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Abu Ali Mustafa

Abu Ali Mustafa

Abu Ali Mustafa (Arraba, 1938 - Ramallah, 27 de Agosto de 2001), nome de guerra de Mustafa al-Zibri, foi um nacionalista palestino, um dos fundadores e secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), uma facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Reconhecidamente, utilizou-se de sua vida em defesa da causa palestina e pela luta dos direitos do povo palestino.

Aos seus 17 anos, em 1955, juntou-se ao Movimento Nacional Árabe, na Jordânia, em confronto aberto com o governo do país em função da cooperação deste com os colonizadores britânicos que dominavam seu país, à época[1]. Em 1957, com a proibição de todos os partidos políticos em seu país, Abu Ali foi sentenciado por uma corte militar à prisão por 5 anos, encarcerado por esse período na prisão East Jordan. Após sua libertação, em 1961, prosseguiu trabalhando ativamente no Movimento Nacional Árabe, tornando-se responsável pelo Distrito Norte da Cisjordânia[1].

Frente Popular para a Libertação da Palestina

Após a guerra de 1967 e a derrota da Palestina, Mustafa se juntou à Frente Popular pela Libertação da Palestina, atuando juntamente ao Dr. George Abash. Pela Frente, liderou os primeiros comandos pelo Rio Jordão e organizou pela primeira vez uma nova forma de atuação na guerrilha: os corpos subterrâneos da FPLP. Enquanto isso, as autoridades israelenses seguiram em busca de Abu Ali, sem sucesso, enquanto atuava na Cisjordânia. Após alguns meses, ele consegue retornar à Jordânia[1].

Além de sua atuação no Distrito Norte da Cisjordânia, Mustafa se tornou o Comandante-Chefe das forças militares da Frente Popular pela Libertação da Palestina, atuando em importantes frentes, incluindo as batalhas que envolveram o Setembro Negro. A atuação da FPLP foi intensa, através da luta aramada, sua estratégia era chamar a atenção do mundo para a causa da Palestina e os direitos de seu povo. Uma das mais importantes ações de resistência da Frente foi o sequestro e explosão de quatro aeronaves e sua posterior explosão (depois de libertar-se os passageiros). As atenções do mundo ocidental, assim, inevitavelmente, voltam-se para a FPLP e a causa palestina[1].

Após os confrontos com as forças armadas da Jordânia no conhecido episódio do "Setembro Negro", em 1970, Abu Ali passou a direcionar as atuações da Frente a partir do Líbano. Em 1972, com a Terceira Conferência da FPLP, foi eleito deputado adjunto ao Secretário-Geral, Habash. Já em 1982, o Líbano foi invadido pelo Estado de Israel, obrigando a mudança de Mustafa e outros membros da FPLP para a Síria. Enquanto residia na Síria, ele resistiu às tentativas do governo sírio de controlar a Frente, tendo que se realocar temporariamente no Iraque. Entre 1987 e 1991, Abu Ali também foi membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação Palestina (PLO)[1].

Através de articulações e negociações das autoridades palestinas, Mustafa recebeu permissão, em 1999, para retornar à Palestina. Em troca, este promete às autoridades israelenses refrear as atividades da FPLP. A Sexta Conferência da FPLP ocorreu em julho de 2000, quando Abu Ali Mustafa foi eleito Secretário-Geral. Mustafa atuou na defesa de uma solução para os conflitos entre Palestina e Israel, que consistia na construção de um Estado único, que abrigasse direitos iguais para palestinos e judeus[1].

Mustafa também se posicionou contundentemente contrário aos acordos de Oslo, além de defender veementemente o direito dos palestinos diaspóricos à retornar para sua terra[1].

Abu Ali Mustafa afirmou publicamente que: "nós acreditamos que o povo palestino, tanto da diáspora quanto sob ocupação, tem o direito de lutar se utilizando de todos os meios, incluindo a luta armada, pois acreditamos que o conflito é a constante, enquanto os meios e as táticas são as variáveis."[1]. Em função da ideologia de confronto contra as forças de ocupação israelenses, com estratégias de terrorismo e luta armada, a Frente Popular para a Libertação da Palestina foi listada pelo governo norte-americano como uma "organização terrorista"[1]

Morte

Em 27 de agosto de 2001, um helicóptero bélico fabricado nos Estados Unidos, componente da Força Aérea Israelense, atirou dois mísseis contra o escritório de Abu Ali Mustafa, explodindo o local e assassinando o Abu Ali[1]. Mustafa foi um dos muitos líderes da causa palestina assassinado pelas forças israelenses.

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 «Biography». Abu Ali Mustafa (em English). 26 de agosto de 2015. Consultado em 14 de julho de 2022 


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