ISBN 978-0292707948 p.106
  13. Zecharia Sitchin (1978). O 12o. planeta. [S.l.]: Best Seller. ISBN 978-85-7123-167-2 
  14. 14,0 14,1 14,2 14,3 Fritze 2016, p. 292.
  15. 15,0 15,1 15,2 15,3 Fritze 2009, p. 212.
  16. 16,0 16,1 16,2 16,3 16,4 16,5 16,6 16,7 Robertson 2016.
  17. Fritze 2009, pp. 212–213.
  18. Fritze 2009, p. 213.
  19. Fritze 2009, pp. 213–214.
  20. Robertson 2016, p. 94.

Bibliografia

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  • Spalding, Tassilo Orpheu (1973). Dicionário das mitologias europeias e orientais. São Paulo: Cultrix 

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