𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Acrocinus longimanus

Como ler uma infocaixa de taxonomiaArlequim
Acrocinus longimanus
Ilustração de A. longimanus (macho); retirada de Georges Cuvierː Le Règne Animal Distribué D'après son Organisation, Pour Servir de Base à L'histoire Naturelle des Animaux et D'introduction à L'anatomie Comparée. [t.6-7] (1836-1849).
Ilustração de A. longimanus (macho); retirada de Georges Cuvierː Le Règne Animal Distribué D'après son Organisation, Pour Servir de Base à L'histoire Naturelle des Animaux et D'introduction à L'anatomie Comparée. [t.6-7] (1836-1849).
Fotografia em close-up dos élitros de um A. longimanus.
Fotografia em close-up dos élitros de um A. longimanus.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Família: Cerambycidae
Subfamília: Lamiinae
Tribo: Acrocinini
Género: Acrocinus
Espécie: A. longimanus
Nome binomial
Acrocinus longimanus
(Linnaeus, 1758)[1]
Fotografia de A. longimanus (macho) na coleção do MZUSP - Museu de Zoologia da USP (Universidade de São Paulo; cidade de São Paulo, SP, Brasil) em 29-11-2019.
Distribuição geográfica
O besouro A. longimanus é encontrado em grande parte da região neotropical.
O besouro A. longimanus é encontrado em grande parte da região neotropical.
Sinónimos
Cerambyx longimanus Linnaeus, 1758[2]

Acrocinus longimanus (denominado popularmente, em português (BRAarlequim, arlequim-da-mata, arlequim-grande,[3][4][5] arlequim-de-caiena,[6] besouro-da-figueira[3][6][7][8] e broca-da-jaqueira;[6][9] em castelhanoː escarabajo arlequín (COL; VEN),[6][10] aserrador arlequín (VEN), arlequín de cayena (ARG);[6] em inglêsː harlequin beetle)[6][11] é um inseto da ordem Coleoptera e da família Cerambycidae, subfamília Lamiinae;[1] um besouro cujo habitat são as florestas tropicais da região neotropical, desde o sul do México até o Brasil e norte da Argentina, incluindo as ilhas caribenhas de Trindade e Tobago;[10] mas não avistado no Chile e no Uruguai.[12] A espécie fora descrita em 1758, por Carolus Linnaeus, com a denominação de Cerambyx longimanus, em sua obra Systema Naturae (com sua localidade-tipo descrita como America);[2] apresentando dimorfismo sexual aparente, com machos possuindo suas pernas anteriores muito mais desenvolvidas que as das fêmeas, chegando a atingir duas vezes o comprimento de seus corpos[4][13][14] e podendo exibir certo grau de curvatura e cerca de 15 centímetros;[10][12] daí provindo a sua denominação latinaː longimanus.[11] Está relatado que eles usam suas pernas dianteiras em brigas com outros machos para monopolizar locais adequados de oviposição para suas fêmeas.[15]

Descrição

Machos e fêmeas possuem a mesma coloração vistosa,[13] porém eficiente para se camuflar na casca dos troncos cobertos de líquens e fungos das árvores onde se aninham;[11] sendo besouros grandes, com comprimento de corpo variando de 4.3 a 7.5[12] ou 7.6[11] centímetros e dotados de antenas pretas e filiformes, mais longas que o comprimento do corpo, com pequenas manchas alaranjadas nas suas junções; além de protórax com tubérculos longos, em forma de espinhos, um de cada lado, e élitros com fundo preto e padrões simétricos em amarelo-esverdeado a laranja-avermelhado (o que lhes valeu a denominação de "arlequim"), além de serem cobertos por densa pubescência.[12] O comprimento das pernas dianteiras dos machos é duas vezes maior que o comprimento das pernas dianteiras das fêmeas, que não apresentam a grande curvatura dos machos em sua porção superior.[10][16]

Som

Este inseto é capaz de produzir um som audível aos seres humanos, quando manipulado ou importunado.[17]

Biologia

Indivíduos adultos de Acrocinus longimanus possuem atividade diurna, mas também são atraídos pela luz artificial noturna.[10][11] Sobre sua biologia escreveu Gregório Bondar, no texto "Novos pormenores sobre a biologia do arlequim-da-mata" (publicado em Chácaras & Quintais, São Paulo, vol. 34, p. 245-247, 1926),[18] que esta espécie dá preferência por árvores definhadas ou em vias de se extinguir, atingidas pelo fogo, machado, ou recém derrubadas e que, na falta destas, podem aceitar árvores em perfeita saúde.[13][14] Nelas, as fêmeas desovam em média 11 e podendo variar, sua postura, de 8[16] a 20 ovos brancos e compridos; fazendo incisões horizontais de 2 centímetros, nos troncos, com suas mandíbulas e voando, depois, para outras paragens.[13][14] As larvas nascem entre 6 a 8 dias após a postura e se desenvolvem por 1 ou 2 anos até atingir a maturidade, fazendo galerias logo abaixo da casca e que aumentam com seu crescimento até atingir o lenho; possuindo, as larvas, uma forma cilíndrica, levemente ovalada,[16] e medindo até 14 centímetros de comprimento quando desenvolvidas.[14] A serragem decorrente desta atividade é expelida pelos orifícios de abertura, na casca, e se acumula na base dos troncos,[13][14] até a formação da pupa; sendo que fêmeas as apresentam um pouco menores do que os machos.[16] Antes da metamorfose a entrada da galeria é vedada contra o ataque de predadores.[13] Os adultos são principalmente herbívoros, mas há casos em que se alimentaram de excrementos de animais.[10]

Lista de espécies e gêneros de árvores utilizadas por larvas de A. longimanus

Predefinição:Div col end

Forésia

Nesta espécie é possível se avistar a forésia na presença de aracnídeos da ordem Pseudoscorpionida (pseudoescorpiões) pertencentes à espécie Cordylochernes scorpioides, sob os seus élitros e asas; que se alimentam de pequenos ácaros que parasitam o besouro; sendo transportados, sem cair, graças aos fios de seda gerados por glândulas em suas garras.[11][17][19][20]

Uso humano

Entre as principais ameaças do homem para esta espécie estão a destruição de seu habitat (desmatamento) e também, devido à sua aparência marcante, a coleta por colecionadores e entomologistas leigos ou estudantes. Apesar de sua aparência apossemática é um inseto sem perigo de manipulação.[10][17]

Referências

  1. 1,0 1,1 «Coleoptera Cerambycidae Lamiinae (Acrocinus longimanus (em inglês). Cerambycidae Lamiinae.org. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  2. 2,0 2,1 «longimanus Linnæus, 1758 described in Cerambyx» (em inglês). AnimalBase. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  3. 3,0 3,1 «arlequim» (em português). Michaelis On-line. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  4. 4,0 4,1 HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (em português) 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 289. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  5. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa (em português) 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 164. 1838 páginas 
  6. 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 Eizemberg, Roberto; Loredo, Priscila F. Viana-Medeiros; Gomes, Bruno. «Glossário Entomológico Brasileiro» (em português). INCTEM (UFRJ). 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  7. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.439.).
  8. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (Op. cit., p.251.).
  9. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.516.).
  10. 10,0 10,1 10,2 10,3 10,4 10,5 10,6 Fuentes-Mario, José A.; Salcedo-Rivera, Gerson A. (janeiro–junho de 2018). «Registro de Acrocinus longimanus (Linnaeus, 1758) (Coleoptera: Cerambycidae) en Sucre, Caribe Colombiano» (em español). Revista Colombiana de Ciencia Animal - RECIA. Vol.10; no.1 (SciELO). 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  11. 11,0 11,1 11,2 11,3 11,4 11,5 «Harlequin beetle» (em inglês). Encyclopædia Britannica. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  12. 12,0 12,1 12,2 12,3 12,4 12,5 Valle, Néstor Gerardo; Chatellenaz, Mario Luis; Damborsky, Miryam Pieri (19 de novembro de 2017). «Acrocinus longimanus (Linnaeus, 1758) (Coleoptera, Cerambycidae): First record from the province of Corrientes, Argentina» (em inglês). Check List 13(6) (ResearchGate). pp. 987–991. Consultado em 3 de maio de 2020 
  13. 13,0 13,1 13,2 13,3 13,4 13,5 SANTOS, Eurico (1985). Zoologia Brasílica, vol. 10. Os Insetos 2ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 107-108. 244 páginas 
  14. 14,0 14,1 14,2 14,3 14,4 14,5 Carrera, Messias (20 de outubro de 1964). «"Arlequim das matas" tem pernas duas vezes maiores do que o corpo». Folha de S.Paulo. São Paulo. Consultado em 3 de maio de 2020 
  15. Larsson, Folke Kustvall (19 de março de 2010). «Limb amputation by male Neotropical longhorn beetles during competition for females» (PDF) (em inglês). Biota Neotropica, vol. 10, no. 1 (SciELO). pp. 339–341. Consultado em 3 de maio de 2020. In cerambycid harlequin beetles, Acrocinus longimanus, there is intense male competition to monopolize suitable oviposition sites. In this species males use their forelegs in fights with other males (Zeh et al. 1992) 
  16. 16,0 16,1 16,2 16,3 Link, Dionísio; Costa, Ervandil Corrêa (1983). «Morfologia e biologia do arlequim da mata, Acrocynus longimanus (L.,. 1758)» (em português). Revista do Centro de Ciências Rurais, vol. 13 (UFSM). pp. 123–134. Consultado em 3 de maio de 2020 
  17. 17,0 17,1 17,2 Aguirre, Luz Neidy Sequeda (maio de 2016). «Acrocinus longimanus» (em español). Biota Colombiana (Blogger). 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  18. «Publicationsː Bondar, G.» (em inglês). Cerambycidae Lamiinae.org. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020 
  19. GODINHO JR., Celso L. (2011). Besouros e Seu Mundo. Com 1400 ilustrações em cores desenhadas pelo autor (em português) 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 222. 478 páginas. ISBN 978-85-61368-16-6 
  20. Piper, Ross (12 de fevereiro de 2014). «Cordylochernes scorpioides» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2020. This is a close-up of a mounted harlequin-beetle riding pseudoscorpion from the same beetle specimen. 

Ligações externas

Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Acrocinus longimanus

Predefinição:Taxonbar

talvez você goste