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Anti-hidrogênio

Comparação de um átomo de hidrogénio comum com um átomo de anti-hidrogénio.

Em Física, o anti-hidrogênio (português brasileiro) ou anti-hidrogénio (português europeu) é o átomo de antimatéria equivalente ao hidrogénio comum. É composto por um antiprotão e um positrão, tendo assim as mesmas propriedades porém as cargas invertidas.[1][Nota 1]

O seu símbolo químico é H, que é um H com um mácron.

Ao se colidir com uma molécula de hidrogénio esta aniquila-se, pelo que são instáveis entre si, produzindo fotões de luz ao decompor-se. Um dos cientistas que o descreveu foi Robert L. Forward, na revista científica Mirror Matter Newsletter.

História

Em 1995, o CERN anunciou a criação de nove átomos de anti-hidrogénio na experiência PS210, liderada por Walter Oelert e Mario Macri.[2] O Fermilab confirmou o feito, anunciando pouco tempo depois a criação, por sua vez, de 100 átomos de anti-hidrogénio,[3] criados pela combinação de um acelerador de partículas, um positrão e um antiprotão, arrefecido até quase zero absoluto para detê-los e confiná-los em campos magnéticos, a fim de não se chocarem com átomos normais.

Em 2011, o projeto Alpha conseguiu criar mais de 300 átomos de anti-hidrogénio e armazená-los durante 1000 segundos (16 minutos e 40 segundos),[4][5] o que vai possibilitar saber mais informações sobre a antimatéria, aos cientistas envolvidos nesta experiência.[1]

Estrutura hiperfina

Em agosto de 2017 foram publicados os resultados das primeiras medidas da estrutura hiperfina do anti-hidrogénio atómico, com uma precisão de quatro partes em dez mil. Esses resultados são compatíveis com aqueles estabelecidos para os átomos de hidrogénio.[6][7] Para tal experimento, átomos de anti-hidrogénio foram irradiados por uma fonte de micro-ondas, o que os fez revelar suas linhas espectrais.[8]

Notas

  1. A rigor, a antimatéria não é apenas a matéria com a carga invertida, a antimatéria se comporta como a matéria com carga, paridade e direção do tempo invertidos, para mais detalhes, ver Teorema CPT

Referências

  1. 1,0 1,1 «Átomos de antimatéria do CERN duraram 16 minutos» (em português). Público. 5 de maio de 2011. Consultado em 3 de novembro de 2011. Arquivado do original em 29 de agosto de 2011 
  2. David H. Freedman. «Antiatoms: Here Today». Discover Magazine. Consultado em 18 de novembro de 2010 
  3. Blanford, G.; Christian, D.C.; Gollwitzer, K.; Mandelkern, M.; Munger, C.T.; Schultz, J.; Zioulas, G. (1997). Fermi National Accelerator Laboratory, ed. Observation of Atomic Antihydrogen (em inglês). FERMILAB-Pub-97/398-E E862 ... p and H experiments. [S.l.]: Physical Review Letters 
  4. «"Confinamento de anti-hidrogénio durante 1.000 segundos"» (em English). Cornell University Library. 26 de abril de 2011. Consultado em 5 de maio de 2011 
  5. «A antipartícula alfa» (em português). Super Interessante. Agosto de 2011 
  6. NOGUEIRA, Salvador (17 de agosto de 2017). «O anti-hidrogênio e o Universo». Sociedade Brasileira de Física. Consultado em 19 de agosto de 2017 
  7. AHMADI, M.; et al. (3 de agosto de 2017). «Observation of the hyperfine spectrum of antihydrogen» (em English). Nature. Consultado em 19 de agosto de 2017 
  8. «O próton e o anti-hidrogênio». revistapesquisa.fapesp.br (em português). Consultado em 2 de setembro de 2021 

Ligações externas


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