Abdal Malique ibne Omar ibne Maruane | |
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Nascimento | 718[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]Predefinição:Sem local |
Morte | 778[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]Predefinição:Sem local |
Ocupação | |
Religião | Islamismo |
Abdal Malique ibne Omar ibne Maruane ibne Aláqueme (em árabe: عبد الملك ابن عمر بن مروان بن الحكم; ca. 718 - ca. 778), conhecido como Amaruani, foi um príncipe omíada, vizir, general e governador de Sevilha em nome do primeiro emir omíada de Córdova Predefinição:Lknb Predefinição:Nwrap. Liderou duas grandes campanhas em 758 e 774, a primeira contra o governante anterior de Alandalus Iúçufe ibne Abderramão Alfiri e a segunda contra as tropas rebeldes de Sevilha e Beja. Suas vitórias solidificaram o controle do Emirado de Córdova sobre o oeste do Alandalus. Seus descendentes continuaram a desempenhar importantes papéis políticos e militares no emirado até o século X.
Vida
Origens
Abdal Malique ibne Omar nasceu c. 718.[1] Era neto do califa omíada Predefinição:Lknb Predefinição:Nwrap. Seu pai Omar era o único filho do califa com Zainabe binte Omar, uma neta paterna de Abu Salama do proeminente clã Banu Maquezum da tribo dos coraixitas e filha do enteado do profeta islâmico Maomé.[2] Omar residia em uma casa em Fostate concedida a ele por seu meio-irmão, o governador do Egito Abdalazize ibne Maruane Predefinição:Nwrap.[3] Um certo "Omar ibne Maruane" mencionado em dois papiros gregos do Egito pode ser identificado com o pai de Abdal Malique.[4] Abdal Malique inicialmente residiu no Egito.[5]
Carreira
Abdal Malique foi um dos sobreviventes, a maioria deles menos eminentes, omíadas a chegar ao Alandalus (Espanha islâmica) após a Revolução Abássida em 750, que pôs fim ao Califado Omíada com base na Síria e abriu caminho à ascensão do Califado Abássida, que ordenou execuções em massa de membros da dinastia omíada.[6] A tradição islâmica medieval afirma que deixou o Egito e chegou ao Alandalus entre maio de 757 e maio de 758, embora, de acordo com o historiador moderno Alejandro Garcia Sanjuan, provavelmente tenha chegado em 754 a 755.[1] Estava acompanhado por seu primo Juzai ibne Abdalazize ibne Maruane (falecido em 757) e seus respectivos filhos.[7] Seu distante parente omíada, um tataraneto de Maruane I, Predefinição:Lknb,[1] estabeleceu-se na península em 755-756 com o apoio dos maulas omíadas locais (libertos ou clientes muçulmanos não árabes) e Tropas sírias amigáveis na região e se autoproclamou emir (governador ou governante) em Córdova.[8] Abdal Malique era o mais velho dos maruânidas no Alandalus.[1] É geralmente creditado por aconselhar Abderramão a retirar o nome do califa abássida Almançor Predefinição:Nwrap da oração de sexta-feira, um reconhecimento tradicional da soberania islâmica, em 757.[9]
Abdal Malique ganhou a confiança de Abderramão e se tornou um dos principais generais do emir e um homem forte do nascente Emirado de Córdova, à medida que expandia seu controle sobre os chefes dos jundes árabes praticamente autônomos (exércitos ou guarnições) e elites mais antigas estabelecidas no Alandalus.[1][9] Para afirmar sua autoridade sobre os jundes do Egito e Homs baseados em Beja e Sevilha respectivamente, Abderramão nomeou Abdal Malique governador de Sevilha e da parte oeste da península,[10] e seu filho Abdalá governador de Morón.[1] Embora o comando permanente do exército do emir tenha sido dado a seu maula Badre e Abu Otomão Ubaide Alá ibne Otomão, Abdal Malique recebeu o comando de expedições em 758 e 774.[11] Na primeira campanha, mobilizou o junde de Homs e subjugou uma tentativa do governante anterior do Alandalus, o emir coraixita Iúçufe ibne Abderramão Alfiri, de recuperar o poder.[1]
Em algum momento, foi substituído por um líder do junde de Sevilha, Abul Sabá Iaçubi, mas este último se rebelou contra Abderramão e foi demitido do cargo.[5] Abdal Malique foi o único membro da corte a defender a execução de Abul Sabá,[12] supostamente dizendo ao emir:
“ | Não o deixe escapar: pois ele nos trará calamidade
Tome uma mão firme e livre-se desta doença.[13] |
” |
Posteriormente, Abderramão aparentemente informou sua corte que já havia executado Abul Sabá.[13] O historiador Eduardo Manzala Moreno relata o episódio a uma provável rivalidade entre Abdal Malique e sua família e Abul Sabá pelo controle de Sevilha e do junde de Hims.[5] Moreno afirma que as ambições de Abdal Malique e sua família foram provavelmente a principal causa do descontentamento dos jundes em Sevilha e Beja. Na campanha de 774, Ele derrotou decisivamente uma revolta em larga escala dos jundes, liderada por primos e apoiadores de Abul Sabá que tentaram uma captura surpresa de Córdova.[14] Durante a campanha, condenou e ordenou a execução de seu filho Omaia, o comandante de sua vanguarda, por recuar diante dos rebeldes na batalha.[1][15] A vitória de Abdal Malique selou a submissão do Alandalus ocidental ao Emirado de Córdova.[16] A confiança de Abderramão em Abdal Malique também foi fortalecida e consagrada pelo casamento de seu filho e sucessor escolhido Predefinição:Lknb Predefinição:Nwrap com a filha de Abdal Malique, Canza.[1]
Morte e legado
Abdal Malique morreu c. 778.[1] Suas vitórias decisivas em nome de Abderramão foram fundamentais para o estabelecimento do emirado.[17] Seus filhos Abdalá, Ibraim e Aláqueme serviram como vizires de Abderramão.[1] Abdal Malique deixou vários descendentes registrados pelas fontes, incluindo vários que serviram como vizires ou caides (líderes do exército).[18] Um ramo da família estabeleceu-se em Sevilha e nas áreas ocidentais da península.[15] Como omíadas, os membros de sua família se viam como iguais aos emires governantes de Córdova.[17]
O neto de Abdal Malique foi governador de Beja durante o governo de Hixam I.[15] Um descendente direto de quinta geração, Amade ibne Albara ibne Malique, serviu como governador de Saragoça, mas foi suspeito de deslealdade e assassinado por ordem do emir Predefinição:Lknb Predefinição:Nwrap. A família em Sevilha juntou-se à rebelião contra Abdalá, mas se mudou para Córdova quando as tropas de Sevilha se renderam ao emir Predefinição:Lknb em 913. Depois disso, vários serviram como governadores, generais e vizires.[17] Outro de seus descendentes foi um pretendente ao Califado de Córdova no século X.[18]
Referências
- ↑ 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 Sanjuán.
- ↑ Ahmed 2010, p. 90.
- ↑ Hilloowala 1998, p. 208.
- ↑ Morelli 1998, p. 220–221.
- ↑ 5,0 5,1 5,2 Moreno 1998, p. 102.
- ↑ Kennedy 2014, p. 30–32.
- ↑ James 2012, p. 97.
- ↑ Kennedy 2014, p. 31.
- ↑ 9,0 9,1 Kennedy 2014, p. 32.
- ↑ Kennedy 2014, p. 35.
- ↑ Hernández 1998, p. 68.
- ↑ Moreno 1998, p. 102–103.
- ↑ 13,0 13,1 James 2012, p. 104.
- ↑ Kennedy 2014, p. 35–36.
- ↑ 15,0 15,1 15,2 Moreno 1998, p. 103.
- ↑ Kennedy 2014, p. 36.
- ↑ 17,0 17,1 17,2 Fierro 2011, p. 109.
- ↑ 18,0 18,1 Moreno 1998, p. 103, nota 48.
Bibliografia
- Ahmed, Asad Q. (2010). The Religious Elite of the Early Islamic Ḥijāz: Five Prosopographical Case Studies. Oxônia: Unidade do Colégio Linacre da Universidade de Oxônia para Pesquisa Prosopográfica. ISBN 978-1-900934-13-8
- Fierro, Maribel (2011). «The Battle of the Ditch (al-Khandaq) of the Cordoban Caliph ʿAbd al-Raḥmān III». In: Ahmed, Asad Q.; Sadeghi, Benham; Bonner, Michael. The Islamic Scholarly Tradition: Studies in History, Law, and Thought in Honour of Professor Michael Allen Cook. Leida e Boston: Brill. pp. 107–130. ISBN 978-90-04-19435-9
- Hernández, Miguel Cruz (1998). «The Social Structure of al-Andalus during the Muslim Occupation (711–755) and the Founding of the Umayyad Monarchy». In: Marin, Manuela. The Formation of al-Andalus, Part 1: History and Society. Nova Iorque: Imprensa Ashgate. pp. 51–84. ISBN 9780860787082
- Hilloowala, Yasmin (1998). The History of the Conquest of Egypt, being a Partial Translation of Ibn 'Abd al-Hakam's Futuh Misr and an Analysis of this Translation. Tucson: Universidade do Arizona
- Kennedy, Hugh (2014). Muslim Spain and Portugal: A Political History of al-Andalus. Londres e Nova Iorque: Routledge
- James, David (2012). A History of Early Al-Andalus: The Akhbar Majmu'a. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-0-415-66943-6
- Morelli, Federico (1998). «P. Vindob. G 42920 e la φιλοτιμία di 'Umar b. Marwán». Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik. 121: 219–221
- Moreno, Eduardo Manzano (1998). «The Social Structure of al-Andalus during the Muslim Occupation (711–755) and the Founding of the Umayyad Monarchy». In: Marin, Manuela. The Formation of al-Andalus, Part 1: History and Society. Nova Iorque: Imprensa Ashgate. pp. 85–114. ISBN 9780860787082
- Sanjuán, Alejandro García. «'Abd al-Malik b. 'Umar b. Marwan». Real Academia de História