Angústia | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Angustia-graciliano-ramos-1-edico.jpg Capa da 1a. edição | |||||||
Autor(es) | Graciliano Ramos | ||||||
País | Brasil | ||||||
Assunto | Angústia, solidão, ausência de sentido para a vida | ||||||
Gênero | Romance | ||||||
Editora | José Olympio (1936) | ||||||
Lançamento | 1936 | ||||||
Páginas | 368 | ||||||
Cronologia | |||||||
|
Angústia é um romance publicado por Graciliano Ramos em 1936. Nesta época Graciliano estava preso pelo governo de Vargas e contou com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, para a publicação.
A obra apresenta um narrador em primeira pessoa, Luís da Silva, funcionário público de 35 anos, solitário, desgostoso da vida e que acaba se envolvendo com sua vizinha, Marina. Com traços existencialistas, Luís mistura fatos do passado e do presente, narra num ritmo frenético, utilizando do fluxo de consciência[1].
O leitor de Angústia certamente se lembrará de Crime e Castigo, de Dostoiévski, pois em ambos há as angústias de um crime, o medo de ser pego, a febre; em Angústia o crime é o clímax, enquanto em Crime e Castigo é o ponto de partida para a história, e a personagem consegue a redenção. Outra influência marcante é a dos naturalistas brasileiros, especialmente à Aluízio Azevedo, o determinismo e a animalização do homem. O narrador não quer ser um rato, luta contra isso; compara-se o tempo todo os homens aos bichos, porcos, formigas, ratos, e usa-se verbos de animais para as reações humanas.
Crítica
Alfredo Bosi afirma que Angústia foi a experiência mais moderna e até certo ponto marginal de Graciliano Ramos e que "tudo nesse romance sufocante lembra o adjetivo 'degradado' que se apõe ao universo do herói problemático; estamos no limite entre o romance de tensão crítica e o romance intimista. Foi a experiência mais moderna, e até certo ponto marginal, de Graciliano. Mas a sua descendência na prosa brasileira está viva até hoje".[2]
Apesar de ter lido Crime e Castigo de Dostoiévski, Ramos inicialmente recusou qualquer semelhança da obra com Angústia[3], em 12 de novembro de 1945, ele escreveu a Antonio Candido avaliando as considerações do crítico a respeito de Angústia:
Inicialmente Graciliano declara ter lido Dostoiévski, mas negou qualquer influência até as vésperas da morte, segundo seu filho Ricardo Ramos. Por fim, o autor reconhece ter sofrido influência de Dostoiévski, Tolstoi, Balzac e Zola e também seu permanente interesse pela literatura russa.[4]
O próprio autor diz sobre a obra para Antonio Candido:
Referências
- ↑ Lopes, Renan Silva de Souza (28 de agosto de 2013). «O fluxo da consciência em Angústia, de Graciliano Ramos». UFPB. Consultado em 18 de julho de 2020
- ↑ Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira. Editora Cultrix; 1994. ISBN 978-85-316-0189-7. p. 400–401.
- ↑ Cleusa R. Pinheiro; Yudith Rosenbaum, Escritas do Desejo – Crítica Literária e Psicanálise. Atelie Editorial; 29/8/2012. ISBN 978-85-7480-618-1. p. 108–109.
- ↑ J. C. Garbugio et at, Graciliano Ramos, Editora Ática, 1987, p. 17