Predefinição:Info/Prelado da Igreja Católica
Dom Antônio dos Santos Cabral (Propriá, 8 de outubro de 1884 — Belo Horizonte, 15 de novembro de 1967) foi um bispo católico brasileiro. Foi o segundo bispo de Natal, o primeiro bispo e o primeiro arcebispo metropolitano de Belo Horizonte. Foi agraciado com o título de Conde Romano, em 18 de outubro de 1932, pelo Papa Pio XI.[1]
Presbiterato e episcopado
Dom Cabral iniciou seus estudos em Propriá, depois foi para a cidade de Penedo e, mais tarde, matriculou-se no Seminário de Santa Teresa, em Salvador. Sua ordenação sacerdotal deu-se em 1 de novembro de 1907. Regressou a Propriá , onde ficou como coadjutor do cônego Rosa. Permaneceu nesse posto de 1907 a 1912. Foi promovido a pároco em 5 de março de 1912, onde ficou até abril de 1918.
Em reconhecimento ao seu excelente trabalho, Dom Cabral foi nomeado cônego capitular da Sé de Aracaju e recebeu do Papa em janeiro de 1914 o título de monsenhor. Daí a pouco seu nome seria lembrado para bispo. Para surpresa de muitos, Dom Cabral rejeitou duas vezes, em abril de 1916 e depois em junho de 1917, sua indicação para bispo de Natal. Mas a obediência à voz da Igreja falou mais alto e, em 1 de outubro de 1917, foi publicada a bula do Sumo Pontífice Bento XV que o nomeou bispo de Natal.
A Sagração de Dom Cabral deu-se na Catedral Metropolitana, em 14 de abril de 1918. Incansável, ele criou dezenas de instituições católicas na capital do Rio Grande do Norte. Chegou a ordenar oito sacerdotes e tinha iniciado a construção do Seminário e da nova catedral quando foi surpreendido pelo ato da Santa Sé que o transferiu para a diocese de Belo Horizonte. Sua chegada à capital mineira aconteceu em 30 de abril de 1922. A posse de Dom Cabral como bispo aconteceu no dia 30 de abril de 1922. Ele foi residir numa casa denominada Palacete Levindo Lopes, localizada na Rua Guajajaras, 329 , centro de Belo Horizonte. Esse imóvel era alugado e a diocese de Belo Horizonte praticamente não tinha bens. Com o espírito empreendedor que já demonstrara no período que fora bispo de Natal, Dom Cabral "arregaçou as mangas" e se pôs as trabalhar para formar algum patrimônio.
A primeira aquisição foi o casarão da Rua Espírito Santo, onde passou a funcionar a Cúria. Várias paróquias começaram a ser construídas e depois de algum tempo o arcebispo conseguiu comprar o prédio Antônio Daniel da Rocha, localizado na Rua Rio Grande do Norte, onde passou a residir. Lá também começou a funcionar o Seminário Coração Eucarístico de Jesus.
O próximo investimento de Dom Cabral foi adquirir a Vila Anchieta. Resolveu então dividi-la em lotes e vender. Com o dinheiro arrecadado adquiriu a Fazenda Pastinho, no bairro Bela Vista, hoje bairro Dom Cabral. Lá iniciou as obras do Seminário Eucarístico de Jesus. Mais tarde, parte dele se transformaria na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), por esse motivo a Fundação Dom Cabral recebeu seu nome. Outra iniciativa de Dom Cabral foi vender o edifício Antônio Daniel da Rocha.
Com o dinheiro arrecadado adquiriu um terreno na Praça da Liberdade, onde construiu o Palácio Cristo Rei. O arcebispo ainda montou um Seminário Preparatório na Avenida Augusto de Lima e adquiriu outros bens para a Arquidiocese. Em 1957 começou a ter problemas de saúde e morreu em 1967, aos 83 anos de idade.
Brasão e lema
- Descrição: Escudo eclesiástico cortado. O 1º partido, sendo I: de goles com o monograma de Maria, composto pelas letras M e A sobrepostas, de jalde, encimado por uma coroa de doze estrelas do mesmo; e II de blau com um cálice de jalde, encimado por uma Hóstia de argente carregada das letras IHS de sable, com resplendor de jalde; circundados, o cálice e a Hóstia, por duas pombas deste mesmo metal. O 2º de argente, tendo adestrado em chefe um sol, com dezesseis raios, de goles, com uma montanha de sinopla, tendo em ponta um rio de argente ondado de blau, no qual navega um barco de sable enfunado com duas velas de argente, cada uma com uma Cruz da Ordem de Cristo (de goles vazada do campo de argente). O escudo está assente em tarja branca, na qual se encaixa o pálio branco com cruzetas de sable. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada, de dois traços, de ouro, com um coronel de Conde, entre uma mitra de prata adornada de ouro, à dextra, e de um báculo do mesmo, a senestra, para onde se acha voltado. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por dez borlas cada um, tudo de verde, forrado de vermelho. Brocante sob a ponta da cruz um listel de jalde com a legenda: PER EVCHARISTIAM VIVAT IN NOBIS CHRISTVS de sable.
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- Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. No 1º, o campo de goles (vermelho) simboliza o fogo da caridade inflamada no coração do arcebispo pelo Divino Espírito Santo, bem como, valor e socorro aos necessitados; o monograma coroado de estrelas lembra a Virgem Maria e traduz a confiança e a devoção filial do bispo que colocou toda a sua vida sacerdotal sob a proteção da Mãe de Deus, sendo de jalde (ouro) traduz nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. O campo de blau (azul) representa o firmamento celeste e ainda o manto de Nossa Senhora, sendo que este esmalte significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza; e o cálice com a Hóstia representam a Santíssima Eucaristia, sacramento central da fé cristã, As letras IHS (IESVS HOMINVM SALVATOR) são a expressão do reconhecimento de Jesus Cristo como único salvador da humanidade, e as pombas simbolizam a paz que só nos pode vir de Cristo Hóstia. Sendo que o metal do cálice (jalde) , tem o significado acima descrito e o argente (prata) da Hóstia e das pombas traduz a inocência, a castidade, a pureza e a eloqüência, virtudes essenciais num sacerdote. Assim, a fé em Cristo e amparo de Maria Santíssima são as duas colunas que sustentam a vida espiritual do arcebispo,para quem Maria é a mais terna e admirável das mães, cuja devoção vale para todos como um penhor de salvação, e a Eucaristia é vida e alimento nosso, paixão máxima de todas as almas de apóstolo. O 2º campo representa o Rio São Francisco, que banha sua terra natal, Propriá, numa demonstração do amor do arcebispo por sua terra natal e pelo Brasil, o campo, sendo de argente, tem o significado deste metal, acima descrito. O sol representa a fé que brilha no céu do Brasil, com o significado do metal goles, acima descrito. As montanhas lembram as paisagens que cercam o vale do Rio São Francisco, e , sendo de sinopla (verde) representa: esperança, liberdade, abundância, cortesia e amizade.A ponta de argente (prata) ondado de blau(azul) representa o Rio São Francisco, e o barco simboliza a Igreja que vais singrando pelos mares bravios sob o comando de São Pedro e seus sucessores, sendo ainda símbolo de vitória e ânimo forte de quem resiste aos mais graves perigos e às adversidades da vida, sendo que, pelo seu esmalte, sable (preto), simboliza: a sabedoria, a ciência, a honestidade, a firmeza e a obediência ao Sucessor de Pedro; asvelas com a Cruz da Ordem de Cristo simboliam a fé cristã implantada pelos Portugueses na Terra de Santa Cruz. O pálio demonstra a dignidade arquiepiscopal.
O lema: "Pela Eucaristia viva Cristo em nós", expressa a meta de vida do arcebispo que quis colocar a Eucaristia como instrumento vivificador de todos os seus empreendimentos:
Ver também
Referências
- ↑ Carlos Eduardo de Almeida Barata. «Subsídios para um Catálogo dos Títulos de Nobreza concedidos pela Santa Sé aos Brasileiros». Colégio Brasileiro de Genealogia - Arquivos Genealógicos - Tabela I, Nº 12. Consultado em 22 de junho de 2010. Arquivado do original em 11 de outubro de 2010
Ligações externas
- Perfil em Catholic Hierarchy (em inglês)
- RedirecionamentoPredefinição:fim
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