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Língua árabe clássica

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Árabe clássico
Falado(a) em: Historicamente no Oriente Médio, atualmente idioma litúrgico do islã
Total de falantes:
Família: Afro-asiática
 Semítica
  Ocidental
   Central
    Árabe clássico
Escrita: Alfabeto árabe
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
Versos do Alcorão no árabe clássico, escritos no alfabeto árabe cursivo

O árabe clássico, também conhecido como árabe corânico, é a forma do idioma árabe utilizada nos textos literários dos períodos omíada e abássida (do século VII ao IX). Foi baseado em grande parte do idioma medieval das tribos do Hejaz dos coraixitas (que contrastava com o falar de Négede e das áreas tribais circunvizinhas). O árabe moderno padrão é uma versão moderna, utilizada na escrita e em formas orais mais formais como, por exemplo, discursos e transmissões de rádio. Enquanto o léxico e a estilística do árabe moderno padrão são diferentes das do árabe clássico, a morfologia e a sintaxe sofreram poucas alterações. Os dialetos vernaculares, no entanto, mudaram de maneira mais dramática.[1]

Pelo fato do Alcorão ter sido escrito no árabe clássico, o idioma é considerado pela maioria dos muçulmanos como um idioma sacro, e uma língua divina.[2] É a única língua na qual os muçulmanos ortodoxos recitam as suas preces, independentemente do idioma que utilizam em suas vidas cotidianas.

O árabe clássico é tido frequentemente como o idioma pai de todas as variedades faladas do árabe; estudos recentes, no entanto, questionaram este ponto de vista, mostrando que outros dialetos existiam no século VII e podem ter sido a origem das variedades faladas atualmente.

História

O árabe era falado originalmente nas regiões do centro e norte da península Arábica. Com a expansão do islã, o árabe, como língua utilizada no Alcorão, se tornou um idioma de relevância tanto no meio religioso quanto no acadêmico, chegando em determinadas regiões antes mesmo da própria religião islâmica.[3] Sua relação com os dialetos modernos é análoga à relação entre o latim e os idiomas românicos, ou entre o chinês médio e as atuais línguas chinesas.

Morfologia

O árabe clássico é um idioma semítico e, portanto, tem diversas semelhanças tanto em termos de conjugação quanto pronúncia com o hebraico, o acádio, o aramaico e o amárico. O seu uso de vogais para modificar grupos de consoantes lembra construções semelhantes do hebraico bíblico.

Exemplo:

  • kataba, ele escreveu
  • yaktubu, ele escreve
  • kitāb, livro
  • kutub, livros (plural)
  • maktaba, biblioteca
  • miktāb, máquina de escrever

Todas estas palavras estão relacionadas de alguma maneira com a escrita, e todas contêm as três consoantes KTB. Este grupo de consoantes (k-t-b) é chamado de raiz. Segundo os estudiosos, esta raiz carrega consigo um significado básico de "escrita", que engloba todos os objetos e ações que envolvam a escrita e, portanto, todas as palavras acima são vistas como formas modificadas desta raiz, "obtidas" ou "derivadas", de alguma maneira, dela.

Fonologia

Existem três vogais curtas e três vogais longas no árabe clássico, sendo "A", "I" e "U" as que apresentam variações, como ilustra a tabela seguinte:

Vogal Curta Longa
Alta Predefinição:IPA Predefinição:IPA Predefinição:IPA Predefinição:IPA
Baixa Predefinição:IPA Predefinição:IPA

Assim como o árabe padrão moderno, o árabe clássico possui 28 fonemas consonantais:

Fonemas consonantais do árabe clássico[3]
  Bilabial Inter-
dental
Dental Palatal Velar Uvular Farín-
gea
Glotal
 Normal  Enfática
Nasal Predefinição:IPA   Predefinição:IPA            
Plosiva Surda     Predefinição:IPA Predefinição:IPA   Predefinição:IPA Predefinição:IPA   Predefinição:IPA
Sonora Predefinição:IPA   Predefinição:IPA   Predefinição:IPA²        
Fricativa Surda Predefinição:IPA Predefinição:IPA Predefinição:IPA¹ Predefinição:IPA Predefinição:IPA   Predefinição:IPA Predefinição:IPA Predefinição:IPA
Sonora   Predefinição:IPA Predefinição:IPA Predefinição:IPA     Predefinição:IPA Predefinição:IPA  
Lateral     Predefinição:IPA³ Predefinição:IPA        
Vibrante     Predefinição:IPA            
Aproximante         Predefinição:IPA Predefinição:IPA      
  1. O Predefinição:IPA não enfático pode ter sido, na realidade, Predefinição:IPA,[3] deslocando-se para a parte frontal da boca antes ou simultaneamente com a frontalização das palatais (ver abaixo).
  2. Por derivar do *g proto-semítico, o Predefinição:IPA pode ter sido uma velar palatalizada: Predefinição:IPA
  3. O Predefinição:IPA só é enfático (Predefinição:IPA) em Predefinição:IPA, o nome de Deus, ou seja, Alá (Allah),[3] exceto antes de i ou ī, quando não é enfático: bismi l-lāh Predefinição:IPA ("em nome de Deus").

As consoantes tradicionalmente chamadas de "enfáticas", Predefinição:IPA, sofrem velarização (Predefinição:IPA) ou faringalização (Predefinição:IPA).[3] Em alguns sistemas de transcrição, a ênfase é mostrada através da capitalização da letra, por exemplo, o Predefinição:IPA é escrito como ‹S›; já noutros, a letra é grifada ou recebe um sinal diacrítico (um ponto) embaixo dela, como em ‹›.

Ocorreram diversas mudanças fonéticas entre o árabe clássico e o árabe padrão moderno, entre elas:[3]

Referências

  1. Watson, Janet, The Phonology and Morphology of Arabic, Oxford University Press, 2002
  2. Alcorão, 16:113 e 20:103
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 Watson, 2002

Ligações externas

Predefinição:Variantes do árabe

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